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MERCADOS HOJE

Bolsa agora: Ibovespa fecha em queda com commodities e preocupações com a meta de inflação; dólar sobe

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9 de fevereiro de 2023
7:05 - atualizado às 18:50

RESUMO DO DIA: A trégua entre o Banco Central e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece ter durado mais um dia. O tema, no entanto, não saiu da boca dos investidores. 

Isso porque rumores circularam o dia inteiro sobre como Roberto Campos Neto, presidente do BC, estaria disposto a discutir uma mudança na meta de inflação, ainda que no próximo ano. 

O clima negativo em Wall Street e a queda das ações de commodities também pressionaram o índice. 

Confira os destaques do dia:

SOBE E DESCE DO IBOVESPA

Confira as maiores altas do dia:

CÓDIGONOMEULTVAR
PCAR3GPA ONR$ 17,691,49%
NTCO3Natura ONR$ 14,641,46%
WEGE3Weg ONR$ 37,980,85%
SUZB3Suzano ONR$ 46,300,76%
CYRE3Cyrela ONR$ 14,730,61%

Confira também as maiores quedas:

CÓDIGONOMEULTVAR
AZUL4Azul PNR$ 9,52-11,85%
SOMA3Grupo SomaR$ 8,80-8,81%
GGBR4Gerdau PNR$ 28,67-7,93%
GOAU4Metalúrgica Gerdau PNR$ 12,64-7,80%
PETZ3Petz ONR$ 6,48-6,63%
FECHAMENTO

O Ibovespa encerrou a sessão em queda de 1,77%, aos 108.008 pontos.

FECHAMENTO EM NOVA YORK

Os índices em Wall Street até chegaram a iludir os investidores com um dia no azul, impulsionado pelos bons resultados corporativos dos últimos dias, mas a tendência não se confirmou ao longo do pregão. 

Isso porque as preocupações com o Federal Reserve mais uma vez voltaram a dominar os sentidos dos investidores. 

Apesar dos pedidos de auxílio desemprego nos Estados Unidos terem vindo acima do esperado, o número ainda indica que há uma larga oferta de vagas, demonstrando resiliência do mercado de trabalho e espaço para que o Fed siga elevando os juros. 

  • Nasdaq: -1,02%
  • Dow Jones: -0,73%
  • S&P 500: -0,88%
TESLA: AÇÕES QUASE ZERAM PERDAS DE 2022 — O QUE ESTÁ POR TRÁS DESSA RECUPERAÇÃO?

Quando Elon Musk começou a se desfazer das ações da Tesla para financiar a compra do Twitter, os papéis da fabricante de carros elétricos começaram a descer uma ladeira que parecia sem fim — a empresa também sentia a inflação corroer a demanda por automóveis e teve até que lançar mão de descontos para manter as vendas. 

O resultado dessa combinação foi vista no fim do ano passado: as ações da Tesla acumularam perda de 65% em 2022. Parecia difícil que a empresa de Musk conseguisse se recuperar de um tombo desse tamanho tão rápido. 

Mas eis que 2023 começa com a Tesla praticamente zerando as perdas anteriores. No ano até esta quinta-feira (9), os papéis da Tesla já acumulam 63,4% de ganhos — a maior parte puxados pelo investidor pessoa física. 

A recuperação das ações Tesla é mágica?

O salto das ações da Tesla não faz parte de um passe de mágica, mas sim de uma combinação de fatores. 

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Na reta final do pregão, o Ibovespa vem renovando mínimas seguidas vezes. O índice chegou a recuar mais de 1,99%.

FECHAMENTO

O dólar à vista encerrou o dia em alta de 1,58%, a R$ 5, 2788

BLOCK TRADE

A queda das ações do Grupo Soma (SOMA3) vêm chamando a atenção desde o início do dia. Em uma sessão marcada pela forte queda de empresas ligadas à commodities metálicas, a varejista de moda — dona de marcas como Farm, Animale, Cris Barros e Hering — liderou a ponta negativa do Ibovespa em diversos momentos do pregão. 

A primeira reação do mercado foi apontar que os últimos dados divulgados do varejo não foram dos melhores. As vendas do setor recuaram cerca de 2,6% em dezembro ante novembro, bem acima da mediana dos analistas ouvidos e consultados pela Broadcast, que era de queda de 0,8%. 

