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MERCADOS HOJE

Bolsa agora: Ibovespa acompanha melhora em NY após novo resgate ao sistema bancário e fecha em alta; dólar cai mais de 1%

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16 de março de 2023
7:24 - atualizado às 17:43

RESUMO DO DIA: O dia foi de alívio para aqueles que apostavam em uma crise bancária generalizada que pudesse contaminar todo o ambiente econômico. O Credit Suisse conseguiu aliviar a tensão na Europa após pegar um empréstimo de US$ 54 bilhões do Swiss National Bank e, nos Estados Unidos, 11 bancos foram ao resgate do First Republic Bank, em uma tentativa de segurar a crise.

O movimento funcionou e as bolsas globais fecharam em alta, incluindo o Ibovespa. A "salvação", no entanto, volta a colocar na mesa a possibilidade de uma alta dos juros por parte do Federal Reserve.

Confira o que movimenta os mercados hoje:

SOBE E DESCE DO IBOVESPA

Confira as maiores altas do dia:

CÓDIGONOMEULTVAR
LWSA3Locaweb ONR$ 6,7613,04%
CVCB3CVC ONR$ 3,328,14%
PETZ3Petz ONR$ 6,828,08%
RENT3Localiza ONR$ 55,795,46%
CASH3Meliuz ONR$ 1,084,85%

Confira também as maiores quedas da sessão:

CÓDIGONOMEULTVAR
TAEE11Taesa unitsR$ 35,75-4,03%
ENEV3Eneva ONR$ 11,37-3,07%
ASAI3Assaí ONR$ 16,25-2,93%
VIIA3Via ONR$ 2,06-2,83%
EGIE3Engie ONR$ 40,91-2,76%
VAQUINHA DE BILHÕES: 11 BANCOS VÃO AJUDAR O FIRST REPUBLIC BANK A NÃO QUEBRAR

O Federal Reserve (Fed) decidiu aderir ao crowdfunding para resolver os problemas do sistema bancário dos EUA — só que neste caso a vaquinha on-line terá participação restrita: 11 bancos norte-americanos vão rachar a conta para não deixar o First Republic Bank quebrar. 

Sem dar muitas explicações, o Departamento do Tesouro dos EUA, o Fed, e a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) comunicaram nesta quinta-feira (16) que 11 bancos norte-americanos anunciaram US$ 30 bilhões em depósitos para o First Republic Bank. 

“Essa ação que mostra o apoio de um grupo de grandes bancos é muito bem-vinda e demonstra a resiliência do sistema bancário norte-americano”, diz a nota conjunta. 

Os principais bancos que fazem parte da vaquinha do Fed incluem o JPMorgan Chase, o Bank of America, o Wells Fargo, o Citigroup e o Truist.

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FECHAMENTO

O Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,74%, a 103.434 pontos

FECHAMENTO EM NOVA YORK

As bolsas em Nova York reagiram com grande entusiasmo ao plano de resgate de 11 bancos ao First Republic Bank. Essa não foi a única notícia a animar os investidores.

O Tesouro Americano, em conjunto com o Federal Reserve e o Fundo Garantidor de Crédito dos Estados Unidos (FDIC, na sigla em inglês), soltaram uma nota conjunta afirmando que o apoio dos bancos mostra a resiliência do setor bancário.

Assim, as bolsas em Wall Street encerraram o dia próximas das máximas:

  • Nasdaq: +2,48%
  • Dow Jones: + 1,17%
  • S&P 500: +1,76%
FECHAMENTO

O dólar à vista encerrou o dia em queda de 1,03%, a R$ 5,2398

FECHAMENTO

O petróleo do tipo brent encerrou o dia em alta de 1,37%, a US$ 74,70

DESTAQUE DO DIA

O dia é de forte avanço para o setor de proteína na bolsa nesta quinta-feira (16), após uma notícia da Reuters indicar que a China pode voltar a ter problemas com a gripe suína — poucos meses após terminar de reconstruir o seu rebanho destruído no último surto da doença. 

Segundo informações divulgadas pela Reuters, os novos casos começaram a surgir em janeiro, após o ano novo lunar chinês, feriado em que milhões de pessoas se deslocam pela região. A publicação informa que os fazendeiros chineses já começaram a ampliar os processos sanitários para tentar conter a doença, ainda carregando os traumas do surto de 2018.  

