Fundo Verde aposta na queda do dólar apesar da Selic menor — e bolsa em alta. Mas um convidado pode estragar a festa
Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, acredita que a balança comercial brasileira deve manter o dólar fraco mesmo com a Selic mais baixa
O dólar deu um salto e passou a operar perto da casa de R$ 4,90 após a decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual e indicar novos cortes. Mas para a Verde Asset, do gestor Luis Stuhlberger, a tendência da moeda norte-americana ainda é de queda.
A convicção é tanta que o lendário fundo abriu uma posição vendida em dólar contra o real. "Os potentes resultados da balança comercial devem continuar ancorando o real, mesmo com menos suporte marginal do diferencial de juros", escreveu a gestora, na carta mensal aos investidores.
O "kit Brasil" do fundo Verde vai além aposta no real contra o dólar. A gestora segue com posição comprada na bolsa.
"Acreditamos que o processo de realocação de portfólio do investidor brasileiro deve ganhar pujança a partir de agora, ajudando a suportar os preços dos ativos locais especialmente ações e crédito."
Apesar do otimismo, a gestora reduziu a alocação em bolsa "após alguns nomes atingirem preços com menor retorno prospectivo.
A alta das ações brasileiras ajudou a impulsionar o retorno do Verde em julho. O fundo teve uma rentabilidade de 2,24% no mês passado, mais que o dobro do CDI. Mesmo assim permanece atrás do indicador de referência no acumulado do ano.
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Petróleo: o convidado indesejado
Enquanto isso, no mercado externo, um convidado indesejado ameaça voltar para a festa: o preço do petróleo, que disparou mais de 12% em julho.
"No atual equilíbrio macro, altas do preço de energia são particularmente perniciosas, pois aumentam a inflação, e, portanto, forçam os bancos centrais a taxas de juro ainda mais altas", destaca a equipe de Luis Stuhlberger, na carta mensal.
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Para os gestores do Verde, as cotações do petróleo têm espaço para subir ainda mais, mas não a ponto de ultrapassar a casa dos US$ 100 o barril, já que estimularia a Arábia Saudita a reverter os cortes na produção. Desse modo, o fundo mantém uma pequena posição na commodity.
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