Fundos de ações sofrem para atrair o investidor: nenhum produto lançado neste ano chegou a R$ 10 milhões
A situação não é muito melhor nos multimercados. Apenas três fundos novos conseguiram superar a barreira dos R$ 10 milhões em 2023
A promessa de que a bolsa viverá dias melhores e o rali recente da B3 ainda não sensibilizaram os investidores em geral. Um reflexo claro disso se dá na captação recente dos fundos de investimento.
Nenhum fundo de ações lançado neste ano voltado a investidores no varejo conseguiu alcançar mais de R$ 10 milhões em patrimônio, de acordo com um levantamento da Empiricus Research.
A situação não é muito melhor nos multimercados, que como diz o nome podem investir em diversas classes de ativos. Apenas três fundos novos conseguiram superar a barreira dos R$ 10 milhões em patrimônio em 2023.
O destaque entre os multimercados no ano foi o Genoa Vestas, mas ele não chega a ser um fundo novo “puro”, já que se trata da versão mais “apimentada” do Genoa Radar, o principal produto da casa.
O momento ruim para os fundos novos vem pelo menos desde o ano passado. Quando se soma o patrimônio de todos os fundos de ações e multimercados lançados no mercado nos últimos 12 meses chegamos a pouco mais de R$ 700 milhões.
Pode parecer muito, mas as gestoras precisam de um volume grande de recursos de investidores para ter uma operação rentável. Isso porque a principal receita das assets vem da taxa de administração, um percentual cobrado sobre o patrimônio dos fundos.
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O momento ruim não se restringe aos fundos novos. Neste ano, os resgates em ações e multimercados de modo geral chegam a R$ 92 bilhões, de acordo com dados da Anbima, a associação que representa o setor.
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Fundos famosos concentram captação
Isso não significa que todos os fundos estejam com dificuldades para obter recursos. Desde o ano passado, a captação se concentra em produtos que estavam fechados e voltaram a mercado, como os da Dynamo, Atmos e Squadra.
“Quem levou o dinheiro do investidor foram os gestores mais famosos que reabriram”, diz Bruno Merola, analista responsável pela equipe de análise de fundos de investimento da Empiricus.
Das novas gestoras que se aventuraram no mar revolto do mercado recentemente, um dos poucos destaques é a TB Capital, de ex-sócios da Atmos. Sozinha, a gestora representa quase 40% do patrimônio dos fundos de ações criados nos últimos 12 meses.
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