A REFORMA TRIBUTÁRIA À MODA BRASILEIRA: O SURPREENDENTE ACORDO NO CONGRESSO
Lá fora, os mercados asiáticos fecharam em baixa nesta quinta-feira (6), seguindo as movimentações amplamente negativas dos mercados globais durante o pregão de ontem (5), com os investidores reagindo às últimas atas da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), que mostraram que a maioria das autoridades apoiaria novos aumentos nas taxas de juros, apesar da pausa em junho.
Para piorar, dados decepcionantes do setor de serviços da China e da Europa também pesaram sobre o sentimento do investidor — os dados chineses revelaram uma desaceleração na atividade de serviços, trazendo de volta as preocupações de que a recuperação pós-pandemia na segunda maior economia do mundo possa estar estagnada.
Os mercados europeus e os futuros americanos caem nesta manhã. O documento da autoridade monetária dos EUA também mostrou que os membros discordaram sobre os aumentos das taxas.
Após a reunião de junho, quase todos os participantes esperam que pelo menos um aumento fosse apropriado este ano (alguns esperam dois aumentos). Na Zona do Euro, as vendas no varejo continuam caindo mais do que o esperado, conforme o dado de maio nos mostrou nesta manhã.
A ver…
00:55 — Espaço para alguma definição
No Brasil, as vibrações internacionais até podem ter efeito sobre os ativos locais, mas o que realmente importa é a possibilidade de uma definição no Congresso.
Ao que tudo indica, as diferentes vozes chegaram em um comum acordo na noite de ontem após longa negociação.
Com isso, espera-se que a reforma seja votada entre hoje e amanhã, sem mais atrasos, deixando a questão do Carf e do arcabouço possivelmente para a semana que vem (ou amanhã se a reforma tributária for votada hoje).
Ainda não temos uma versão final, uma vez que mudanças marginais ainda podem acontecer (meu medo é esse negócio virar um monstrengo pior do que já temos hoje, o que é possível, apesar de muito difícil).
Até os descontentamentos dos governadores, liderados por Tarcísio de Freitas, parecem endereçados.
Sim, nos últimos dias, a perspectiva para o mercado se tornou menos favorável, pois a maioria das notícias positivas já foi precificada pelos ativos. O segundo semestre promete.
01:43 — Os americanos estão à espera de mais altas dos juros
Nos EUA, o próximo lote de dados econômicos potencialmente importantes virá antes do fim de semana, começando com as vagas de emprego e a pesquisa de rotatividade de mão de obra, ou JOLTS (sigla em inglês), ambas na esteira para a divulgação hoje.
Isso será seguido pelo relatório de emprego de junho na manhã de sexta-feira. Os dados serão de interesse tanto para investidores quanto para funcionários do Federal Reserve.
Todos nós demos uma olhada no pensamento recente dos formuladores de políticas, com o lançamento das atas da reunião de junho do Fed.
No encontro, as autoridades do Fed decidiram manter a taxa básica de juros estável entre 5% e 5,25% em junho, em um esforço para determinar com mais clareza o efeito cumulativo da política monetária restritiva.
Mas, embora a votação tenha sido unânime, as atas revelam que os membros do comitê não estavam em total união.
A maioria dos participantes observou que deixar a meta inalterada nesta reunião lhes daria mais tempo para avaliar o progresso da economia em direção às metas do Comitê de máximo emprego e estabilidade de preços. Teremos mais altas de juros pela frente.
02:40 — Para onde vai a dívida americana?
Ainda em solo americano, de acordo com um relatório divulgado recentemente pelo Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) dos EUA, estima-se que a dívida federal alcance 181% de dívida sobre o PIB até o final de 2053.
O CBO relaciona o aumento da dívida federal a déficits persistentemente altos. A agência projeta que o déficit aumentará anualmente nas próximas três décadas, chegando a 10% de déficit sobre o PIB em 2053. Isso é brutal.
Nos últimos 100 anos, os déficits atingiram níveis tão elevados apenas durante a Segunda Guerra Mundial e a pandemia da Covid-19.
Com certeza, podemos atribuir o crescimento dos déficits às despesas em alta, especialmente nos programas de saúde, Seguridade Social e juros da dívida, que superam o aumento das receitas. Nos próximos anos, os EUA não têm escolha a não ser realizar o firme ajuste fiscal.
03:20 — Um concorrente para o Twitter
O Instagram da Meta (dona do Facebook), empresa de Mark Zuckerberg, revelou oficialmente o Threads, um aplicativo desenvolvido como rival direto do Twitter, lançando a ameaça mais séria até agora ao site de mídia social de Elon Musk.
No Threads, as pessoas podem postar texto e links e responder ou repassar mensagens de outras pessoas.
O aplicativo também permitirá que os usuários transfiram suas listas de seguidores existentes e nomes de contas do Instagram, bem como o aplicativo de compartilhamento de fotos e vídeos da Meta. Parece ser um concorrente digno.
O momento parece propício para Meta; afinal, desde que Musk adquiriu o Twitter em outubro, a empresa cortou milhares de funcionários, afrouxou suas políticas de moderação de conteúdo e colocou usuários e anunciantes em uma série de desafios técnicos.
Uma substituição, entretanto, não é trivial. Já temos hoje rivais do Twitter, como o Mastodon e o Bluesky, que falham em entregar um produto da mesma qualidade.
O Threads, por sua vez, está mais bem posicionado para atrair anunciantes deslocados do Twitter e lucrar com uma futura recuperação no mercado de publicidade.
04:14 — Uma nova visita ao gigante asiático
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, chegará na China hoje, tornando-se o segundo membro do gabinete de Joe Biden a ir para a capital chinesa nas últimas semanas, enquanto as duas maiores economias do mundo procuram consertar os laços após uma onda de tensões bilaterais.
A viagem de Yellen acontecerá apenas três semanas depois que o secretário de Estado, Antony Blinken, visitou a China, destacando os esforços para restabelecer as linhas de comunicação com seus colegas em Pequim — ambos os países têm muito a ganhar com a cooperação contínua.
Yellen se reunirá com altos funcionários do governo chinês para discutir a importância de administrar com responsabilidade o relacionamento entre EUA e China, comunicar-se diretamente sobre áreas de preocupação e trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios globais, disse o Departamento do Tesouro.
Os encontros ocorrem em um momento em que crescem as preocupações de que a economia mundial está se fragmentando após décadas de globalização.