Onde investir em 2023: na bolsa, ações de empresas resilientes e com forte potencial de longo prazo são as indicações para o ano
A ordem para o ano é agir com cautela no mercado de ações, evitando companhias endividadas e com forte exposição à economia doméstica.
Foi aos trancos e barrancos, mas o Ibovespa conseguiu encerrar 2022 no azul — e foi na contramão dos principais índices acionários globais. Isso, no entanto, não significa que a caminhada da bolsa no ano passado não foi dolorida.
A alta de cerca de 5% do Ibovespa parece animadora, mas esse número não conta a história inteira. A verdade é que os últimos 12 meses foram complicados para a bolsa brasileira — e a queda de mais de 12% do índice de small caps da B3, que mede o desempenho das empresas de menor porte na B3, é um termômetro mais fiel do que foi 2022.
O primeiro trimestre começou positivo, com uma forte injeção de dinheiro estrangeiro no país, mas o pique não se manteve. Uma guerra na Europa, um cenário de aperto monetário global, juros na casa dos 13% ao ano e uma eleição presidencial foram apenas algumas das lombadas no meio do caminho.
- Não perca dinheiro em 2023: o Seu Dinheiro conversou com os principais especialistas do mercado financeiro e reuniu neste material as melhores oportunidades de investimentos em ações, BDRs, fundos imobiliários e muito mais. ACESSE AQUI GRATUITAMENTE
A maior parte dos fatores que pressionaram os negócios no ano passado não desapareceram após a meia noite do dia 1º de janeiro — e é por isso que 2023 deve ser um ano marcado pela cautela.
Ricardo Peretti, estrategista da Santander Corretora, aponta que caso as incertezas se dissipem no primeiro semestre, a segunda metade do ano pode ser de recuperação, uma vez que os ativos brasileiros se encontram em níveis descontados de preço, com múltiplos muito abaixo da média histórica.
Mas, até lá, deve ser difícil ver alguma empolgação.
Leia Também
Apesar disso, os analistas parecem achar que ainda é cedo para fazer diagnósticos mais ousados. A preocupação com o rumo das contas públicas no futuro, marca dos últimos meses do ano, levou a maior parte das casas de análise a iniciarem a revisão de suas projeções para o Ibovespa no próximo ano, atrasando a divulgação dos números.
Esse pode não ser o melhor dos cenários para investimentos arrojados, mas ainda existem boas oportunidades na bolsa — ainda que a renda fixa seja atrativa.
Para o estrategista-chefe da XP Investimentos, Fernando Ferreira, o patamar atual do Ibovespa — na faixa dos 110 mil pontos — é atrativo e traz oportunidades mesmo com as incertezas, já que o múltiplo preço/lucro da bolsa brasileira está 40% abaixo da média dos últimos 15 anos.
Ou seja: há atratividade nas ações locais, com um prêmio de risco (rentabilidade menos a taxa de juro real) de 8,9%, superior à média histórica — uma oportunidade.
Para essa reportagem, o Seu Dinheiro conversou com Ricardo Peretti, estrategista de ações da Santander Corretora; Jorge Oliveira, sócio-gestor de renda variável da BlueLine Asset Management; Rafael Cota Maciel, gestor de renda variável da Inter Asset; Victor Natal, estrategista para pessoa física do Itaú BBA; e Paulo Weickert, sócio-fundador e chefe de análise da Apex Capital.
Esta matéria faz parte de uma série especial do Seu Dinheiro sobre onde investir no primeiro semestre de 2023. Eis a lista completa:
Bolsa: onde investir em 2023
Com os juros altos e o cenário ainda nebuloso no início do próximo ano, os especialistas do mercado preferem trabalhar com uma carteira de investimentos mais conservadora, de olho em um horizonte mais longo de tempo — ainda que, em momentos como esse, as boas oportunidades de assimetria sejam mais numerosas.
