Home office vai ficar para trás? Zoom, empresa de videochamadas, quer funcionários trabalhando no escritório
Os funcionários que moram em um raio de até 80 quilômetros de distância precisam “bater ponto” na empresa
Nos últimos anos, a palavra “Zoom” foi utilizada, muitas vezes, como sinônimo de reunião de trabalho.
A empresa de videoconferências ganhou protagonismo durante o auge da pandemia de Covid-19, em que todos os profissionais do mundo eram obrigados a trabalhar em casa — o famoso “home office”.
Mas nem mesmo a principal ferramenta de comunicação à distância escapou da retomada das atividades presenciais. Nesta semana, a companhia Zoom ordenou que seus funcionários voltassem a trabalhar no escritório — por enquanto em esquema híbrido.
Em comunicado, a empresa determinou que os colaboradores que moram em um raio de até 80 quilômetros de distância precisam “bater ponto” no escritório pelo menos dois dias por semana.
"Como empresa, estamos em uma posição melhor para usar nossas próprias tecnologias, continuar inovando e oferecer suporte a nossos clientes globais”, afirma o documento enviado aos funcionários por e-mail, segundo o portal Business Insider.
Esse movimento acompanha as decisões de outras corporações sediadas nos EUA, como a Amazon e a Disney, que adotaram o modelo híbrido no início do ano.
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"Continuaremos a alavancar toda a plataforma Zoom para manter nossos funcionários e equipes dispersas conectados e trabalhando com eficiência", disse um porta-voz da Zoom ao Business Insider.
Segundo uma pesquisa da Universidade de Stanford, cerca de 12% dos trabalhadores americanos têm realizado as tarefas profissionais de forma totalmente remota em julho.
Além disso, a decisão da Zoom demonstra uma mudança de conduta da própria empresa. No ano passado, a companhia afirmou que menos de 2% de sua força de trabalho retornaria para o escritório no fim da pandemia.
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Zoom quer o retorno aos escritórios, por quê?
Um dos motivos para o retorno ao trabalho presencial é a desaceleração do crescimento da companhia após o controle da pandemia, por meio da vacinação, e a retomada das atividades presenciais em todo o mundo.
No primeiro trimestre deste ano, por exemplo, o lucro líquido da Zoom caiu mais de 90%. Além disso, a empresa anunciou a redução de 15% da força total de trabalho no período.
O trabalho híbrido é a saída
Em janeiro, a Disney anunciou a retomada das atividades presenciais, com a exigência da presença dos funcionários.
Em e-mail aos funcionários, o CEO Bob Iger justificou a decisão com base na importância, segundo ele, da colaboração pessoal e presencial no processo criativo da empresa.
Mas o movimento de “fim do home-office” começou um pouco mais de seis meses antes, e teve como um dos “padrinhos” ninguém menos que Elon Musk. Em junho do ano passado, o bilionário exigiu o retorno de todos os funcionários aos prédios da Tesla — caso contrário as pessoas deveriam deixar seus empregos na companhia.
Também no final de 2022, a Apple, por exemplo, determinou que os funcionários trabalhem por pelo menos três dias por semana de forma presencial.
Em fevereiro deste ano, a Amazon abriu mão do home office e anunciou a adoção do modelo híbrido — e entrou, realmente, em vigor em maio. O movimento aconteceu em meio às rodadas de demissões da companhia, que atingiram mais de 18 mil trabalhadores.
Já em abril foi a vez do Google. A big tech passou a exigir que seus funcionários em vários locais dos EUA retornem ao escritório também três dias por semana.
*Com informações de Bloomberg e Business Insider