A agência de turismo que se tornou uma das minhas ações de tecnologia favoritas
As agências de turismo digitais, como Booking, Airbnb e Expedia são negócios já antigos e extremamente lucrativos. Conheça a minha favorita

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Nos últimos meses, gastei um tempo considerável estudando as maiores empresas de turismo do mundo.
As OTAs, sigla em inglês para agências de turismo digitais, como Booking, Airbnb e Expedia são negócios já antigos, extremamente lucrativos e suportados por tendências de longo prazo bastante positivas.
A conclusão deste estudo se deu no final de 2022, com a recomendação de compra para as ações do Booking.com (Nasdaq: BKNG | B3: BKNG34), para os assinantes da série Investidor Internacional, da Empiricus.
Hoje, compartilho com os leitores do Seu Dinheiro alguns dos pontos mais interessantes sobre essa tese de investimentos.
- Você investe em ações, renda fixa, criptomoedas ou FIIs? Então precisa saber como declarar essas aplicações no seu Imposto de Renda 2023. Clique aqui e acesse um tutorial gratuito, elaborado pelo Seu Dinheiro, com todas as orientações sobre o tema.
Booking: A maior empresa de turismo do mundo não tem nenhuma propriedade
Enquanto escrevo essas linhas, o valor de mercado das ações do Booking é de US$ 96 bilhões (pouco mais de R$ 500 bilhões).
O portfólio de negócios da companhia é composto pelos sites Booking, Kayak e Rentalcars (os mais populares), entre outros.
Leia Também
Num segmento notoriamente fragmentado, o valor do agregador se tornou claro nos últimos 10 anos.
Não só o Booking evoluiu para se tornar a maior OTA do mundo, como se tornou também o maior anunciante do Google, uma das maiores referências globais sobre marketing digital de performance e conversão.
"Alugando" o Google
Praticamente a totalidade da linha de despesas de marketing nos demonstrativos do Booking são gastos de publicidade com o Google Search.
Em 2019 (onde os números estão mais próximos de seu equilíbrio de longo prazo, sem efeitos da pandemia), foram aproximadamente US$ 5 bilhões em despesas de marketing.
Essa despesa se transformou em pouco mais de US$ 100 bilhões em "bookings", ou seja, viagens contratadas através da plataforma.
Diferente, por exemplo, do Airbnb, que é super reconhecido na indústria por sua capacidade de gerar tráfego orgânico (e portanto, construir uma marca forte), o Booking "aluga" o Google em vez de se pautar na força da sua marca.
Assim, a empresa concentra seus esforços em decifrar os algoritmos mais importantes do mundo e se posicionar como um agregador natural nessa vertical de pesquisas.
Na época do IPO, um dos grandes argumentos dos investidores de AirBnb era que a empresa podia economizar em marketing, enquanto seu maior concorrente “desperdiçava” bilhões de dólares anualmente com essas despesas.
Um bom argumento teórico, mas que não resiste a um confronto com a realidade: o Booking não só é um muito mais rentável que o AirBnb como tem cada vez mais adentrado o terreno do concorrente.
Gigante, lucrativo e ainda em trajetória de crescimento
Obviamente, a pandemia puxou um freio de mão para toda a indústria de turismo.
Três anos depois, o Booking está finalmente acima dos níveis de 2019, além de ainda contar com enorme espaço para recuperar rentabilidade e seguir surfando uma demanda reprimida nos últimos anos.
Por exemplo, no 4T22, o volume de vendas ("gross bookings", em inglês) nas plataformas do Booking totalizou US$ 27,3 bilhões, crescimento de 43% na comparação anual.
No consolidado de 2022, o volume de vendas totalizou US$ 121 bilhões (ultrapassando os US$ 100 bilhões pela primeira vez na história da companhia), equivalentes a um crescimento de 26% versus 2019.
Esse crescimento foi amparado tanto pelo crescimento do volume de reservas quanto pela expansão do ticket médio. Se você fechou férias recentemente sabe do que estou falando.