Apesar do dado setorial ruim, outras varejistas não apresentaram uma reação tão brusca aos números. Acompanhe a nossa cobertura completa de mercados.

A chave para a resolução do mistério, no entanto, pode estar na movimentação vista no início desta tarde. 

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BOLSAS EM NOVA YORK

As bolsas em Nova York cruzaram há pouco para o campo negativo. A forte queda das ações da Alphabet, dona do Google, é um dos fatores que pressionam os índices.

FECHAMENTO NA EUROPA
  • Frankfurt: +0,69%
  • Londres: +0,35%
  • Paris: +0,96%
  • Madri: +0,19%
  • Stoxx-600: +0,64%

OI (OIBR3) PEDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL NOS EUA

A Oi (OIBR3) ainda está na "antessala" da recuperação judicial no Brasil, mas já oficializou o pedido de socorro à Justiça dos Estados Unidos por meio do chamado Chapter 15, a lei de falências norte-americana.

A companhia de telecomunicações solicitou ontem seu enquadramento na regra que possibilita às empresas estrangeiras terem seu processo estendido, protegendo ativos que detêm no país. Por aqui, as ações OIBR3 recuavam 3,05% por volta das 13h45 desta quinta-feira (9), cotadas em R$ 1,27.

O movimento já era esperado na esteira da decisão cautelar que a companhia obteve na semana passada na Justiça do Rio de Janeiro e que suspendeu por 30 dias a execução de cobranças de suas dívidas. Ao mesmo tempo em que se movimentou nos EUA, a Oi avalia entrar em um novo processo de recuperação judicial no Brasil.

Como a Americanas, Oi (OIBR3) também recorreu ao Chapter 15

O pedido pelo Chapter 15 foi feito na Corte de Falências de Nova York, em Manhattan. O caminho seguido pela Oi é similar ao da Americanas, que também recorreu à Lei de Falências dos EUA no último mês ao mergulhar em uma crise sem precedentes desde a identificação de R$ 20 bilhões em inconsistências contábeis.

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JP MORGAN CORTA RECOMENDAÇÃO DA VALE (VALE3) E DA GERDAU (GGBR4), QUE DERRETE NA B3

Em uma corrida de Fórmula 1, mesmo quando um carro está na liderança, é preciso parar no pit stop para fazer ajustes antes da próxima volta. É com essa metáfora que o JP Morgan explica por que decidiu cortar a recomendação das ações da Vale (VALE3) e da Gerdau (GGBR4) de compra para neutra.

O banco também estipulou um preço-alvo de R$ 93,00 para a mineradora para o fim desse ano — potencial de 4,82% de ganhos se considerado o fechamento de quarta-feira (8).

Já a siderúrgica ficou com um preço-alvo de R$ 32,50 para dezembro deste ano — o que implica uma valorização de 4,36% para os papéis.

As mudanças foram feitas de olho no que pode ser classificado como um excesso de otimismo com o setor de mineração e siderurgia após a reabertura da China. As duas empresas ainda vão se beneficiar deste evento, não há dúvidas, mas a leitura é de que o rali recente para ambas já foi longe demais e não justificam compra neste momento.

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COMO ANDAM OS MERCADOS

O mercado brasileiro ainda de olho no cenário fiscal e nos possíveis desdobramentos da tensão, embora mais aliviada, entre o governo federal e o Banco Central, mantém-se em cautela. Enquanto isso, o exterior segue com mais apetite ao risco.

O Ibovespa opera em queda de 0,97%, aos 108.889 pontos. O dólar à vista opera em alta, a R$ 5,2598, como ativo de proteção dos investidores contra as incertezas no ambiente doméstico.

Os destaques do dia são Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3), que lideram a ponta positiva com a valorização do dólar. As varejistas Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3) também avançam com o alívio nos DIs, acompanhando os Treasuries, e o avanço do IPCA de janeiro abaixo do esperado.

Na ponta negativa do Ibovespa, Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) figuram as maiores quedas do dia, com corte na recomendação dos papéis pelos bancos JP Morgan e Goldman Sachs. Petrobras (PETR4) também recua na esteira da desvalorização de mais de 1% do petróleo, apesar dos resultados positivos de produção, divulgados ontem (8).

