Bom dia, pessoal.
O tema principal do dia no cenário internacional gira em torno da divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre dos Estados Unidos.
As expectativas apontam para um desempenho robusto, com taxas anualizadas de crescimento situadas entre 4% e 5%.
Os dados divulgados hoje, bem como o índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de amanhã e a reunião do Federal Reserve (Fed) na próxima semana, podem desencadear uma nova onda de aumento nas taxas de juros.
Embora não haja indicação de que o Fed aumentará as taxas de juros na próxima semana, isso não o impede de fazê-lo na reunião subsequente, agendada para o dia 13 de dezembro.
Como resultado, os mercados começam o dia em queda na Europa e nos futuros dos EUA devido à ansiedade em relação a esses eventos.
Na Europa, persiste um temor de que a série de desafios econômicos ainda não tenha chegado ao fim.
A economia na região continua fraca, e em alguns países da Zona do Euro, já se observa um cenário de contração econômica.
A reunião de política monetária do Banco Central Europeu ocorre hoje e a instituição pode decidir oficialmente encerrar o processo de aumento das taxas de juros que vinha conduzindo nos últimos meses.
Nesse contexto, os investidores também estão avaliando os resultados corporativos nos Estados Unidos, que geraram certa decepção com os números divulgados por empresas como a Alphabet (controladora do Google) e a Meta (controladora do Facebook).
A ver…
00:58 — Aprovado… próximo, por favor!
No cenário doméstico, embora os resultados da Vale e o relatório de vendas e produção da Petrobras tenham alguma importância, o foco dos investidores está principalmente no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de outubro e nos desenvolvimentos políticos em Brasília.
Quanto ao IPCA-15, as expectativas indicavam que o pico da inflação desta segunda fase tenha ficado para trás, com uma desaceleração na taxa mensal de 0,35% para 0,21%. Na comparação anual, o índice ficou em 5,05%.
Resultados inferiores ao esperado devem influenciar positivamente a curva de juros, especialmente nos vencimentos mais curtos.
No entanto, os prazos mais longos estão condicionados aos desenvolvimentos no Congresso e ao cenário internacional.
Em relação aos parlamentares, hoje veremos os desdobramentos da aprovação do projeto de lei que tributa os fundos exclusivos e fundos offshore na Câmara.
Esse projeto é considerado um dos principais componentes do pacote de medidas proposto pelo governo para aumentar a arrecadação e cumprir as metas fiscais.
A aprovação foi obtida com 323 votos a favor e 119 contrários, e agora o texto segue para o Senado.
Paralelamente, o Senado aprovou o projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia até 31 de dezembro de 2027.
Esses projetos, em termos de impacto fiscal, se compensam, o que significa que o Ministério da Fazenda terá que continuar propondo novas medidas se quiser reduzir o déficit fiscal.
01:55 — Como vem esse PIB?
Nos Estados Unidos, assistimos ontem a uma sessão particularmente desfavorável para as ações de tecnologia.
O Nasdaq Composite sofreu uma queda de 2,4%, marcando o pior dia do ano. O índice de tecnologia agora voltou ao território de correção, o que é definido como uma queda de 10% em relação aos máximos recentes.
As ações da Alphabet foram especialmente afetadas, caindo 9,5% depois que o relatório de lucros da empresa revelou um desempenho decepcionante em seu segmento de "nuvem".
No entanto, hoje, a Meta Platforms apresentou um relatório sólido após o fechamento na quarta-feira, mas não parece ser suficiente, visto que suas ações estão em queda no pré-mercado desta manhã.
Mais resultados estão a caminho, desta vez para a Amazon, encerrando um ciclo intenso de resultados das Big Techs.
No entanto, o evento que realmente impactará o mercado é a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB).
Espera-se que o PIB real tenha crescido a uma taxa anual ajustada sazonalmente, situando-se entre 3,8% e 4,5% no último trimestre.
Sabemos que o próprio trimestre foi bastante robusto, e, portanto, pode haver surpresas positivas em termos de atividade econômica (embora seja importante notar que, no mercado, notícias positivas podem afetar negativamente as taxas de juros).
Em seguida, amanhã, teremos o índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), que é o indicador preferido pelo Federal Reserve para medir a inflação, e isso nos levará à reunião de política monetária americana na próxima semana.