Em 2022 a receita do Booking totalizou US$ 17 bilhões, ou 14,1% do volume de vendas da plataforma.
Além do aumento na demanda, outros dois fatores são interessantes na tese de investimentos:
- a internalização do meio de pagamentos pelo Booking e
- a redução estrutural nos gastos com marketing, graças ao aumento da popularidade do seu aplicativo mobile.
O pagamento é um dos grandes gargalos que o Booking enfrentou durante anos.
Seus fornecedores são hotéis dos mais variados tamanhos, a maioria deles sem qualquer infraestrutura de tecnologia. Sem um meio de pagamentos para assegurar a transação, é mais difícil que a empresa gerencie cancelamentos e descontos.
As receitas vindas do processamento de pagamentos, apesar das margens menores, são totalmente incrementais. O objetivo da empresa é alcançar 60% de pagamentos processados dentro de casa, nos próximos anos.
Hoje, esse volume ainda gira em torno de um terço.
O potencial do aplicativo
Agora, sobre o aplicativo, o app do Booking tem ganho representatividade nas vendas totais em todos os anos, nos últimos 5 anos.
Hoje, 44% das viagens fechadas na plataforma ocorrem diretamente no app, sem haja compartilhamento de receitas com parceiros comerciais, como o Google.
Esses fatores, em longo prazo, tendem a beneficiar as margens da empresa, mesmo que o setor se torne mais competitivo.
- LEIA TAMBÉM: O novo ChatGPT está no ar e aqui estão algumas coisas que ninguém no mercado está falando
Booking: Alto potencial de longo prazo
Há pouco, mencionei que o Booking é altamente lucrativo.
Pelas minhas contas, entre 2011 e 2019 o Booking teve uma geração de caixa livre para o acionista acumulada de aproximadamente US$ 29 bilhões. Desse montante, 75% (ou cerca de US$ 22 bilhões), foram utilizados para recomprar ações.
Com essa dinâmica, entre 2013 e o final de 2022, a quantidade de ações em circulação do Booking diminuiu em 26%, fazendo com o que o lucro por ação crescesse muito mais do que a receita líquida.
Um equilíbrio como esse é o sonho de todo acionista de longo prazo.
Nos últimos 12 meses, por exemplo, a empresa reduziu em 5% a quantidade de ações em circulação.
Ao somar o potencial da empresa de seguir crescendo receitas acima de 10% ao ano nos próximos anos, o espaço para ganhos de margem e o suporte de um retorno aos acionistas de cerca de 5% ao ano via recompra de ações, não é preciso fazer nenhum malabarismo matemático para enxergar o potencial do Booking de ser uma ação entregando um retorno de aproximado de 15% ao ano, em dólares, para os seus acionistas ao longo dos próximos anos.
Hoje, essa é uma das minhas ações de tecnologia preferidas.