No exterior, os investidores acompanham a reta final da temporada de balanços trimestrais. Confira o desempenho das bolsas em Nova York:

  • Dow Jones: +0,73%;
  • S&P 500: +0,70%;
  • Nasdaq: +0,96.
PETROBRAS (PETR4) CAI COM PETRÓLEO

Petrobras (PETR4) registra queda de 0,42%, a R$ 25,98 no Ibovespa, após operar em tom positivo pela manhã enquanto os investidores repercutiam a prévia operacional da companhia divulgada ontem (8).

Contudo, o recuo do petróleo de 1,41%, com o barril a US$ 84,25, pesa sobre as ações da estatal. Soma-se a isso, as incertezas sobre o ambiente político-fiscal.

ABERTURA DE NOVA YORK

As bolsas americanas abriram em tom positivo, com melhora das expectativas na reta final dos balanços corporativos. Confira a abertura:

  • Dow Jones: +0,72%;
  • S&P 500: +0,93%;
  • Nasdaq: +1,32%
GERDAU (GGBR4) E PARES CAEM APÓS RECOMENDAÇÃO

As ações da Gerdau (GGBR4) e da Metalúrgica Gerdau (GOAU4) lideram as quedas do Ibovespa, com recuo de mais de 5% após o JP Morgan cortar a recomendação de compra para neutro dos ativos.

Na visão dos analistas do banco, os papéis das companhias do setor de commodities já tiveram um forte rali com a expectativa de reabertura da China e que, nas últimas semanas, passam por um movimento de "acomodação".

O Goldman Sachs também cortou a recomendação dos papéis para neutra nesta quinta-feira (9).

Hoje, o minério de ferro encerrou as negociações em alta de 2,62%, com a tonelada a US$ 127,31 em Dalian, na China.

O dólar à vista renovou máxima há pouco e sobe 0,63%, a R$ 5,2294.

SOBE E DESCE DA BOLSA

O Ibovespa cai 0,04%, aos 109.912 pontos e destoa do exterior.

Confira as maiores altas:

CÓDIGONOMEULTVAR
HAPV3Hapvida ONR$ 4,664,02%
VIIA3Via ONR$ 2,223,74%
QUAL3Qualicorp ONR$ 5,682,90%
BRFS3BRF ONR$ 7,072,46%
LWSA3Locaweb ONR$ 5,661,98%

E as maiores quedas do dia:

CÓDIGONOMEULTVAR
GGBR4Gerdau PNR$ 29,52-5,20%
PCAR3GPA ONR$ 16,64-4,53%
GOAU4Metalúrgica Gerdau PNR$ 13,10-4,45%
BBSE3BB Seguridade ONR$ 35,55-4,05%
ENGI11Engie unitsR$ 39,79-3,54%
MARISA (AMAR3) DESPENCA

As ações da Marisa (AMAR3), negociadas fora do Ibovespa, operam em queda de 9,43%, a R$ 0,97, após leilão.

As renúncias do presidente da companhia e de um membro do conselho de administração, anunciadas ontem (8) pela manhã, ainda pesam sobre os ativos.

Soma-se a isso, o anúncio de que a varejista está em um processo de "otimização financeira e aprimoramento de sua estrutura de capital."

A empresa ainda contratou a BR Partners para a assessoria de renegociação do endividamento financeiro e contará com a Galeazzi Associados para apoiá-la no aperfeiçoamento da estrutura de custos da companhia.

Para entender um pouco melhor a situação financeira da Marisa, basta olhar o balanço referente ao terceiro trimestre de 2022. Na época, a companhia possuía uma posição de caixa de R$ 183,3 milhões, enquanto a dívida bruta chegava a R$ 788 milhões. No mesmo período, a queima de caixa somou R$ 72,7 milhões.

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AMERICANAS (AMER3) AVANÇA

Os papéis da Americanas (AMER3) registra alta de 2,80%, a R$ 1,10.

A retomada de alta dos ativos repercute a decisão da CVM de apurar eventuais irregularidades na atuação da PwC, consultoria que estava responsável pela auditoria.

ENTENDA POR QUE O PÃO DE AÇÚCAR (PCAR3) PODE TER UM ROMBO DE R$ 290 MILHÕES

Se tem um setor que não está conseguindo respirar com tranquilidade no Brasil é o de varejo. A alta dos juros e da inflação já são inimigas suficientemente fortes para os varejistas, mas outras questões específicas estão chacoalhando todo o setor. Desta vez, um rombo de R$ 290 milhões pode afetar o caixa do Pão de Açúcar (PCAR3).