A doença é capaz de reduzir drasticamente o tamanho dos rebanhos, o que provocou uma forte alta nos preços da carne de porco e o aumento do consumo da carne bovina — fatores que favoreceram empresas brasileiras que exportam para o gigante asiático. 

As ações da JBS (JBSS3) e da Marfrig  (MRFG3) figuram entre os melhores desempenhos do dia, com avanços superiores a 5%. Acompanhe a nossa cobertura completa de mercados e confira os desempenhos dessa sessão:

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AO RESGATE

A expectativa de que um grupo de bancos resgatem o Firrst Republic Bank com cerca de US$ 20 bilhões de dólares, noticiado pela imprensa americana, tem alimentado o bom humor do mercado e levado os índices globais às máximas.

FECHAMENTO NA EUROPA
  • Frankfurt: +1,63%
  • Londres: +0,90%
  • Paris: +2,03%
  • Madri: +1,45%
  • Stoxx 600: +0,16%
A ÚLTIMA DANÇA?

O TikTok encontra-se entre a cruz e a espada. Em uma escalada do embate entre os Estados Unidos e a rede social, o governo Biden deu um ultimato à empresa: ou os proprietários chineses, incluindo a ByteDance, vendem suas participações na empresa ou o aplicativo será banido dos EUA, segundo informações do jornal Wall Street Journal.

A ameaça norte-americana mostra uma mudança radical de posicionamento de Biden, que vinha recebendo críticas dos republicanos pela falta de medidas duras contra a “ameaça à segurança nacional”, expressão usada desde o governo de Donald Trump.

Por ter como controladora uma empresa chinesa, as autoridades dos EUA temem que a presença do TikTok no país aumente as chances de espionagem ou manipulação por parte da China.

Com mais de 100 milhões de usuários nos Estados Unidos, os negócios do TikTok no país são avaliados entre US$ 40 bilhões e US$ 50 bilhões.

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MELHORA EM NOVA YORK

As preocupações com o impacto da crise bancária no mercado de ações pressionou as bolsas em Nova York no início das negociações, mas a melhora em Wall Street faz com que o Ibovespa tente se firmar em alta.

COMO ANDAM OS MERCADOS

Com a agenda local esvaziada, o Ibovespa acompanha o desempenho dos mercados internacionais. Por isso, o índice da bolsa brasileira tem operado instável, com impulso para o tom positivo e sobe 0,40%, aos 103.090 pontos.

Por aqui, os investidores aguardam novas sinalizações, bem como a apresentação, do novo arcabouço fiscal. O presidente Lula deve se reunir com ministros nesta sexta-feira (17) para discutir a proposta, já elaborada pela pasta econômica. Apenas após a aprovação de Lula, o texto será encaminhado ao Congresso Nacional.

Os destaques da bolsa são Petz (PETZ3), que avança maios de 10% nos últimos minutos, com aumento de participação da Atmos Capital Gestão e Recusos para 5,45% do capital social da varejista. Além disso, os frigoríficos operam em forte alta com o eventual aumento de demanda, em decorrência de casos de gripe suína na China.

Na ponta negativa, os destaques vão para Taesa (TAEE11) com investidores repercutindo o balanço trimestral da companhia e Méliuz (CASH3), que sofre um movimento de correção após alta acima de 14% na sessão anterior e renúncia de diretores da empresa de cashback. As empresas ligadas a commodities metálicas caem em bloco com o recuo de 2,80% do minério de ferro em Dalian, na China.

No exterior, os mercados tentam absorver a cautela sobre os bancos. Contudo, a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de elevar a taxa de juros em 50 pontos-base tem resultado em mais aversão ao risco. Isso porque, no entendimento dos mercados, o BCE ignorou o atual cenário de crise bancária e o temor é de que o mesmo aconteça nos EUA, com a reunião do Federal Reserve na próxima quarta-feira (22).

Apesar disso, as bolsas americanas conquistaram o fôlego na última meia hora e sobem:

  • Dow Jones: +0,28%;
  • S&P 500: +0,83%;
  • Nasdaq: +1,30%.

