O jogo começou a virar a favor dos fundos imobiliários na disputa com a renda fixa, diz CEO de gestora com mais de 100 mil cotistas
Diego Siqueira, CEO da TG Core Asset, acredita que até mesmo os investidores mais conservadores devem voltar a olhar com mais carinho para os FIIs em breve
Com a taxa Selic no maior patamar dos últimos seis anos, ficou difícil para os fundos imobiliários competirem com a renda fixa pela atenção dos investidores.
Especialmente para aqueles menos inclinados ao risco, é missão quase impossível convencê-los a trocar o retorno de dois dígitos garantido de um título público, por exemplo, pelo sobe e desce das cotas dos FIIs na bolsa de valores.
Mas, de acordo com Diego Siqueira, co-CEO da Trinus.Co, o jogo de atração entre renda fixa e FIIs já começou a se inverter e até mesmo os investidores mais conservadores devem voltar a olhar com mais carinho para os fundos em breve.
Para quem não está tão familiarizado com o mercado de FIIs, a Trinus é a holding de serviços imobiliários e financeiros dona da TG Core Asset. A gestora é responsável pelo TG Ativo Real (TGAR11), fundo que conta com mais de 100 mil cotistas e um retorno com dividendos (dividend yield) de 15,67% nos últimos 12 meses.
Para Siqueira, por trás dessa virada de cenário a favor dos fundos imobiliários está a nova perspectiva para a Selic. “Na nossa visão, o arrefecimento da inflação abre uma possibilidade muito alta de corte de juros. Essa materialidade de um ciclo de queda muda tudo para a indústria”, afirma, em entrevista ao Seu Dinheiro.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), avançou 0,23% em maio — resultado abaixo das estimativas já otimistas dos analistas.
Leia Também
Como a queda da Selic afeta os fundos imobiliários?
Com a convergência da inflação para o centro da meta do Banco Central, a curva brasileira já precifica juros abaixo dos dois dígitos no final de 2024, o que aumenta de forma bastante expressiva a atratividade dos FIIs, de acordo com Siqueira.
“A atividade imobiliária como um todo é aquecida pelo aumento potencial da oferta de crédito imobiliário no Brasil e, assim, os dividendos poderão voltar a superar o retorno dos títulos de renda fixa”, diz o CEO da Trinus e da TG Core.
Além do crescimento na oferta de financiamento — um dos pilares para um setor no qual a necessidade de capital é alta —, Siqueira acredita que o ciclo de queda dos juros também pode melhorar as perspectivas para a comercialização dos imóveis.
Especialista em desenvolvimento imobiliário, o executivo prevê a recuperação da velocidade de venda dos empreendimentos, aumento da demanda e mais disponibilidade de crédito para o consumidor final, o que aumenta sua capacidade de acessar produtos com preços mais elevados.
“Isso melhora muito as perspectivas não só do resultado operacional desses empreendimentos, mas também da nossa capacidade de manter ou aumentar os dividendos para os nossos cotistas.”
VEJA TAMBÉM — Socorro, Dinheirista! Inter saiu da Bolsa Brasileira e eu perdi 50% do meu patrimônio: e agora? Veja detalhes do caso real abaixo:
A estratégia da TG Core para entregar dividendos expressivos
Vale destacar que, mesmo em meio ao ciclo de alta dos juros, o fundo imobiliário TG Ativo Real (TGAR11), carro-chefe da TG Core, conseguiu manter um retorno acima da taxa básica de juros.
Foram distribuídos R$ 17,51 por cota nos últimos 12 meses. E esse rendimento deve crescer ainda mais, segundo Siqueira: “A nossa perspectiva é ampliar a capacidade de pagar dividendo de R$ 1,30, nosso patamar atual, para até R$ 1,50 por cota.”
Para isso, a gestora aposta principalmente nos segmentos de loteamento e incorporação fora do eixo Rio-São Paulo e na parceria com empreendedores regionais.
Siqueira aponta que as grandes incorporadoras brasileiras listadas na B3 representam menos de 20% do mercado residencial do país. Os outros 80% da indústria são altamente pulverizados e estão na mão dos pequenos e médios empreendedores.
“Quando fundamos a holding, há 14 anos, todos os fundos brigavam por esses 20%. A outra grande parcela do mercado ficava às margens do capital porque havia um problema de falta de governança e transparência nas companhias”, conta o CEO.
Para solucionar essas questões e embarcar com mais segurança no que a companhia considerou um “filão de oportunidades”, a Trinus investiu em tecnologia para melhorar a estrutura dos pequenos empreendedores e estruturou fundos de investimento para levar capital a essas empresas. Mas sempre vale ponderar que esse tipo de estratégia também costuma envolver mais riscos.
Fundos imobiliários de carona com o agronegócio?
A estratégia do TGAR11 envolve ainda o investimento em projetos de desenvolvimento imobiliário em regiões ligadas ao agronegócio. De acordo com Siqueira, as áreas com presença forte do agro sofrem menos volatilidades com o cenário macroeconômico.
Considerado o motor de crescimento da economia brasileira, o setor saltou 21,6% no primeiro trimestre e foi o principal responsável pelo resultado acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Mapeamos regiões que têm em suas economias uma maior correlação com o agronegócio e vimos que, normalmente, elas apresentavam um mercado imobiliário mais saudável. E, por ter constatado isso, buscamos investir nesses locais desde a fundação da empresa. Hoje, apesar de termos uma posição nacional com negócios em 25 estados, seguimos concentrados em cidades com forte presença da agropecuária.
Diego Siqueira, CEO da Trinus.co e da TG Core Asset
Atualmente, Goiás é o grande destaque na alocação por estados do portfólio do TGAR11, mas também há posições relevantes no Mato Grosso, Pará, Maranhão, Piauí, Bahia, Tocantins, Minas Gerais e no interior de São Paulo.