Calma, não estamos falando de fraude ou malabarismos contábeis. O que aconteceu é que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu voltar atrás sobre o pagamento da CSLL (Constribuição Social sobre Lucro Líquido), mudando a decisão sobre o recolhimento desse tributo — que é de 9% dos lucros.

Mas o problema não está apenas na decisão de fazer o recolhimento devido a partir de agora, mas sim na necessidade de pagamentos retroativos — é isso que preocupa não apenas o Pão de Açúcar, mas muitas empresas.

Segundo comunicado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelo Pão de Açúcar, o efeito negativo será de R$ 290 milhões, mas o valor ainda pode mudar e inclui processos em andamento desde 2007.

Leia mais.

GPA (PCAR3) CAI

Após a retomada dos negócios, as ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) cai 5,62%, a R$ 16,41.

Os investidores reagem aos desdobramento das decisão do STF sobre reavaliação de dívidas julgadas anteriormente, o que pode resultar na possibilidade de perdas de processos anteriores do GPA.

O Ibovespa acentuou a queda e opera a 0,32% negativo, aos 109.650 pontos.

GPA (PCAR3) ENTRA EM LEILÃO

As ações do Grupo Pão de Açúcar seguem com as negociações paralisadas após queda de 3,50%, a R$ 16,82 na abertura do mercado.

Os investidores reagem ao comunicado da companhia de revisão da probabilidade de perda dos processos em andamento desde 2007, bem como os valores não recolhidos nos últimos cinco anos, com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que discute os efeitos da coisa julgada.

A companhia estima como provável o valor negativo, ainda não auditado, de R$ 290 milhões, sendo esse valor líquido da recomposição da base negativa da CSLL.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o GPA diz ainda que o impacto no caixa da companhia dependerá dos desfechos destes processos, gerando imediatamente apenas o aumento da tributação do lucro em 9%.

*Com Estadão Conteúdo

ABERTURA DO IBOVESPA

O Ibovespa abriu em queda de 0,26%, aos 109.670 pontos com o avanço da inflação e opera na contramão do exterior.

ADRS DE VALE E PETROBRAS

Ainda que a cautela tenha se afastado dos ativos no pré-mercado americano, com índices futuros em tom positivo, os recibos de ações (ADRs) das companhias brasileiras Vale e Petrobras caem no exterior. Confira:

  • Vale (VALE): -0,12%, US$ 16,93.
  • Petrobras (PBR): -0,45%, US$ 11,15.
MATHEUS SPIESS: MERCADO EM 5 MINUTOS

CORPO DE BOMBEIROS

Lá fora, os mercados asiáticos fecharam em baixa nesta quinta-feira, acompanhando as movimentações negativas de Wall Street durante o pregão de ontem, devido às preocupações contínuas dos investidores sobre as perspectivas para as taxas de juros e uma desaceleração econômica global.

Ainda que uma postura mais agressiva quanto ao aperto monetário não seja retomada, restam dúvidas sobre a duração do processo.

Para piorar, as crescentes tensões geopolíticas entre Washington e Pequim nos últimos dias também estão pesando nos mercados — o líder democrata no Senado dos EUA, Chuck Schumer, descreveu como tensionado o estado das relações bilaterais, acrescentando que o governo Biden está analisando outras ações que pode tomar depois de derrubar o que chamou de balão de vigilância chinês no fim de semana.

Os mercados europeus e os futuros americanos sobem nesta manhã, mesmo depois da série de resultados corporativos mistos. Na agenda, contamos com falas de autoridades monetárias na Europa e dados de emprego nos EUA.

Por aqui, ainda debatemos a troca de farpas entre o Executivo e o Banco Central — ontem tivemos a atuação de bombeiros para acalmar os ânimos. A temporada de resultados segue.

A ver…

00:56 — Os bombeiros foram acionados

No Brasil, o grande evento econômico do dia é a divulgação do IPCA, nosso índice de inflação oficial, para o mês de janeiro, que deverá reportar alta de 0,57% na comparação mensal, o que seria uma desaceleração frente ao 0,62% indicado no mês anterior.