JUROS FUTUROS SOBEM

Com as expectativas sobre as decisões sobre os juros americanos e brasileiros na próxima semana, após o BCE elevar a taxa básica em 50 pontos-base, a cautela volta a impulsionar os juros futuros. Os DIs operam com viés altista em toda a curva. Confira:

CÓDIGONOME ULT  FEC 
DI1F24DI Jan/2412,99%12,95%
DI1F25DI Jan/2512,12%12,06%
DI1F26DI Jan/2612,27%12,23%
DI1F27DI Jan/2712,52%12,51%

O Ibovespa, que opera instável com o exterior, tenta firmar-se em tom positivo com alta de 0,41%, aos 103.098 pontos.

BCE VÊ MELHORA NA INFLAÇÃO EUROPEIA

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou que houve uma "melhora" na inflação da Zona do Euro, em entrevista coletiva após a decisão de elevar os juros em 50 pontos-base.

Lagarde ainda disse que a decisão de subir os juros foi "robusta" para o atual cenário econômico da região. "Não vamos recuar do nosso compromisso de combate a inflação."

Por fim, a dirigente do BCE falou que há divergências em decisão monetária, em meio a incertezas sobre bancos. No documento da decisão, o banco central europeu destacou que a alta nos juros considerou um cenário anterior à crise do Credit Suisse, que trouxe cautela aos mercados ontem (15).

CREDIT SUISSE RECEBE AJUDA E BUSCA POSSÍVEL COMPRADOR

Em meio a uma longa crise que ganhou contornos dramáticos, o Credit Suisse conseguiu um fôlego adicional com o anúncio de que o Banco Central do país forneceu uma linha de crédito de US$ 54 bilhões (R$ 285 bilhões). A notícia fez as ações do banco suíço dispararem até 40% nas primeiras horas desta quinta-feira (16).

Mas o movimento perdeu força ao longo da manhã e, por volta das 11h, os papéis avançavam “apenas” 20%. Em comunicado conjunto, o Swiss National Bank e o órgão regulador do país afirmam que o Credit possui capital e liquidez para honrar o empréstimo.

O “PIX” do BC suíço veio depois que o principal acionista do Credit Suisse, o Saudi National Bank (SNB), se negou a ampliar a ajuda ao banco.

O grupo saudita alega que não pode aumentar a participação na instituição, que já beira o limite estabelecido pelo regulador de 10%. A notícia fez as ações do Credit Suisse desabarem mais de 20% ontem.

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O Ibovespa perdeu o fôlego há pouco e opera volátil, com peso do exterior após a decisão do BCE em elevar os juros em 50 pontos-base. O temor de que o Federal Reserve siga o exemplo e continue com o aperto monetário voltou ao radar.

MARFRIG (MRFG3) ENTRA EM LEILÃO

As ações de Marfrig (MRFG3) entraram em leilão há pouco, após subir mais de 10%. Os investidores repercutem rumores de gripe suína na China, o que aumentaria a demanda por carne brasileira.

MÉLIUZ (CASH3) CAI 2%

As ações da Méliuz (CASH3) operam em queda de 2,91%, a R$ 1,00, no Ibovespa, e figura entre as maiores quedas do dia, após subir 14% na sessão anterior.

Além de uma movimento de correção, os investidores repercutem a renúncia do diretor financeiro e de relações com investidores Luciano Valle, reportada ontem (15) pela companhia após o fechamento dos mercados.

O diretor de recursos humanos, Lucas Marques, também renunciou ao cargo. A decisão foi por motivos "estritamente pessoais", segundo o documento.

As movimentações no alto escalão aconteceram um dia após a Méliuz reportar o balanço do quarto trimestre. Em teleconferência sobre os resultados, a companhia informou que o dinheiro proveniente da venda do Bankly será distribuído aos acionistas.

