Fundo Verde volta a apostar contra o dólar e explica o fator que contribui para o real forte — mas nem todos perceberam
Apesar da visão estrutural mais favorável ao real contra o dólar, o Verde decidiu reduzir a posição em bolsa após a alta recente

O lendário fundo Verde voltou a apostar no real contra o dólar. E dedicou a maior parte da carta mais recente aos investidores para justificar a posição na moeda brasileira.
Em novembro, o fundo pilotado pela equipe de Luis Stuhlberger registrou rentabilidade de 2,91% — melhor resultado e ano e bem acima dos 0,92% do CDI, o indicador de referência.
A gestora decidiu então aproveitar o rali dos ativos de risco para fazer mudanças na carteira. Entre as novidades está justamente a posição comprada em real contra o dólar.
Para os gestores do Verde, uma melhora estrutural ocorreu ao longo de 2023 e talvez não tenha sido adequadamente percebida pela maioria dos analistas: a balança comercial.
O saldo entre exportações e importações vem batendo recordes sucessivos e superou os US$ 90 bilhões no acumulado dos últimos 12 meses até novembro.
"Acreditamos que a manutenção desse novo patamar, próximo a US$ 100 bilhões (o dobro do pré-pandemia), é um fator relevante na determinação da taxa de câmbio", escreveu o Verde, na carta aos investidores.
Leia Também
A relação entre a balança comercial e o dólar é direta porque o avanço das exportações aumenta a entrada da moeda norte-americana no país.
PODCAST TOUROS E URSOS: CAMPOS NETO FECHA A CONTA DE 2023 COM CORTE NA SELIC. QUEM GANHA E QUEM PERDE COM OS JUROS MAIS BAIXOS?
Dólar e balança comercial
Parte da melhora da balança comercial veio do aumento dos preços dos produtos que o Brasil exporta. Portanto, uma eventual queda poderia reduzir esse saldo favorável e voltar a pressionar o dólar. Mas não é isso que os gestores do Verde acreditam.
"Para que a queda de preços leve a essa redução é necessário que o preço das exportações recue 10% enquanto o das importações fique estável, algo possível, mas parece pessimista dada a correlação entre eles e a tendência recente."
Ao mesmo tempo, o Verde destaca o aumento no volume de exportações de produtos, em especial a soja e o petróleo. "Tanto petróleo como a soja passaram por a uma onda de investimentos, que parece produzir ganhos estruturais."
Por fim, a gestora de Luis Stuhlberger não descarta a hipótese de que a melhora na balança comercial seja apenas um antecedente de ventos ainda mais favoráveis para o país.
Isso porque, na comparação com ciclos anteriores, a exportação foi o primeiro fundamento a melhorar e foi seguida da entrada em renda fixa, ações e investimento direto.
LEIA TAMBÉM:
- Gestor que “venceu” mercado na pandemia aposta na alta da bolsa em 2024 — e vê espaço para dólar cair a R$ 4,60
- Falta de estratégia do governo Lula assusta, mas abre oportunidade no mercado, dizem os gestores do fundo Verde
Fundo Verde reduz posição em bolsa (e a pergunta de muitos trilhões)
Apesar da visão estrutural mais favorável ao real contra o dólar, o Verde decidiu reduzir a posição em bolsa após a alta recente, tanto no Brasil como no exterior.
Para a gestora, o cenário ficou mais complexo após a correção do que considerou um exagero do mercado em relação aos juros nos Estados Unidos.
A grande dúvida agora está no desempenho da economia norte-americana. "Até que ponto a desaceleração que vimos recentemente vai evoluir para uma recessão é a pergunta de muitos
trilhões para os próximos meses", destaca o Verde. Leia aqui a íntegra da carta da gestora.
A coisa está feia: poucas vezes nas últimas décadas os gestores estiveram com tanto medo pelo futuro da economia, segundo o BofA
Segundo um relatório do Bank of America (BofA), 42% dos gestores globais enxergam a possibilidade de uma recessão global
Powell na mira de Trump: ameaça de demissão preocupa analistas, mas saída do presidente do Fed pode ser mais difícil do que o republicano imagina
As ameaças de Donald Trump contra Jerome Powell adicionam pressão ao mercado, mas a demissão do presidente do Fed pode levar a uma longa batalha judicial
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
PETR4, PRIO3, BRAV3 ou RECV3? Analista recomenda duas petroleiras que podem ‘se virar bem’ mesmo com o petróleo em baixa
Apesar da queda do petróleo desde o “tarifaço” de Trump, duas petroleiras ainda se mostram bons investimentos na B3, segundo analista
Combustível mais barato: Petrobras (PETR4) vai baixar o preço do diesel para distribuidoras após negar rumores de mudança
A presidente da estatal afirmou na semana passada que nenhuma alteração seria realizada enquanto o cenário internacional estivesse turbulento em meio à guerra comercial de Trump
“Liquidem agora”, ordena Milei. A decisão da Argentina que deve favorecer o Brasil
A determinação do governo argentino pode impactar os preços globais de commodities agrícolas e beneficiar as exportações brasileiras no curto prazo
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora
A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Vale (VALE3): produção de minério cai 4,5% no 1T25; vendas sobem com preço quase 10% menor
A alta nas vendas de minério foram suportadas pela comercialização de estoques avançados formados em trimestres anteriores, para compensar as restrições de embarque no Sistema Norte devido às chuvas
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25