Para Rafael Cota Maciel, da Inter Asset, o ideal é evitar empresas muito endividadas, impactadas por mais tempo pela alta da taxa de juros, e focar a composição da carteira em ações líderes de seus setores, com forte potencial de repasse de preço e características mais defensivas.
A BB Seguridade (BBSE3) foi uma empresa mencionada por quase todos os especialistas ouvidos pelo SD. O braço de seguros do Banco do Brasil é visto com bons olhos, já que os fortes investimentos em renda fixa garantem receitas financeiras mais gordas para a seguradora.
Além disso, caso os temores de uma piora na inadimplência do BB se confirmem, a companhia se beneficia de um aumento dos prêmios de seguro.
Paulo Weicker, da Apex Capital, aponta que o papel BBSE3, hoje, é negociado em níveis muito descontados, principalmente diante das perspectivas de crescimento de lucro e de outras linhas do balanço.
- Quer investir no mercado imobiliário? Veja as melhores estratégias para buscar lucros neste mercado em 2023; de bônus, conheça as 17 indicações de FIIs feitas por analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro. ACESSE AQUI GRATUITAMENTE
A seguradora só não foi mais citada do que a Weg (WEGE3) — a grande queridinha do mercado, apesar de Weicker destacar que ela não é exatamente uma ação barata.
A fabricante de equipamentos elétricos é vista como uma das empresas mais resilientes da bolsa, entregando resultados consistentes e crescimento robusto, mesmo em meio à adversidade — o que eleva a confiança do mercado na gestão da Weg.
Outro elemento que favorece as ações da companhia é o potencial de se beneficiar do movimento de transição energética, pauta que deve seguir em evidência pelas próximas décadas.
Ainda falando de opções mais conservadoras de investimento, o setor elétrico aparece logo na sequência na lista de preferência do mercado. Eletrobras (ELET6), CPFL (CPFE3) e Equatorial (EQTL3) foram os nomes citados.
Confira outros papéis citados como boas opções pelos especialistas:
- Arezzo (ARZZ3): empresa do setor de consumo, mas com boa capacidade de precificação e blindagem contra inflação pela exposição à alta renda (Inter Invest);
- Sabesp (SBSP3): os analistas acreditam que o momento é favorável para uma privatização (Itaú, Apex);
- Fleury (FLRY3): preço atrativo em um setor que deve continuar expandindo em 2023, com novas frentes de atuação e beneficiado pelo envelhecimento da população (Apex); e
- Assaí (ASAI3): varejo alimentar segue sendo favorecido pela preferência dos consumidores para evitar os efeitos da inflação. Oferta de ações do Casino, controlador francês, também trouxe alguns aspectos positivos para a empresa
Não tem como fugir
Ao falar da bolsa brasileira, é quase impossível desviar de dois temas: commodities e estatais.
O primeiro se deve à grande concentração de empresas produtoras de matéria-prima na bolsa, correspondendo a cerca de 30% da carteira total do Ibovespa — ou seja, o desempenho do setor pode mudar completamente o rumo do principal índice da bolsa.
Já o segundo se deve ao fato que duas das principais empresas listadas hoje — Banco do Brasil (BBSA3) e Petrobras (PETR4) — são de controle da União.
O risco relacionado ao mercado de commodities está no crescimento da China. O país segue patinando para se livrar das restrições econômicas impostas pelo coronavírus, o que gera insegurança sobre a demanda.
Na leitura do Itaú BBA, o petróleo talvez seja a commodity mais capaz de manter um preço atrativo no mercado, uma vez que os mecanismos para a manutenção do valor do barril são mais consolidados, principalmente por conta da atuação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+).
- Quais os melhores BDRs para investir em 2023? O mercado internacional é ótima opção para quem busca proteger o patrimônio das incertezas do cenário brasileiro – mas é preciso cuidado na escolha dos ativos. VEJA OPINIÃO DE ANALISTAS AQUI
Para Peretti, do Santander, as commodities continuam em um patamar de preço que “ainda aceita certo desaforo”. Apesar dos riscos, a Inter Invest, BlueLine e a Apex Capital seguem otimistas com Vale (VALE3) como uma eventual forma de se posicionar em commodities.