SOBE E DESCE DA BOLSA

Confira as maiores altas:

CÓDIGONOMEULTVAR
MRFG3Marfrig ONR$ 7,549,75%
JBSS3JBS ONR$ 20,697,48%
BRFS3BRF ONR$ 7,197,47%
BEEF3Minerva ONR$ 11,866,94%
MRVE3MRV ONR$ 7,895,91%

E as maiores quedas do dia:

CÓDIGONOMEULTVAR
TAEE11Taesa unitsR$ 36,28-2,60%
BRAP4Bradespar PNR$ 26,40-1,42%
SLCE3SLC AgrícolaR$ 45,98-1,12%
EGIE3Engie ONR$ 41,60-1,12%
IGTI11Iguatemi ONR$ 19,40-1,02%

O Ibovespa sobe 0,35%, aos 103.035 pontos e destoa do exterior após a decisão do BCE.

O dólar à vista cai a R$ 5,2839, em baixa de 0,08%.

FRIGORÍFICOS SOBEM COM RUMORES

Os frigoríficos sobem em bloco no Ibovespa e lideram as altas do dia. Os investidores repercutem rumores de aumento em casos de gripe suína na China, o que ocasionaria a demanda por mais carnes brasileiras.

Confira:

CÓDIGONOMEULTVAR
JBSS3JBS ONR$ 20,436,13%
MRFG3Marfrig ONR$ 7,225,09%
BEEF3Minerva ONR$ 11,634,87%
BRFS3BRF ONR$ 6,984,33%
ABERTURA DE NOVA YORK

As bolsas americanas abrirem em tom negativo com a decisão do BCE, que elevou a taxa de juros em 50 pontos-base em meio à crise do Credit Suisse.

Os investidores operam cautelosos com a possibilidade do Federal Reserve (Fed) seguir o exemplo do BCE e manter o aperto monetário. O banco central americano se reúne na próxima quarta-feira (22).

  • Dow Jones: -0,68%;
  • S&P 500: -0,58%;
  • Nasdaq: -0,43%.

FAZ O PIX

Em desenvolvimento desde 2019, o Pix americano finalmente tem data marcada para ser lançado. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anunciou que a estreia do sistema de pagamentos instantâneos, o FedNow, acontecerá em julho deste ano.

Em teste desde setembro do ano passado, o novo método de pagamentos agora entra na reta final de ajustes. Em comunicado recente, o Fed solicitou aos bancos, em comunicado, que trabalhassem "a todo vapor" para ingressar na ferramenta.

O pedido do BC norte-americano acontece em meio aos temores sobre os riscos à estabilidade financeira dos EUA após a crise bancária no país.

Desde a última sexta-feira (10), dois bancos declararam falência e fecharam as portas — e os tremores seguem impactando outras instituições financeiras, como o Credit Suisse.

Leia mais.

FUTUROS DE NY CAEM APÓS BCE

Os índices futuros de Nova York, que operavam mistos, firmaram-se em tom negativo após a decisão do BCE. Confira:

  • Dow Jones futuro: -0,36%;
  • S&P 500: -0,28%;
  • Nasdaq: -0,06%.
REAÇÃO AO BCE

Após o Banco Central Europeu (BCE) elevar a taxa de juros em 50 pontos-base, os mercados europeus perderam o fôlego. O euro também perdeu força, mas segue as negociações em tom positivo, a US$ 1,0596..

  • Paris: +0,50%;
  • Frankfurt: +0,12%;
  • Milão: -0,41%;
  • Euro Stoxx 50: +0,45.
BCE ELEVA TAXA DE JUROS

O Banco Central Europeu (BCE) elevou a taxa de juros em 50 pontos-base, em continuidade com o aperto monetário. Essa é a sexta alta consecutiva promovida pela autarquia.

Sendo assim, as taxas europeias ficam da seguinte maneira:

  • Taxa de refinanciamento: 3,50% ao ano;
  • Taxa de depósitos: 3% ao ano;
  • Taxa de empréstimo: 3,75% ao ano.

Em comunicado, o BCE afirmou que as "tensões recentes trazem incertezas adicionais a projeções de inflação e PIB" e que segue monitorando os recentes acontecimentos "de perto" e agirá "se necessário".

Vale lembrar que ontem (15), os mercados operaram cautelosos após o Saudi National Bank, principal acionista do Credit Suisse, descartar apoio financeiro ao banco suíço.