As vendas no varejo também estão na agenda, podendo impactar as varejistas listadas, mais voláteis desde o caso Americanas. Na frente de resultados corporativos, temos BB Seguridade antes da abertura e Bradesco depois do fechamento, um dia após a repercussão positiva dos números do Itaú (a ação subiu mais de 8%).

Mas como estamos falando do nosso querido país, nem só de fundamento vive o mercado. Precisamos de algum ruído para provar que somos uma economia emergente. E como não poderia deixar de ser, a volatilidade recente deriva justamente da confusão entre Lula e Roberto Campos Neto.

Foi tão estressante os últimos dias, que os bombeiros tiveram que entrar em campo, com Alexandre Padilha e Rui Costa atuando para acalmar os ânimos, reforçando que o governo não vai mudar a regra de autonomia do BC. A negativa dos chefes do Legislativo também ajuda.

01:52 — Falas difusas

Nos EUA, as ações sofreram ontem, digerindo novos comentários do Federal Reserve e relatórios de resultados corporativos. Entre as falas das autoridades monetárias, destaque para a participação de membros do Conselho do Fed, como Christopher Waller e Lisa Cook, e presidentes regionais da instituição, como Neel Kashkari (Minneapolis) e John Williams (Nova York). Em todos os casos, a direção foi diferente do que Powell esboçou, dando um tom mais agressivo para a política monetária.

Eles lembraram que, caso as condições financeiras sejam afrouxadas prematuramente, taxas mais altas podem ser necessárias. Vemos que as condições financeiras estão melhorando desde outubro, o que nos parece um equívoco de precificação do mercado, dado que não vemos queda nos juros ainda em 2023. Em outras palavras, mais altas ainda são possíveis e os juros podem permanecer elevados por mais tempo.

Um juro entre 5% e 5,5% até o final do ano nos parece o mais provável — a taxa está hoje entre 4,50% e 4,75%. Para isso, precisamos de mais dados econômicos. Por isso será importante acompanharmos os números do Departamento do Trabalho americanos hoje, que divulgará os pedidos iniciais de auxílio-desemprego. O relatório deve registrar média semanal de 191,75 mil em janeiro.

02:53 — Mais demissões

Ainda em solo americano, nesta temporada de resultados, as empresas relataram números relativamente mais fracos nos últimos três meses de 2022, à medida que os custos crescentes comiam suas margens (o lucro por ação do S&P 500 no quarto trimestre está em queda de 2,9% em relação ao mesmo período do ano anterior — excluindo o setor de energia, os ganhos caíram 7,1% na comparação anual).

Hoje teremos a digestão dos dados da Disney, que sobe mais de 6% do pre-market desta manhã (a companhia surpreendeu positivamente o mercado com seus resultados).

O destaque, porém, ficou para o anúncio de corte de cerca de 7 mil empregos, naquilo que Bob Iger, o CEO da companhia, chamou de transformação significativa na estrutura corporativa da Disney — se trata de 3% do total de funcionários. Olhando para frente, a empresa planeja economizar US$ 5,5 bilhões em despesas.

Consequentemente, teremos o retorno do dividendo. Vemos que os anúncios de perda de empregos ainda podem ter um impacto econômico relevante, dado que a rotatividade do mercado de trabalho pós-pandemia foi significativa.

03:44 — Inflação na Europa

Como esperado, a inflação na Alemanha voltou a subir em janeiro, registrando alta de 1% na comparação mensal e 8,7% na comparação anual, o que se traduz em uma aceleração. O movimento chama a atenção e conversa com os alertas do BCE de que o aperto dos juros ainda não acabou — de maneira similar como vimos na Espanha, a inflação se mostra mais resiliente na Zona do Euro (estamos com um viés negativo em termos de dados econômicos por lá). Mesmo assim, as Bolsas sobem nesta manhã.

Enquanto isso, no Reino Unido, o governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, testemunhará ao Parlamento Britânico hoje, com os mercados sentindo que o pico do ciclo de taxas do Reino Unido está próximo — nas próximas semanas, considerando o ritmo das coisas, será o nosso presidente do BC que testemunhará no Congresso, buscando explicar a taxa de juros elevada. Ainda na Europa, contamos com vários palestrantes do BCE, o que pode eventualmente causar uma volatilidade marginal.

