HCTR11 e outros fundos imobiliários que levaram ‘bronca’ pública respondem à B3; FIIs dizem que calote atrasou balanços
De acordo com a Vórtx, administradora dos ativos, o atraso está ligado a problemas com inadimplência de CRIs e empresas nos quais os FIIs investem

Ninguém gosta de levar bronca em público, ainda mais quando a reprimenda vem diretamente da B3. Por isso, os fundos imobiliários alvos de uma censura pública da operadora da bolsa de valores brasileira trataram logo de se explicar para o mercado e os cotistas.
Por meio de comunicados divulgados ainda na quarta-feira (26) à noite, a Vórtx, administradora dos fundos Devant Recebíveis Imobiliários (DEVA11), Hectare CE (HCTR11), Serra Verde (SRVD11) e Tordesilhas EI (TORD11), explicou por que os balanços dos quatro FIIs ainda não foram divulgados.
Vale relembrar que a B3 censurou publicamente a empresa pelo atraso na entrega das demonstrações financeiras de 2022. Segundo documento publicado pela operadora a bolsa brasileira ontem, a Vórtx deveria ter liberado os balanços dos fundos até 31 de março deste ano.
Com o descumprimento do prazo regulamentar, a B3 iniciou o processo de enforcement — ou seja, de cumprimento das normas — e pediu esclarecimentos à empresa.
"A Diretoria de Emissores decidiu, em vista das circunstâncias do caso, o histórico de infrações dos fundos e a reincidência por alguns deles, pela aplicação da presente censura pública", diz o comunicado.
Com a reprimenda da bolsa, os três fundos mais líquidos do grupo operam em queda nesta quinta-feira (27) e aprofundam ainda mais as perdas registradas no ano, que já chegam a 53%. Veja abaixo o desempenho dos ativos por volta das 11h:
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- DEVA11: -2,78%
- HCTR11: -3,18%
- TORD11: -0,58%
O que dizem os fundos imobiliários
De acordo com os comunicados de DEVA11 e HCTR11, ambos quase idênticos e assinados pela Vórtx, o atraso na divulgação das demonstrações financeiras foi ocasionado "por discussões entre o administrador e o auditor do fundo a respeito das informações".
A conversa é sobre as "condições de recuperabilidade" de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) que apresentaram inadimplência neste ano. A lista de calotes inclui CRIs da Gramado Parks, grupo de turismo com empresas em recuperação judicial.
"O administrador não fez ajustes no preço dos ativos em 31/12/2022, uma vez que o declínio do valor justo aconteceu em momento posterior à data base, fruto de circunstâncias que surgiram e resultaram no aumento do risco de crédito dos devedores".
A nota destaca ainda que a Vórtx se esforça para que as DFs sejam emitidas no menor prazo possível e que "eventuais multas e/ou sanções financeiras previstas em regulamentação devido ao atraso não serão arcadas pelo fundo".
Já os fundos TORD11 e SRVD11 dizem que a demora na divulgação dos balanços ocorreu devido ao
atraso na publicação das demonstrações financeiras auditadas da companhia na qual investem.
É importante destacar que o Tordesilhas EI é um dos acionistas do FII Serra Verde, que investe exclusivamente na Gramado Parks.
Ainda segundo o comunicado, os balanços de ambos os FIIs estão em processo de auditoria, e a Vórtx "está empenhando os melhores esforços" para publicá-los até 8 de agosto deste ano.
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Fundos imobiliários estão interligados — veja quais elementos que os unem
Vale relembrar ainda que os quatro fundos imobiliários em questão têm outros elementos em comum além da administração da Vórtx e de ativos relacionados à Gramado Parks no portfólio.
Todos eles estão também estão ligados ao grupo RTSC. A holding investe em diversas empresas do mercado financeiro, incluindo as gestoras de três dos FIIs — DEVA11, HCTR11 e TORD11 — e a Forte Securitizadora, emissora dos CRIs da companhia de turismo, hotelaria e multipropriedades.
O SRVD11 também era gerido por uma das assets da RTSC, a RCAP, mas a empresa foi substuída na função no início de maio pela Catalunya. Na ocasião, a troca foi aprovada em assembleia geral extraordinária, e a identidade dos investidores que propuseram a mudança não foi divulgada.
Mas a família Caliari, fundadora da Gramado Parks, é uma das acionistas do FII e travou uma batalha com a ForteSec nos tribunais pelo controle da companhia antes da oficialização da recuperação judicial.
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