Ainda no comunicado, o BCE informou que "as novas projeções [de inflação] foram concluídas antes das tensões recentes do mercado", mas sem mencionar a crise do Credit Suisse.

ABERTURA DO IBOVESPA

O Ibovespa abriu em leve alta 0,30%, aos 102.981 pontos, em recuperação da sessão anterior. O índice opera em contramão dos futuros americanos, que seguem sem direção única.

MATHEUS SPIESS: MERCADO EM 5 MINUTOS

VIVEMOS MUITO TEMPO NA BONANÇA: CHEGOU A HORA DE PAGARMOS A CONTA

Lá fora, os mercados de ações asiáticos caíram nesta quinta-feira depois que os ativos em Wall Street afundaram ontem, com destaque para a queda nas ações do Credit Suisse, que reacendeu as preocupações sobre uma possível crise bancária após a quebra de dois bancos nos EUA — as ações em Xangai, Tóquio, Hong Kong e Sydney caíram, revertendo os ganhos de quarta-feira.

Na Europa, a manhã é de recuperação, ao menos por enquanto, momento em que a maior parte dos futuros americanos cai. Na quarta-feira, o índice S&P 500 perdeu 0,7% depois de chegar a cair até cerca de 2,1% no dia, quando as ações do Credit Suisse caíram 30%, percentual que foi se diluindo ao longo da tarde. Há um nervosismo sobre a força dos bancos globais que estão sob pressão dos aumentos das taxas de juros.

A queda do Credit Suisse abala o já fragilizado humor dos investidores. Podemos dizer que pagamos o preço do estresse gerado pelo aumento dos juros, depois de muitos anos com política monetária demasiadamente frouxa, o que deixou os mercados e os investidores viciados em liquidez. Os ativos brasileiros acompanham os movimentos de estresse internacional, enquanto esperam pela apresentação do novo arcabouço fiscal.

A ver…

00:52 — O Senhor Mistério

Por aqui, os investidores operam cautelosamente, em compasso de espera pela semana que vem, quando teremos a nossa reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e pela apresentação da regra que substituirá o teto de gastos. Enquanto isso, acompanhamos o humor internacional, que nos levou de voltar aos 100 mil pontos ontem, antes de conseguirmos nos recuperar de volta para os 102 mil pontos. O estresse levou o dólar para novas máximas, num típico movimento de aversão ao risco.

Nos bastidores, esperamos novidades sobre o debate em plenário da taxa Selic, que acontecerá no Senado com a presença de Campos Neto, Haddad, Tebet e economistas, ainda sem data confirmada.

Ainda nesta quinta-feira, alguns agentes devem acompanhar o depoimento de Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americana que comandou a companhia por 20 anos, na CVM. Gutierrez é considerado um sujeito bastante misterioso (para se ter uma ideia, há apenas uma foto dele na internet). Curiosamente, ele é quem pode esclarecer os detalhes da história, já que é até hoje o maior acionista pessoa física, depois do pessoal da 3G.

01:36 — Para além dos bancos regionais

Nos EUA, o S&P 500 terminou a quarta-feira em baixa de 0,7%, depois de cair mais de 2% no início da tarde. A notícia do dia foi uma crise em curso no Credit Suisse, o segundo maior credor da Suíça e um banco de investimento global, responsável pela gestão de patrimônio com clientes em vários continentes. O estresse atingiu os grandes bancos dos EUA, como Morgan Stanley, JPMorgan e Goldman Sachs.

As ações do Credit Suisse, que atingiram seu pico acima de US$ 75 por ação em 2007, antes da crise financeira global, entraram no ano de 2023 em torno de US$ 3 e fecharam em US$ 2,16 ontem, uma queda de 14%. Outros bancos europeus também caíram muito, como o Société Générale, que caiu 12%, o Deutsche Bank, que cedeu 7%, e o UBS Group, que perdeu 6,3%.

O gatilho para a queda generalizada foi a identificação de fraquezas materiais nos relatórios financeiros de 2021 e 2022 do Credit Suisse, além da notícia de hoje de que o Saudi National Bank não forneceria mais capital para manter sua participação abaixo de 10%. O aperto do ano passado está claramente tendo um impacto nos mercados financeiros e de empréstimos, que eventualmente flui para a economia real.