A bolsa de olho em Brasília
No caso das estatais, o consenso parece ser “esperar para ver”. Isso porque a maior parte dos analistas consultados até acredita que o BB e a Petrobras estejam em patamares atrativos de preço, mas a falta de clareza sobre o futuro das duas companhias é um risco que não vale a pena correr.
“Eu não gosto de dormir com esse tipo de sócio [a União] que acorda um dia e estava indo para o ponto A, mas decide ir para o ponto B”, explica um gestor.
Na petroleira, o temor é que o novo governo altere a política de preços da companhia e volte a fazer investimentos não-estratégicos, o que deve comprimir as margens e reduzir a distribuição de dividendos. No caso do Banco do Brasil, a preocupação é com a carteira de crédito da companhia.
O braço de seguros do banco estatal, a BB Seguridade (BBSE3), no entanto, é uma das ações favoritas dos especialistas para 2023.
- Em dúvida sobre como investir? Faça o download GRATUITO do e-book Onde investir em 2023 e confira a opinião dos maiores especialistas do mercado financeiro sobre os ativos mais promissores para este ano. BAIXE AQUI
Outro assunto que não deve sair do radar dos investidores é a possível tributação de dividendos. O novo governo já sinalizou que irá priorizar uma reforma tributária e o assunto estará na pauta.
Quando o assunto é dividendos, o setor bancário costuma brilhar — os analistas acreditam que uma eventual mudança pode trazer impactos de curto prazo pela mudança de estratégia adotada pelos investidores.
Victor Natal, do Itaú BBA, explica que dependendo do desenho do novo imposto, os investidores irão buscar o modelo fiscal mais eficiente para os seus investimentos — o que pode passar por deixar de investir direto na bolsa para fazer operações via fundo de investimentos, cuja tributação é diferenciada.
No caso dos bancos, o Itaú (ITUB4) foi o papel mais citado, devido ao seu potencial de navegar pelo cenário mais desafiador para o crédito, mas o setor bancário — assim como o de distribuidoras de energia e empresas boas pagadoras de proventos, como a Ambev (ABEV3), devem ser impactadas por eventuais mudanças na tributação.
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista
Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar
O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) voltam a ficar no radar das privatizações e analistas dizem qual das duas tem mais chance de brilhar
Ambas as empresas já possuem capital aberto na bolsa, mas o governo mineiro é quem detém o controle das empresas como acionista majoritário
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
CEO da AgroGalaxy (AGXY3) entra para o conselho após debandada do alto escalão; empresa chama acionistas para assembleia no mês que vem
Além do diretor-presidente, outros dois conselheiros foram nomeados; o trio terá mandato até a AGE marcada para meados de dezembro
Ações do Alibaba caem 2% em Nova York após melhora dos resultados trimestrais. Por que o mercado torce o nariz para a gigante chinesa?
Embora o resultado do grupo tenha crescido em algumas métricas no trimestre encerrado em setembro, ficaram abaixo das projeções do mercado — mas não é só isso que explica a baixa dos ativos
Ação da Americanas (AMER3) dispara 200% e lidera altas fora do Ibovespa na semana, enquanto Oi (OIBR3) desaba 75%. O que está por trás das oscilações?
A varejista e a empresa de telecomunicações foram destaque na B3 na semana mais curto por conta do feriado de 15 de novembro, mas por motivos exatamente opostos
Oi (OIBR3) dá o passo final para desligar telefones fixos. Como ficam os seis milhões de clientes da operadora?
Como a maior parte dos usuários da Oi também possui a banda larga da operadora, a empresa deve oferecer a migração da linha fixa para essa estrutura*