A Microsoft vai conseguir salvar o Xbox ou esse é um game perdido para a big tech?
O Xbox é uma distração cara para a Microsoft: não há sinergias relevantes com outras áreas e ainda se trata de um negócio estagnado há anos

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Chegou ao fim uma das novelas mais longas do setor de tecnologia: a Microsoft conseguiu concluir a aquisição da Activision Blizzard.
Por que isso importa?
Bom, são alguns motivos diferentes…
Pela Activision Blizzard, que é dona de games como Call of Duty, Diablo, Overwatch e outros, a Microsoft investiu o montante de US$ 69 bilhões.
Para as manchetes, essa entra para a história da indústria como a maior aquisição da história do setor de games.
Como investir em BDRs? Veja a melhor forma de se expor ao dólar com ações internacionais
A Microsoft vai salvar o Xbox?
Apesar do destaque, essa é apenas mais uma peça no quebra-cabeças que a Microsoft vem montando para tentar salvar o Xbox.
Leia Também
Nos últimos anos, as vendas do Xbox estão estagnadas, e a Sony definitivamente venceu a batalha dos consoles.
A aposta da Microsoft — e dá para dizer que é tão somente uma aposta — não foi tentar "disruptar" a Sony via inovação hardcore, mas sim via modelo de negócios.
A hegemonia da Sony foi construída graças ao seu enorme portfólio de estúdios parceiros, desenvolvendo games exclusivos para o Playstation, como God of War, The Last of Us, Spiderman e outros enormes sucessos comerciais.
Em vez de competir em qualidade, a Microsoft decidiu atacar o império da Sony via preços.
Há alguns anos, a empresa investe num produto chamado Xbox Game Pass, que é uma assinatura mensal que dá acesso a um catálogo de jogos exclusivos da Microsoft e vários outros oferecidos em parceria com estúdios independentes.
Para turbinar o catálogo a Microsoft tem investido somas enormes de capital adquirindo estúdios de games. Primeiro foi a ZeniMax (dona da Bethesda) e agora a Activision Blizzard.
Apesar de alguns remédios concorrenciais — por exemplo, a Activision continuará vendendo Call of Duty no Playstation — a Sony não poderá listar jogos da Activision em sua assinatura mensal.
Só o tempo dirá se é uma vantagem comercial digna de US$ 69 bilhões.
As big techs ainda estão na pista
Nos últimos anos, os reguladores têm mantido uma espécie de campanha publicitária contra as big techs.
Todas elas já foram processadas por atos anticoncorrenciais em seus respectivos mercados, o que naturalmente alimentou uma percepção no mercado de que as big techs eram cartas fora do baralho no assunto fusões e aquisições.
Apesar de todas terem modelos de negócios excepcionais, as big techs têm o problema dos sonhos: excesso de dinheiro.
Elas são tão lucrativas que, não raro, inexistem grandes alternativas de investimento internas para alocar tanto capital.
Obviamente, em casos como esse, o normal é que as empresas retornem o capital aos acionistas via dividendos ou recompra de ações.
Essa tem sido parte importante da história das big techs nos últimos anos: a Apple, por exemplo, realiza mais de US$ 90 bilhões em recompras anuais.
Ainda sim, sob o ponto de vista do acionista, as fusões e aquisições não deixam de ser ferramentas interessantes de alocação de capital.
Em dezembro de 2006, por exemplo, o Google adquiriu o YouTube por US$ 1,6 bilhão. Só no último trimestre, o YouTube somou receitas de mais de US$ 7 bilhões!
Além dele, há uma série de outros casos como a aquisição do Instagram pela Meta ou do Android pelo Google.
A operação entre Microsoft e Activision foi um excelente desafio para essa visão de que as big techs estavam fora da pista. Afinal, era uma aquisição de altíssimo valor e com enormes implicações para a indústria de games.
O fato de a Microsoft ter vencido essa batalha, obviamente sujeita a alguns remédios concorrenciais, mostra que essa opcionalidade ainda existe para as big techs.
LEIA TAMBÉM: O ChatGPT e a inteligência artificial vão substituir os influenciadores digitais? Isso já está acontecendo na China
Se a Microsoft pudesse voltar no tempo…
Apesar disso, nada me tira da cabeça o pensamento de que a Microsoft está realizando esses investimentos devido a decisões erradas tomadas há quase 20 anos.
Numa análise fria, o Xbox não é senão uma distração cara dentro da Microsoft: não há sinergias relevantes com os principais negócios do grupo (softwares corporativos e infraestrutura em nuvem) e ainda se trata de um negócio estagnado há anos.
Não fossem tantas pessoas que precisam justificar seus empregos internamente e o acúmulo de tantos anos e tanto capital investido, dificilmente a Microsoft optaria por começar um negócio similar a esse hoje, do zero.
Nesse sentido, a Microsoft me parece um trader que se recusa a apertar o stop loss, afogando seu orgulho nas ondas de custos irrecuperáveis.
A Microsoft é uma empresa incrível, que mudou da água para o vinho sob a gestão Nadella.
Ainda assim, seus acionistas provavelmente estariam melhores com a empresa retornando mais capital a eles do que investindo somas bilionárias numa aposta que ela já perdeu há muito tempo.