Os bancos, sem dúvida, serão mais cautelosos a partir daqui, dificultando a obtenção de crédito e desacelerando o crescimento. Essa é a política de taxa de juros do Fed em ação. O Comitê Federal de Mercado Aberto se reúne na próxima semana para determinar para onde essas taxas vão. As autoridades do Fed deixaram claro que querem errar para o lado de apertar demais, em vez de apertar de menos.

02:50 — Quem poderá nos defender?

Depois do caos iniciado nas primeiras horas de ontem em Zurique, o Credit Suisse, um banco global sistemicamente importante, recorreu à reguladora suíça, a Finma, para que ela demonstrasse apoio público às contas do banco. Dito e feito.

No final do dia, o órgão garantiu ao mercado que o Credit Suisse atende às exigências de capital e liquidez. Além disso, o Banco Central da Suíça admitiu que forneceria liquidez ao Credit Suisse. E foi exatamente isso que aconteceu.

Ainda na noite de ontem, o Credit Suisse disse que usaria um suporte do banco central suíço e tomaria empréstimos (linha de liquidez) de até 50 bilhões de francos suíços (US$ 53,7 bilhões).

A notícia traz um pouco mais de calma aos mercados. O Credit Suisse tem lutado contra problemas há anos, incluindo perdas relacionadas ao colapso em 2021 da empresa de investimentos Archegos Capital. A crise recente dos bancos regionais nos EUA apenas reacendeu as preocupações com os setores financeiros. Há quem diga que, para solucionar a questão, uma fusão entre UBS e CS pode acontecer.

03:37 — Uma reunião difícil

O Banco Central Europeu (BCE) reúne-se hoje para tratar de sua política monetária. Será uma reunião difícil, considerando que o Credit Suisse acabou de acessar a liquidez do Swiss National Bank. Ainda assim, a autoridade monetária deverá aumentar as taxas de juros em 50 pontos-base para 3,5%.

Em outras palavras, é improvável que o súbito colapso de uma série de bancos dos EUA e o próprio nervosismo com o CS coloque em xeque a alteração da taxa, prometida no mês passado.

Na sequência da divulgação da decisão, a presidente do BCE, Christine Lagarde, concede entrevista coletiva, podendo dar mais detalhes sobre o ritmo da política monetária nos próximos meses, bem como esclarecer seu posicionamento em relação aos riscos dos bancos nos EUA e na Europa.

Por enquanto, o contágio nos mercados europeus foi limitado. O ponto principal é que o BCE está em uma luta determinada contra a inflação e não pode se dar ao luxo de se distrair.

04:19 — Os efeitos sobre o consumidor

A presidente do BCE, Christine Lagarde, já declarou mais de uma vez o seu desejo de combater a inflação custe o que custar. Geralmente, porém, é o consumidor que está sujeito ao trauma contundente do endurecimento das políticas monetárias. As taxas de juros mais altas aumentam os custos da dívida existentes. Isso pode limitar a capacidade dos consumidores de gastar, já que uma parte maior de sua renda é usada para pagar dívidas existentes.

Ao mesmo tempo, taxas mais altas desencorajam novos empréstimos dependendo se o consumidor está conscientemente ou inconscientemente pedindo dinheiro emprestado. Se um consumidor decidir conscientemente pedir dinheiro emprestado para fazer uma compra, é provável que taxas mais altas desacelerem o crédito. Se um consumidor está contraindo empréstimos inconscientemente, é menos provável que as mudanças nas taxas de juros desacelerem o crédito.

A decisão de pedir dinheiro emprestado é “forçada” pelo desejo de manter os padrões de vida quando os salários reais não crescem. Os empréstimos recentes do consumidor tornaram-se cada vez mais inconscientes. Para retardar o endividamento inconsciente, os aumentos das taxas podem ser menos eficazes. Por isso ainda não vimos as autoridades monetárias dos países centrais diminuindo o ritmo do aperto.

ABERTURA DOS JUROS FUTUROS

A curva de juros futuros (DIs) operam com viés de alta, mas próxima da estabilidade. Enquanto isso, os títulos do Tesouro americano, os Treasuries, seguem em queda com expectativa de postura mais branda do Federal Reserve.