Gestor da Itaú Asset aposta em rali de fim de ano do Ibovespa com alta de até 20% — e conta o que falta para a arrancada
Luiz Ribeiro é responsável pelas carteiras de duas famílias de fundos de ações da Itaú Asset e administra um patrimônio de mais de R$ 2,2 bilhões em ativos
Fiagro RURA11 explica o que fez os dividendos caírem 40% e diz quando deve voltar a pagar proventos maiores a seus 89 mil cotistas
De acordo com o relatório gerencial do fundo, o provento será reduzido durante três meses, contados a partir de outubro
Capitânia pede assembleia para discutir troca na gestão do XPPR11, fundo imobiliário gerido pela XP
A Capitânia propõe que a XP seja substituída pela V2 Investimentos na função, casa que atualmente conta com quatro FIIs no portfólio
BTLG11 de volta ao topo: alta da Selic abre oportunidade para comprar o fundo imobiliário favorito para novembro com desconto
Apesar de ter sentido o “efeito Selic” na bolsa, o BTG Pactual Logística não deve ser tão impactado nas frentes operacionais e de receita
Moura Dubeux (MDNE3) anuncia os primeiros dividendos de sua história após trimestre recheado de recordes; CEO diz que meta é “não parar mais” de pagar proventos
Cumprindo a promessa feita aos investidores de distribuir proventos ainda em 2024, a incorporadora depositará R$ 55 milhões na conta dos acionistas em 22 de novembro
Magazine Luiza (MGLU3) “à prova de Selic”: Varejista surpreende com lucro de R$ 102 milhões e receita forte no 3T24
No quarto trimestre consecutivo no azul, o lucro líquido do Magalu veio bem acima das estimativas do mercado, com ganhos da ordem de R$ 35,8 milhões
Ações da Tenda (TEND3) disparam 7% na bolsa após balanço com recordes históricos e guidance de resultados turbinado
A atualização do guidance, com números revisados para cima, era amplamente aguardada pelo mercado e é bem-recebida pelos investidores hoje
Oncoclínicas (ONCO3): Goldman Sachs faz cisão da participação na rede de oncologia e aumenta especulações sobre venda
Após quase uma década desde que começou a investir na empresa, o mercado passou a especular sobre o que o Goldman pretende fazer com a participação na companhia
Itaú (ITUB4) supera Vale (VALE3) e se torna a ação mais indicada para investir em novembro; veja o ranking com recomendações de 13 corretoras
O otimismo dos analistas tem base em dois pilares principais: a expectativa de um balanço forte no 3T24 e a busca por um porto seguro na B3
Fundo imobiliário TRBL11 anuncia dividendos menores e cotas recuam na bolsa; veja o que afeta os proventos
O FII comunicou que pagará R$ 0,62 por cota neste mês, uma queda de cerca de 27% ante à distribuição de outubro.
Ações da EZTec (EZTC3) disparam 9% e lideram Ibovespa após lucro triplicar e construtora anunciar dividendos; é hora de comprar os papéis?
Um dos combustíveis para a disparada é o lucro líquido da companhia, que saltou 239% e ficou em R$ 132,6 milhões no terceiro trimestre
O payroll vai dar trabalho? Wall Street amanhece em leve alta e Ibovespa busca recuperação com investidores à espera de anúncio de corte de gastos
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho nos EUA indicará rumo dos negócios às vésperas das eleições presidenciais norte-americanas
Vale a pena atualizar o valor do imóvel na declaração de IR na tentativa de pagar menos imposto? Fizemos as simulações
Contribuintes podem atualizar valor de imóvel até 16 de dezembro, recolhendo menos IR, mas medida pode não ser tão benéfica quanto parece
Alta de 75% nos dividendos: Fundo imobiliário do Itaú anuncia que proventos devem subir após venda de CRI com ganho milionário
O CRI vendido era uma das maiores posições do portfólio, equivalendo a cerca de 5,95% do patrimônio líquido
As regras do ITBI vão mudar de novo: reforma tributária abre nova possibilidade de cobrança do imposto para compra e venda de imóveis
O contribuinte que antecipar o pagamento para a data da assinatura da escritura no cartório pagará uma alíquota menor
Log (LOGG3) dobra lucro no 3T24 e CEO ainda vê amplo espaço para crescer, mas cenário macro preocupa
Empresa de galpões logísticos mantém planos de expansão, mas juro menor e cumprimento do arcabouço fiscal ajudariam negócio, diz CEO da Log
Financiar imóvel ficará mais difícil? Novas regras de financiamento pela Caixa entram em vigor a partir desta sexta (1º); entenda o que muda
O banco justificou as restrições porque a carteira de crédito habitacional da instituição deve superar o orçamento aprovado para 2024
Os Fiagros estão em crise ou é hora de aproveitar a queda das cotas e investir? Gestores e especialistas indicam onde encontrar as melhores oportunidades no setor
Especialistas apontam que o momento atual permite a compra de ativos sólidos a um preço descontado para quem souber separar o joio do trigo.
Maxi Renda (MXRF11) investe milhões em cotas de outro fundo imobiliário que deve ter rendimento “muito interessante” para a carteira; veja qual é o FII
De acordo com o relatório gerencial do fundo, divulgado ontem, o MXRF11 investiu R$ 69,5 milhões no Pátria Renda Urbana (HGRU11)
Fundo imobiliário TORD11 explica por que vendeu imóveis com prejuízo milionário; cotas do FII acumulam queda de 55% na B3 em 2024
Além da cifra muito inferior à investida, o FII ainda aceitou receber uma entrada de 10% do preço negociado à vista e o restante em 24 parcelas mensais corrigidas pelo IPCA