04:33 — Tentando impulsionar a economia

Seguindo no Reino Unido, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, planeja uma remodelação de seu gabinete depois de concluir 100 dias difíceis no cargo. Sunak nomeará um novo presidente do Partido Conservador depois de demitir Nadhim Zahawi, que responde à justiça por um escândalo fiscal, e está sob pressão para reconsiderar a decisão de nomear Dominic Raab como vice-primeiro-ministro e secretário de Justiça, diante a investigação sobre alegações de assédio. O governo inglês já viu dias melhores.

A ideia é que as remodelações possam dar mais dinamismo ao governo, ao passo em que também rotacionam um pouco as lideranças do partido Conservados, hoje tão dividido. Essa nova dinâmica teria o objetivo de impulsionar a economia lenta do país e tornar o Reino Unido uma superpotência de ciência e tecnologia.

O problema do crescimento é global, principalmente com taxas de juros tão elevadas. O que vivemos no Brasil, portanto, não é algo isolado, mas fruto do aperto monetário pós-pandêmico.

ABERTURA DOS JUROS FUTUROS

Em linha com o Treasuries, os juros futuros (DIs) abriram em viés de queda, com o avanço da inflação em janeiro abaixo das previsões do mercado.

Confira como estão os DIs:

NOMEULT FEC 
DI Jan/2413,48%13,50%
DI Jan/2512,70%12,77%
DI Jan/2612,71%12,75%
DI Jan/2712,85%12,85%

O Ibovespa futuro testa queda e cai 0,12%, aos 110.285 pontos, repercutindo o avanço da inflação.

BB SEGURIDADE SURFA NA ONDA DA SELIC E TEM LUCRO 47% MAIOR NO 4T22

Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trava uma batalha contra o Banco Central sobre a taxa básica de juros, uma empresa na bolsa não tem do que reclamar da Selic alta: a BB Seguridade (BBSE3).

A holding que reúne as participações do Banco do Brasil (BBAS3) em seguros e previdência registrou lucro líquido de R$ 1,8 bilhão no quarto trimestre de 2022.

Trata-se de um avanço de 47,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior, e uma boa parte desse avanço veio da alta da Selic. Isso porque as seguradoras operam com um nível alto de reservas para fazer frente ao pagamento de sinistros. E a maior esse dinheiro fica em aplicações que rendem juros.

Em 2022, o lucro da BB Seguridade cresceu impressionantes 53,7%, para R$ 6 bilhões. Vale lembrar que a base de comparação é mais fraca, já que em 2021 a Selic estava em níveis bem mais baixos.

Leia mais.

O Ibovespa futuro reduziu a alta e sobe 0,08%, aos 110.535 pontos.

VENDAS NO VAREJO

As vendas do comércio varejista caíram 2,6% em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número ficou perto do piso das expectativas coletadas pelo Projeções Broadcast, que iam de queda de 2,9% a alta de 1,1%, com mediana de -0,8%.

Na comparação com dezembro de 2021, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 0,4% em dezembro. Nesse caso, a mediana indicava avanço de 2,7% das vendas do setor, com as estimativas indo de queda de 0,2% a alta de 8,3%.

As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 1,0% no ano, que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior. A mediana mostrava crescimento de 1,3% para as vendas do varejo restrito em 2022. As projeções variavam de +1,0% a +1,8%.

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 0,4% em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal. O crescimento também ficou abaixo da mediana de +0,8%, com as projeções indo de estabilidade a +2,7%.

Na comparação com dezembro de 2021, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 0,6% em dezembro. A mediana, porém, indicava avanço de 0,2%, após queda de 1,4% em novembro. As estimativas iam de retração de 1,3% a alta de 1,9%.

As vendas do comércio varejista ampliado acumularam recuo de 0,6% no ano. Para essa comparação, o mercado esperava crescimento de 0,3%, com estimativas entre queda de 1,1% e avanço de 1,3%.

(Broadcast/Estadão Conteúdo)

INFLAÇÃO EM JANEIRO

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do país, avançou 0,53% em janeiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado veio um pouco abaixo das expectativas do mercado, que projetava alta de 0,57%.

Em dezembro, a inflação registrou alta de 0,62% em dezembro.

No acumulado de 12 meses, a inflação avança a 5,77%, ante 5,82% estimados.

ABERTURA DO DÓLAR

O dólar à vista abriu em leve queda de 0,12%, a R$ 5,1904

ABERTURA DE IBOVESPA FUTURO

O Ibovespa futuro abre em alta de 0,29%, aos 110.740 pontos e acompanha a melhora de apetite no exterior.