Confira:

CÓDIGONOMEULT FEC 
DI1F24DI Jan/2412,95%12,95%
DI1F25DI Jan/2512,08%12,06%
DI1F26DI Jan/2612,25%12,23%
DI1F27DI Jan/2712,53%12,51%
LUCRO DA TAESA CAI NO 4T22

Empresa queridinha dos investidores que gostam de ter dividendos pingando na conta, a Taesa (TAEE11) registrou lucro líquido de R$ 22,8 milhões no quarto trimestre de 2002.

O resultado pelas normas contábeis internacionais (IFRS) representa uma queda de 94,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. No ano, o lucro da empresa de transmissão de energia recuou 34,5%, para R$ 1,449 bilhão.

Entre os fatores que derrubaram o resultado da Taesa está a queda da inflação, que se reflete na correção dos contratos das concessões da companhia.

Apesar da queda no lucro, a empresa manteve a tradição de boa pagadora de dividendos e distribuiu quase R$ 1,7 bilhão aos acionistas no ano passado, incluindo uma parcela referente ao resultado de 2021.

Leia mais.

O Ibovespa futuro renova máxima e sobe 0,21%, aos 103.680 pontos.

ABERTURA DO DÓLAR

O dólar à vista abriu em baixa de 0,35%, a R$ 5,2760.

ABERTURA DO IBOVESPA FUTURO

O Ibovespa futuro abriu em leve queda de 0,03%, aos 103.610 pontos, enquanto os futuros americanos operam sem direção definida.

O cenário doméstico segue com a agenda esvaziada. Os investidores aguardam a apresentação do novo arcabouço fiscal, que segundo o presidente da República Lula deve ser divulgado até a próxima semana.

No exterior, a cautela sobre os bancos deve arrefecer-se após o Banco Central da Suíça "oferecer" ajuda ao Credit Suisse, em meio à crise financeira da instituição.

COMMODITIES DIGEREM CAUTELA

Ao digerir a cautela do dia anterior, as commodities operam sem direção única.

O minério de ferro, negociado em Dalian, na China, registra baixa de 2,80%, com a tonelada a US$ 130,70, repercutindo a forte aversão ao risco nas bolsas internacionais ontem (15).

O petróleo tipo Brent ensaia recuperação e sobe 0,31%, com o barril a US$ 73,93.

BALANÇOS DO DIA

A temporada de balanços do quarto trimestre segue em reta final. Nesta quinta-feira (16), 22 empresas divulgam os resultados. Confira:

ANTES DA ABERTURA

  • SmartFit

DEPOIS DO FECHAMENTO

  • Alliar
  • Bemobi
  • Cemig
  • CPFL Energia
  • Cyrela
  • EcoRodovias
  • Energisa
  • EzTec
  • Fleury
  • Infracommerce
  • JHSF
  • Light
  • Plano&Plano
  • Priner
  • T4F
  • Track&Field
  • Triunfo
  • Vitru Educação
  • Vittia
  • Vivara
  • Wiz
IGP-10 DE MARÇO

O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) registrou alta de 0,05% em março, depois de avançar 0,02% em fevereiro, informou há pouco a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O dado veio melhor que a mediana das estimativas do mercado, que projetavam alta de 0,08% em março.

No ano, o índice acumula alta de 0,12% e em 12 meses, avanço de 1,12%.

O IGP-10 é medido por preços no atacado, ao consumidor e construção civil. O período da coleta de preços para o indicador de março foi de 11 de fevereiro a 10 de março.

AGENDA DO DIA
HORÁRIOPAÍS / REGIÃOEVENTO
8hBrasilIGP-10 em março
9h30EUANovos pedidos de auxílio-desemprego na semana
9h30EUAÍndice de atividade industrial do Fed Filadélfia em março
10h15Zona do EuroDecisão de juros do BCE
10h45Zona do EuroColetiva sobre decisão de juros do BCE
Fonte: Investing.com

DAY TRADE NA B3

Após o fechamento do último pregão, identifiquei uma oportunidade de swing trade baseada na análise quant - compra dos papéis da Eletrobras (ELET3).