- Não é Microsoft: uma outra big tech já entregou retornos de 708% nos últimos 10 anos, está barata e consta entre as 5 melhores ações internacionais para investir agora, segundo Richard Camargo. Confira a seleção do analista neste relatório gratuito.
Warren Buffett enriquece US$ 22,5 bilhões em 2025 e ultrapassa Bill Gates — estratégia conservadora se prova vencedora
Momento de incerteza favorece ativos priorizados pela Berkshire Hathaway, levando a um crescimento acima da média da fortuna de Buffett, segundo a Bloomberg
Contradições na bolsa: Ibovespa busca reação em dia de indicadores de atividade no Brasil e nos EUA
Investidores também reagem ao andamento da temporada de balanços, com destaque para o resultado da Casas Bahia
O cavalo de Tróia está de volta: golpes bancários com o malware disparam no mundo em 2024; saiba como se proteger
No Brasil, os fraudadores utilizam programas maliciosos, os chamados malwares, para simular transações de pagamentos
Computação na nuvem pode gerar lucro de até US$ 1,2 trilhão para as empresas nos próximos anos — ETF do setor entra no radar do BTG Pactual
Apesar de o segmento estar crescendo, não são todos os ETFs que brilham na bolsa, mas há um fundo que chamou a atenção do banco de investimentos
As Sete Magníficas viraram as Sete Malévolas: Goldman Sachs corta projeções para a bolsa dos EUA
O banco reduziu as previsões para o S&P 500, o índice mais amplo da bolsa de Nova York, citando preocupações com o grupo formado por Amazon, Alphabet, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla
SXSW 2025: única empresa latina premiada no ‘Oscar da inovação’ é brasileira
Premiação do South by Southwest reconhece em áreas como inteligência artificial (IA), saúde e biotecnologia e empoderamento comunitário
Decisão polêmica: Ibovespa busca recuperação depois de temor de recessão nos EUA derrubar bolsas ao redor do mundo
Temores de uma recessão nos EUA provocaram uma forte queda em Wall Street e lançaram o dólar de volta à faixa de R$ 5,85
Essa nova tecnologia chinesa muda tudo o que sabemos até agora sobre inteligência artificial — e não é o DeepSeek
Criada pela startup chinesa Monica, a nova IA está disponível apenas para convidados no momento
Como acompanhar o SXSW 2025, o maior evento de inovação do mundo — de graça, traduzido e sem estar no Texas
Michelle Obama é uma das palestrantes mais esperadas da programação; veja como acessar os painéis com tradução em português
Mata-mata ou pontos corridos? Ibovespa busca nova alta em dia de PIB, medidas de Lula, payroll e Powell
Em meio às idas e vindas da guerra comercial de Donald Trump, PIB fechado de 2024 é o destaque entre os indicadores de hoje
SXSW 2025, um guia de sobrevivência: IA, psicodelia e a deep tech além do hype
A convite do Seu Dinheiro, Diego Aristides, que acompanha a SXSW há anos, comenta os principais temas e painéis para ficar de olho no maior encontro de inovação do mundo; no centro do debate, o impacto real da deep tech para além do hype
Polêmico leilão de arte com inteligência artificial (IA) da Christie’s arrecada mais do que o projetado; veja a obra mais cara
Por bem ou por mal, a IA invadiu até mesmo o mundo da arte de “alto calibre”
Os carros e as inovações que você precisa conhecer: 10 destaques automobilísticos da maior feira de tecnologia do mundo
Carros voadores, painel com holografia e até uma cidade que parece saída de uma história de ficção científica foram as atrações do segmento automotivo da CES 2025
Nada de ‘xing ling’: Xiaomi lança novo smartphone para bater de frente com a Samsung em meio à alta de 300% das suas ações
Empresa chinesa está ingressando no segmento mais premium de celulares e visa a tirar participação de mercado da concorrente coreana
Entre a crise e a oportunidade: Prejuízo trimestral e queda no lucro anual da Petrobras pesam sobre o Ibovespa
Além do balanço da Petrobras, os investidores reagem hoje à revisão do PIB dos EUA e à taxa de desemprego no Brasil
Do varejo à nuvem: como o Magazine Luiza (MGLU3) quer diversificar seus negócios e crescer em um mercado dominado por big techs
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Christian “Kiko” Reis, diretor do Magalu Cloud, afirma que a empresa quer capturar oportunidades no setor em expansão com serviços mais baratos que os das empresas tradicionais
Um olhar pelo retrovisor: Ibovespa tenta manter alta com investidores de olho em balanços e Petrobras em destaque
Além dos números da Petrobras, investidores repercutem balanços da Ambev, do IRB, da Klabin e da WEG, entre outros
Procuramos independência: Ibovespa tenta se recuperar de queda em dia de IPCA-15, balanços e Haddad
IRB e Vivo divulgam resultados por aqui; lá fora, investidores concentram o foco no balanço da Nvidia
NFL volta ao Brasil: liga anuncia partida em São Paulo para temporada 2025; veja quando, onde e quem joga
Partida com os Los Angeles Chargers ocorre em setembro, um ano após estreia da liga no Brasil
Existe ‘luz no fim do túnel’ para Louis Vuitton, Hermès e Gucci? Mercado de luxo deve ter crescimento morno até 2027
Relatório do Business of Fashion (BoF) em parceria com a consultoria McKinsey & Company aponta tendências para o segmento, que vive uma desaceleração desde o ano passado