Aprovado! Empresas que testaram a semana de quatro dias úteis no Reino Unido pretendem tornar o modelo permanente
Cerca de 92% das companhias que participaram do teste-piloto devem continuar com a jornada de 32 horas semanais
Trabalhar um dia a menos na semana, sem alterações na remuneração, não é mais um sonho tão distante – pelo menos, para os trabalhadores do Reino Unido.
Após seis meses, os resultados da semana de quatro dias úteis no Reino Unido começaram a aparecer – e vistos com “bons olhos” pelas companhias, segundo o relatório de conclusão do período de “experimentação”, divulgado nesta semana.
O teste-piloto, que durou entre junho e dezembro do ano passado, contou com quase 3 mil colaboradores de 61 empresas, envolvendo setores que vão de tecnologia até restaurantes.
E um dos primeiros resultados é a permanência do modelo de forma definitiva. Cerca de 92% das companhias – ou seja, 56 empresas – que participaram do teste-piloto devem continuar com a semana de quatro dias úteis. Destas, 18 já confirmaram que não voltarão atrás.
Ainda, do total, duas empresas optaram por continuar os testes de jornada de 32 horas semanais.
O programa foi conduzido pelas universidades de Oxford e Cambridge, em parceria com a Boston College nos EUA, além da contribuição das organizações sem fins lucrativos 4 Day Week Global Autonomy e 4 Day Week UK Campaign.
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Resultados da semana de quatro dias
O relatório de resultados da 4 Day Week UK Campaign listou uma série de benefícios observados durante o teste-piloto.
Bem-estar entre os funcionários, equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, produtividade e permanência de colaboradores nas empresas foram os destaques. Vamos aos números:
- 71% dos funcionários reduziram o nível de esgotamento;
- 62% dos participantes relataram mais facilidade em conciliar o trabalho com a vida social;
- O número de funcionários que saíram das empresas participantes – por demissão voluntária – diminuiu 57% entre junho e dezembro, na comparação com o mesmo período em anos anteriores.
Além disso, 15% dos colaboradores disseram que não trocariam o emprego por um com jornada semanal de cinco dias úteis por nenhuma quantia de dinheiro.
Os resultados também apareceram nos negócios das companhias participantes do teste-piloto. Segundo o relatório, as receitas das empresas permaneceram basicamente sem alterações no período de experimentação da jornada menor.
Mas, quando avaliadas de acordo com o tamanho da empresa, os ganhos cresceram, em média, 1,4%. Também, em comparação ao mesmo período do ano anterior, as organizações registraram aumentos nas receitas de 35%, em média – “o que indica um crescimento saudável neste período de redução de jornada de trabalho”, diz o relatório.
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Outro lado da moeda
Ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos, o grupo de pesquisa observou a redução de um indicador relevante para as empresas: as contratações.
Segundo o relatório, as 61 companhias participantes contrataram menos durante os meses de junho e dezembro de 2022. Em média, as novas admissões caíram 37% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Contudo, há uma observação importante: o período de testes aconteceu em paralelo com tendências do mercado de trabalho, como a “grande renúncia aos empregos” (great resignation), – e, de acordo com o estudo, o impacto dessas movimentações ainda não pode ser considerado “estatisticamente significativo”.