Rodolfo Amstalden: Buy the dip, e leve um hedge de brinde
Para o investidor brasileiro, o “buy the dip” não só sustenta uma razão própria como pode funcionar também como instrumento de diversificação, especialmente quando associado às tecnologias de ponta
Inteligência artificial ajuda China a reduzir os impactos da guerra tarifária de Donald Trump
Desenvolvimento de inteligência artificial na China vem fazendo empresas brilharem com a tecnologia e ajuda a proteger o país das tarifas de Trump
Lembra do Napster? Lendário serviço de música acaba de ser adquirido por mais de R$ 1 bilhão
Com transação anunciada em US$ 207 milhões, serviço que revolucionou a indústria de música na virada dos anos 2000 deve ser usado em experiências imersivas como show e listening parties; relembra a história do Napster
Chef gaúcho chegou ao topo das pizzas da Europa — e agora quer surpreender de novo
Após fazer história em Barcelona com a Sartoria Panatieri, eleita a melhor pizza da Europa fora da Itália, chef brasileiro Rafa Panatieri se prepara para disputar o primeiro lugar enquanto organiza a abertura de seu novo endereço
Restaurante futurista da Tesla começa a ganhar forma em Los Angeles; as polêmicas sobre ele também
Em meio a fase amarga da Tesla, incursão de marca de Elon Musk em ramo de restaurantes segue firme – mas não livre de polêmicas
Claude Monet: os 12 melhores museus para ver as obras do artista (um deles fica no Brasil)
Pintor francês, um dos expoentes do Impressionismo, tem obras por toda a Europa e até aqui no Brasil – mas Louvre não está na lista
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Febre entre viajantes, turismo no Japão pode encarecer com ‘volta por cima’ do iene
Turismo foi ‘carta na manga’ para o PIB japonês, diante da recessão econômica que o país enfrenta há décadas
Aeroporto de Londres cancela todos os voos devido a incêndio e 220 mil passageiros devem ser afetados
Aeroporto de Heathrow, em Londres, é o quarto mais movimentado do mundo e cancelamento deve gerar efeito cascata em malha aérea global pelos próximos dias; causa de incêndio ainda é desconhecida
Riviera Maya fora do hype: quatro roteiros na região, além de Tulum e Cancún
Próximo ao agito de Cancún e às ruínas de Tulum, esses quatro destinos menos óbvios incluem praias tranquilas, reservas naturais e cenotes para um roteiro menos óbvio no paraíso mexicano
Peças de avião do Iron Maiden, Ed Force One, viram item de colecionador
Aeronave pilotada pelo vocalista Bruce Dickinson durante a turnê ‘The Book of Souls’, de 2016, foi desmontada e teve peças transformadas em tags e chaveiros
O upgrade da Air France: primeira classe ganha pijamas Jacquemus, transfer Porsche e mais
Após investir 5 bilhões de euros, companhia francesa acirra a competição com British Airways e Lufthansa para conquistar o turista de luxo; voo ‘mais barato’ sai a partir de R$ 35 mil
Corre que dá tempo: um guia para as maratonas do segundo semestre — datas, inscrições, preços e mais
Diante do fenômeno de popularização da corrida, as provas de 42 km têm inscrições cada vez mais disputadas
Barcelona ou Madrid: qual cidade da Espanha tem mais a sua cara?
De um lado, a energia vibrante e descolada de Barcelona; de outro, o charme clássico e cosmopolita de Madrid: as duas cidades mais populosas da Espanha têm identidades diferentes; aqui, fizemos um guia para entender qual combina mais com seu perfil
Bariloche ficou caro depois de Milei? Veja quanto custa uma viagem de 5 dias durante a alta temporada
Valorização artificial do peso e inflação ainda alta fizeram com que os serviços de turismo e a hotelaria tivessem um aumento significativo de preços
Tênis amador e Venus Williams como treinadora: Four Seasons promove torneio com Armani, veja como participar
Duplas serão treinadas por tenistas renomados em quatro propriedades da rede; etapas finais serão realizadas em clube privado ultra-exclusivo em Londres
Uma joia na xícara: experimentamos o café de 30 euros em Tóquio
Variedades premiadas, ambiente hermético e apenas seis lugares; por dentro do Cherry Lab, o pequeno templo dos obcecados por café em Taitō, Tóquio
Contradições na bolsa: Ibovespa busca reação em dia de indicadores de atividade no Brasil e nos EUA
Investidores também reagem ao andamento da temporada de balanços, com destaque para o resultado da Casas Bahia
O cavalo de Tróia está de volta: golpes bancários com o malware disparam no mundo em 2024; saiba como se proteger
No Brasil, os fraudadores utilizam programas maliciosos, os chamados malwares, para simular transações de pagamentos
Computação na nuvem pode gerar lucro de até US$ 1,2 trilhão para as empresas nos próximos anos — ETF do setor entra no radar do BTG Pactual
Apesar de o segmento estar crescendo, não são todos os ETFs que brilham na bolsa, mas há um fundo que chamou a atenção do banco de investimentos