ELET3: [Entrada] R$ 34.11; [Alvo parcial] R$ 35.86; [Alvo] R$ 38.49; [Stop] R$ 31.19

Recomendo a entrada na operação em R$ 34.11, um alvo parcial em R$ 35.86 e o alvo principal em R$ 38.49, objetivando ganhos de 12.9%.

O stop deve ser colocado em R$ 31.19, evitando perdas maiores caso o modelo não se confirme.

Leia mais.

FUTUROS DE NOVA YORK OPERAM SEM SINAL ÚNICO

Os índices futuros das bolsas de valores de Nova York amanheceram sem direção definida nesta quinta-feira.

Os investidores repercutem o fato de o Credit Suisse ter aceitado a ajuda financeira do banco central da Suíça.

Nas próximas horas, investidores vão acompanhar dados econômicos dos EUA e decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Confira:

  • Dow Jones Futuro: -0,14%
  • S&P 500 Futuro: -0,08%
  • Nasdaq Futuro: +0,29%

BOLSAS DA EUROPA ABREM EM ALTA

As principais bolsas de valores da Europa abriram em alta nesta quinta-feira.

Os investidores repercutem o resgate promovido pelo Banco Nacional da Suíça ao Credit Suisse. As atenções também estão voltadas para o resultado da reunião do Banco Central Europeu (BCE).

A autoridade monetária europeia deve elevar os juros em 50 pontos-base, como sinalizado na última reunião. Porém, os problemas com os bancos americanos e com o Credit Suisse levantam uma hipótese de aperto mais moderado.

Confira:

  • Frankfurt: +0,75%
  • Paris: +1,05%
  • Londres: +1,15%
  • Euro Stoxx 50: +1,00%
BOLSAS DA ÁSIA FECHAM EM BAIXA

As principais bolsas de valores da Ásia fecharam em baixa nesta quinta-feira.

Os investidores da região repercutiram o tombo nas ações do Credit Suisse em meio a temores quanto a uma possível crise no setor financeiro após a recente quebra de dois bancos nos EUA.

Confira:

  • Xangai: -1,12%
  • Nikkei: -0,80%
  • Hang Seng: -1,72%
CREDIT SUISSE ACEITA AJUDA DO BC DA SUÍÇA

O Credit Suisse anunciou a intenção de acessar uma linha de liquidez adicional fornecida à instituição pelo Banco Nacional da Suíça (SNB, o banco central do país) no valor de até 50 bilhões de francos suíços, o equivalente a US$ 54 bilhões.

Segundo o Credit, esse reforço de liquidez dará suporte aos principais negócios e clientes do banco, à medida que a instituição busca tornar-se um "banco mais simples e focado nas necessidades do cliente".

O Credit informou ainda que vai comprar de detentores uma parcela de sua dívida, em uma oferta que expira em 22 de março.

O resgate ocorre em um momento no qual o Credit Suisse, um dos mais tradicionais bancos de investimento do mundo, atravessa uma crise de credibilidade e de liquidez.

REPORTAGEM ESPECIAL: OS SETE ERROS DA HAPVIDA (HAPV3)

No dia 1º de março, a B3 viu uma cena que se repetiu poucas vezes em sua história: uma ação derretendo mais de 30%, em meio a um balanço apenas marginalmente pior que o esperado. A protagonista do tombo homérico foi a Hapvida (HAPV3) — que, desde então, acumula uma queda de quase 50%. 

Apesar de o episódio ser um marco na história da operadora de saúde, o pesadelo não teve início naquele momento. Num passado não muito distante, a ação era a menina dos olhos de grande parte do mercado; agora, o papel já acumula baixa de mais de 70% nos últimos 12 meses. 

Para quem acompanhou a excitação e o burburinho que a fusão entre Hapvida e NotreDame Intermédica causou ao ser anunciada em 2021, fica difícil imaginar as razões para tamanho pessimismo do mercado neste momento. 

Na teoria, o casamento do século seria imbatível: complementaridades geográficas, operações eficientes e um objetivo comum. Na prática, a convivência dentro do mesmo teto tem se mostrado complicada e uma verdadeira dor de cabeça — e é aí que mora uma das grandes desilusões dos investidores. 

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