A expectativa é que o curto prazo permaneça volátil para os Treasuries. No entanto, se, de fato, já tivermos atingido o pico de atividade nos Estados Unidos, o quarto trimestre deverá ser um período de desaceleração.
02:51 — Um novo presidente
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos finalmente elegeu seu presidente. Mike Johnson, um aliado pouco conhecido de Trump, foi eleito com 220 votos na primeira votação após 22 dias de impasse.
Essa mudança consolida uma migração significativa do partido para a direita, o que é crucial para a candidatura de Trump nas eleições do próximo ano. A ala moderada do partido claramente perdeu espaço.
Até agora, as lutas internas no Partido Republicano impediram a Câmara de tomar medidas em relação à ajuda de emergência para Israel e Ucrânia, bem como ao financiamento necessário para evitar uma paralisação do governo dos EUA no próximo mês.
Em relação ao segundo ponto mencionado, o papel mais importante de Johnson será liderar a Casa Legislativa nas negociações para aprovar um orçamento que evite o fechamento do governo em 17 de novembro.
Os defensores de gastos fiscais mais controlados provavelmente sairão vitoriosos, já que Johnson faz parte de uma ala que defende a redução de gastos.
Isso, por outro lado, pode ser visto como positivo para a situação fiscal dos Estados Unidos, que tem enfrentado um desgaste considerável.
Johnson também se opôs ao financiamento para a Ucrânia, o que pode resultar em uma redução no apoio financeiro dos Estados Unidos nos próximos meses.
Isso terá um impacto importante nos conflitos geopolíticos em todo o mundo.
03:44 — Finalmente, o fim da greve
O sindicato United Auto Workers (UAW) dos Estados Unidos anunciou que chegou a um acordo provisório com a Ford.
Caso seja ratificado, esse acordo representará os maiores ganhos para os trabalhadores sindicalizados da indústria automobilística em décadas.
As negociações incluíram um aumento salarial de 25% ao longo dos quatro anos do contrato, ajustes no custo de vida que haviam sido suspensos anteriormente e um cronograma mais rápido para que novos trabalhadores alcancem o salário mais alto, que chega a US$ 40 por hora para trabalhadores de montagem até o final do contrato.
Esse acordo também deverá encerrar os piquetes que vinham ocorrendo desde setembro contra as três principais montadoras de Detroit: Ford, GM e Stellantis.
Agora que o contrato com a Ford está assinado, o UAW intensificará as negociações com a GM e a Stellantis na esperança de que ambas concordem com termos semelhantes.
Esta semana, o sindicato aumentou a pressão sobre as duas montadoras ao convocar greves na fábrica mais lucrativa da Stellantis nos Estados Unidos, localizada em Michigan, e em uma fábrica da GM no Texas que produz grandes SUVs, incluindo o Cadillac Escalade.
Essas greves, entre setembro e outubro, contribuíram para reduzir o ritmo da atividade econômica nos EUA, o que provavelmente terá um impacto negativo nos indicadores deste trimestre.
Em um ambiente onde notícias negativas são bem recebidas pelo mercado, uma desaceleração marginal é vista com bons olhos.
04:39 — O fim do ciclo de aperto monetário europeu
O Banco Central Europeu tomou uma decisão importante nesta quinta-feira, já que manteve as taxas de juros inalteradas pela primeira vez em mais de um ano.
Isso acontece em meio a evidências crescentes de que seu período de aumentos sem precedentes está começando a surtir efeito na redução da inflação.
Após realizar 10 aumentos consecutivos, a autoridade optou por deixar a taxa de depósito inalterada, mantendo-a em 4%. No entanto, isso não significa necessariamente que os juros vão cair em breve.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, enfatizou na quarta-feira que a luta para controlar o aumento nos preços ao consumidor ainda não terminou, mas ela expressou confiança de que a inflação poderá retornar ao patamar de 2% se a estratégia atual for mantida.
Quaisquer cortes nas taxas de juros provavelmente ocorrerão a partir do terceiro ou quarto trimestre do próximo ano.
Essa mudança terá impactos negativos na economia europeia, que já enfrenta desafios significativos.