Braskem (BRKM5) fecha acordo com a prefeitura de Maceió por afundamento do solo que desabrigou milhares de famílias
Braskem se compromete a desembolsar R$ 1,7 bilhão por danos causados pela extração de sal-gema no subsolo de Maceió
A Braskem (BRKM5) e a prefeitura de Maceió chegaram a um acordo sobre o valor da indenização a ser paga pela empresa petroquímica por causa do afundamento de solo que tornou inabitável uma ampla área da capital alagoana.
Pelo acordo, a Braskem se compromete a desembolsar mais R$ 1,7 bilhão a título de indenização, compensação e ressarcimento pelos danos materiais e imateriais causados pela extração de sal-gema do subsolo de Maceió.
Não há detalhes em relação aos prazos de pagamento.
Ao anunciar o acordo, a Braskem destacou que R$ 700 milhões já vinham sendo provisionados em balanços recentes para o que a empresa costuma qualificar como “evento geológico”.
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- O acordo ainda precisa ser homologado pela justiça. Confira aqui os detalhes do fato relevante divulgado hoje pela Braskem.
- O anúncio vem à tona em um momento de intensa concorrência pela fatia da Novonor (antiga Odebrecht) na petroquímica.
- Em abril, a justiça alagoana ordenou o bloqueio cautelar de R$ 1,1 bilhão em contas da Braskem.
A Braskem e o afundamento dos bairros de Maceió
O caso começou com tremores de terra registrados em 2018 em uma região de Maceió na qual a Braskem explorava sal-gema, insumo da cadeia produtiva do PVC.
Os tremores provocaram rachaduras em casas e edifícios, além de crateras nas ruas de bairros localizados em uma área mais alta da cidade.
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O episódio forçou cerca de 60 mil pessoas a deixaram suas casas por questões de segurança.
Com isso, milhares de imóveis foram abandonados e amplas áreas dos bairros de Pinheiro, Bebedouro, Mutange e Bom Parto têm hoje a aparência de uma cidade fantasma.
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Quais as consequências para a Braskem até agora
Em abril de 2019, as autoridades brasileiras entraram com processo contra a Braskem. Em maio do mesmo ano, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) publicou um estudo com a conclusão que, de fato, a principal causa das rachaduras era a atividade da petroquímica no subsolo da cidade.
A Braskem teve de encerrar a exploração de sal-gema e também fechar as fábricas de cloro-álcali e dicloreto de etileno em Maceió.
Desde então, a companhia gastou bilhões de reais para realocar as famílias atingidas pelas rachaduras.
Ainda assim, grande parte das famílias afetadas queixam-se que os valores pagos pela Braskem foram insuficientes para cobrir suas perdas.
Somando valores já desembolsados e provisionados, a conta do que a Braskem chama de "evento geológico" alcança cerca de R$ 13 bilhões.
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