COMMODITIES EM ALTA

Em dia de melhora do apetite ao risco, as commodities acompanham as bolsas internacionais e operam em tom positivo.

O minério de ferro, negociado em Dalian, na China, registra alta de 2,62%, com a tonelada a US$ 127,31.

O petróleo tipo Brent sobe 0,16%, a US$ 85,23 o barril.

IGP-M DESACELERA NA 1ª PRÉVIA DO MÊS

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), conhecido como a "inflação do aluguel", registrou uma deflação de 0,23% na primeira prévia de fevereiro. O dado foi divulgado há pouco pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em comparação com o mês anterior, o primeiro decêndio de janeiro registrou alta de 0,32%.

FUTUROS DE NOVA YORK SUGEREM RECUPERAÇÃO NA ABERTURA

Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram no azul.

O movimento sugere abertura em alta depois de uma sessão negativa ontem.

Os investidores repercutem balanços divulgados nas últimas horas.

As ações da Disney dispararam no pré-mercado depois de o grupo de entretenimento ter revelado, junto com o balanço, planos de cortar 7 mil empregos.

Hoje, é a vez de PepsiCo revelar seu desempenho trimestral.

A agenda desta quinta também traz a pesquisa semanal sobre pedidos de auxílio-desemprego, que ganha maior importância após o forte relatório de emprego (payroll) da semana passada.

Veja como estavam os índices futuros de Wall Street por volta das 7h15:

  • Dow Jones: +0,71%
  • S&P-500: +0,84%
  • Nasdaq: +1,15%
BOLSAS DA EUROPA ABREM EM ALTA

As principais bolsas de valores da Europa abriram em alta nesta quinta-feira.

Os investidores digerem uma série de balanços de grandes empresas da região.

Repercutem também os mais recentes dados da inflação ao consumidor (CPI) da Alemanha, que voltou a acelerar, mas ficou bem abaixo do previsto.

Veja como estavam as principais bolsas europeias por volta das 7h10:

  • Londres: +0,78%
  • Frankfurt: +1,33%
  • Paris: +1,35%
BOLSAS DA ÁSIA FECHAM SEM DIREÇÃO ÚNICA

As bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta quinta-feira (9).

Os investidores reagiram a temores quanto à duração do aperto monetário nas economias mais desenvolvidas.

Com isso, as bolsas de Tóquio, Seul e Taiwan fecharam em leve queda.

Já os mercados chineses subiram diante do otimismo com a reabertura da economia depois do afrouxamento da estratégia de covid zero.

A bolsa de Xangai subiu 1,18%, a de Hong Kong avançou 1,60%.

Com Americanas no radar, analistas se preparam para o pior no balanço do Bradesco (BBDC4) no 4T22

Depois do CEO do Bradesco (BBDC4), Octavio de Lazari Junior, avisar na divulgação do resultado desolador do terceiro trimestre de 2022 que as coisas iriam piorar antes de melhorar, o mercado já se preparava para o pior no quarto trimestre. Mas o fator Americanas (AMER3) deve adicionar sal à ferida.

Isto porque o Bradesco é um dos principais credores da varejista, que entrou em recuperação judicial em janeiro. Nas planilhas divulgadas pela varejista, a dívida da Americanas com o Bradesco chega a R$ 4,8 bilhões. Para se ter uma ideia da dimensão, o lucro do Bradesco no terceiro trimestre de 2022 foi de R$ 5,2 bilhões.

O resultado do quarto trimestre e do ano como um todo será conhecido nesta noite, após o fechamento da bolsa. O consenso de analistas ouvidos pela Bloomberg aponta para um tombo de 30% do lucro em relação ao mesmo período de 2021 e estima que o total dos últimos três meses de 2022 deve ficar em R$ 4,603 bilhões.

Um ponto de atenção do resultado será quanto o Bradesco irá provisionar contra um possível calote da Americanas. Outros bancos que já divulgaram seus balanços tiveram posturas diferentes. O Santander provisionou apenas 30% da dívida que tem com a varejista, o que deve afetar os resultados deste ano. Já o Itaú decidiu provisionar 100% da sua exposição, deixando o ano de 2023 "limpo" desse impacto.

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