ALVORADA INESPERADA: O BRILHO DO CRESCIMENTO SUPERA AS EXPECTATIVAS
Lá fora, os mercados asiáticos fecharam em alta nesta segunda-feira, acompanhando os sinais positivos do mercado americano na sexta-feira, com os investidores reagindo positivamente ao aumento do otimismo sobre a saúde da segunda maior economia do mundo, após dados terem mostrado que a atividade manufatureira chinesa expandiu inesperadamente em agosto.
A agenda do dia é mais tranquila neste início de semana por conta do feriado nos EUA, que fecha o mercado por lá hoje.
Os mercados europeus começam a semana igualmente em alta. No final da semana passada, os dados de emprego dos EUA fizeram pressão sobre os investidores.
Ainda há bastante expectativa para estímulos fiscais e monetários na China, o que anima os investidores.
Na agenda, contamos com os dados do comércio alemão (a mudança dos gastos em bens para os gastos em serviços provavelmente reduzirá o comércio global em percentagem do PIB). No Brasil, a semana é esvaziada por feriado na quinta-feira.
A ver…
00:51 — Notas de Superação: O Crescimento que Desafia as Previsões
No cenário doméstico, os investidores foram envolvidos por um clima otimista após a divulgação dos dados do PIB. Várias instituições revisaram suas projeções de crescimento para o Brasil neste ano, elevando a expectativa para um sólido patamar de 3%.
Se esse ritmo se mantiver, é possível que o Brasil recupere sua oitava posição no ranking global de economias já no próximo ano.
Esse impulso foi resultado de um PIB que superou as expectativas na última quinta-feira.
No entanto, essa confiança será testada com os dados de produção industrial na terça-feira, que podem mostrar uma desaceleração e uma queda de cerca de 0,30% em julho, em contraste com o aumento de 0,1% em junho.
No entanto, a principal preocupação não reside na atividade econômica, mas sim no aspecto fiscal. O objetivo de alcançar um déficit zero no orçamento é considerado ilusório e o orçamento para 2024 é percebido como uma peça fictícia.
Além disso, falta apoio no Congresso para aprovar as medidas necessárias para recompor a receita, como a tributação de fundos exclusivos e offshores.
Nesse sentido, o alívio fiscal dependerá das dinâmicas políticas em Brasília, que podem ou não avançar com a agenda econômica necessária.
01:49 — Descansando depois do payroll de sexta-feira
Os mercados de ações e títulos dos Estados Unidos permanecerão fechados na segunda-feira devido ao Dia do Trabalho.
Os investidores estão programados para retornar na terça-feira após um fim de semana prolongado, marcando o início de uma semana agitada repleta de relatórios de lucros corporativos, reuniões de analistas e novos dados econômicos dos Estados Unidos.
Na sexta-feira passada, o relatório de folhas de pagamento (payroll) confirmou a tendência observada em outros indicadores de emprego, como os dados JOLTS e ADP, indicando que o mercado de trabalho dos EUA está desacelerando.
Isso fortaleceu a expectativa dos investidores de que o Federal Reserve (Fed) fará uma pausa adicional no aperto de sua política monetária neste mês.
No entanto, é importante ressaltar que é prematuro apostar no fim do ciclo de aumento das taxas de juros, uma vez que a inflação continua bem acima da meta de 2%.
Os principais eventos econômicos da semana, que é mais curta devido ao feriado, incluirão a divulgação de dados sobre encomendas às fábricas, pedidos iniciais de subsídio de desemprego e crédito ao consumidor.
Esses lançamentos colocarão uma pressão adicional sobre o Federal Reserve, que também será escrutinado com a publicação do Livro Bege para setembro.
Atualmente, a ferramenta CME FedWatch indica uma probabilidade de apenas 7% de um aumento de 25 pontos-base na taxa de juros na próxima reunião do Fed, agendada para 19 e 20 de setembro, enquanto as negociações nos contratos de fundos federais sugerem uma probabilidade ligeiramente superior a 35% de que um aumento nas taxas de juros de 25 pontos-base ocorra antes ou na reunião de novembro.
02:38 — Alguém lembra do G20
Na agenda internacional, os líderes dos governos do G20 estão agendados para se reunir esta semana. No entanto, tanto o presidente russo, Vladimir Putin, quanto o presidente chinês, Xi Jinping, anunciaram que não planejam comparecer, o que reduz a relevância do evento — a ausência de Putin já era esperada, mas a decisão de Xi cria uma situação um tanto desconfortável.
Poderia ser uma ideia interessante se outros líderes governamentais também optassem por não comparecer. Em um mundo onde o nacionalismo econômico está em ascensão, não está claro qual é o propósito de um grupo tão diversificado como o G20.
O que costumava ser um fórum para que as economias discutissem questões relevantes agora parece cada vez mais desconsiderado.
03:25 — Vem mais corte aí
O mercado de energia poderá enfrentar turbulências à medida que detalhes sobre o novo acordo de corte na oferta da OPEP+ liderada pela Rússia são divulgados.
O preço do petróleo continuou sua recuperação, atingindo o nível mais alto desde novembro, impulsionado pelas expectativas de que os líderes da OPEP+ vão apertar o mercado com reduções na oferta.
O West Texas Intermediate, um referencial dos Estados Unidos, subiu em sua oitava sessão consecutiva, aproximando-se de US$ 86 por barril.
Na semana passada, a Rússia anunciou sua intenção de estender as restrições às exportações de petróleo, com mais detalhes sobre essas reduções a serem divulgados nos próximos dias.
O preço do Brent, referência global do petróleo, já ultrapassou a marca dos US$ 88 por barril.
A Arábia Saudita, que junto com Moscou exerce influência significativa na aliança OPEP+, é amplamente esperada pelos investidores para seguir o exemplo, prorrogando suas restrições voluntárias até outubro.
No entanto, essa ação pode gerar preocupações em relação à inflação e aumentar a pressão sobre as autoridades monetárias para lidar com esse cenário.
04:12 — A esperava interminável pelos estímulos
As ações chinesas registraram ganhos após a implementação de novas medidas de apoio ao setor imobiliário pelo país, representando as mais recentes ações em uma campanha intensificada para revitalizar esse setor que tem impactado negativamente a economia.
O Hang Seng China Enterprises Index, um índice que reflete o desempenho de empresas chinesas listadas em Hong Kong, avançou até 3,6%. Além disso, um indicador da Bloomberg Intelligence relacionado às ações de empresas imobiliárias subiu mais de 8%.
A China está demonstrando sua firme determinação política ao adotar essas medidas, após uma série de abordagens fragmentadas não terem conseguido conter a desaceleração desse setor.
Além disso, as transações imobiliárias nas principais cidades chinesas registraram um aumento significativo durante o fim de semana, após a flexibilização das regras hipotecárias na semana passada.
Esses desenvolvimentos também são de relevância para o mercado de commodities, que agora encontra um novo nível de suporte.