Voltando do feriado sem presente de Dia das Crianças... Bom dia, pessoal.
Os mercados reagiram de forma negativa diante dos dados de inflação divulgados nos Estados Unidos ontem.
Embora os preços tenham aumentado, uma análise detalhada sugere um enfraquecimento nesse movimento.
A maioria dos preços no mercado está mostrando desaceleração, enquanto a deflação dos bens duráveis persiste.
No Brasil, os mercados estiveram fechados ontem devido ao feriado de Nossa Senhora Aparecida e hoje devem reagir para se alinhar ao movimento internacional observado ontem (os ADRs brasileiros em Nova York tiveram um dia desfavorável).
O sentimento mais pessimista continua predominante nesta manhã.
As bolsas asiáticas estenderam suas quedas nesta sexta-feira, influenciadas pelos dados de inflação nos EUA, que foram mais fortes do que o esperado e alimentaram as expectativas de novos aumentos nas taxas de juros.
Além disso, os números fracos da inflação na China destacaram um abrandamento da economia na maior economia da Ásia.
As bolsas europeias seguiram a tendência de queda dos mercados asiáticos, e os futuros nos EUA também apontam para uma possível baixa.
Os investidores aguardam o início da temporada de resultados nos EUA para hoje, a qual começa com os grandes bancos.
A ver…
00:44 — Não será uma digestão positiva
No Brasil, não se espera um retorno muito otimista após o feriado.
Ontem, o principal fundo de índice (ETF) brasileiro listado em Nova York, o EWZ, teve uma queda de mais de 2%, com destaque para a queda dos grandes bancos.
Uma possível fonte de alívio pode vir de um desempenho positivo dos ativos relacionados ao mercado de petróleo e gás, principalmente devido à recente alta nos preços do barril de petróleo, mas não se espera muito mais do que isso.
Além do conflito entre Israel e o Hamas, que volta a preocupar os agentes financeiros, a OPEP manteve suas previsões para a demanda para o ano.
Sem gatilhos locais iminentes, é provável que reajamos ao que ocorre no exterior.
Aqui, os gatilhos relacionados à agenda econômica do Ministério da Fazenda parecem estar paralisados.
As lideranças políticas no Congresso parecem estar buscando alinhar interesses neste último trimestre, preparando o terreno para 2024, um ano eleitoral.
Além disso, nos bastidores, temos observado discussões sobre a sucessão de Pacheco e Lira nas casas legislativas.
Os presidentes do Senado e da Câmara têm direcionado esforços para fortalecer os mandatos de dois aliados preferenciais, Davi Alcolumbre (União-AP) e Elmar Nascimento (BA), respectivamente, em um movimento que busca manter o controle do Congresso.
01:33 — As tensões voltam a se acumular
Nos Estados Unidos, Steve Scalise desistiu de sua candidatura à presidência da Câmara.
Ele não conseguiu garantir apoio suficiente dos seguidores do seu concorrente, o deputado Jim Jordan, que foi respaldado pelos republicanos mais conservadores e pelo ex-presidente Trump.
Neste momento de crise geopolítica, a Câmara dos Representantes americana continua enfrentando desafios para operar de maneira eficaz.
O futuro do Partido Republicano está incerto após essa divisão, sem nenhum candidato aparentemente capaz de conquistar os 217 votos necessários para assumir a presidência da Câmara. No entanto, está agendada uma reunião hoje para discutir os próximos passos.
Enquanto isso, os Estados Unidos encontram limitações em continuar apoiando a Ucrânia e Israel, dada a incerteza orçamentária para o próximo ano.
No cenário econômico, os investidores estão analisando o índice de preços ao consumidor, que aumentou 0,4% em setembro (0,3% no núcleo, excluindo os itens mais voláteis).
Esse ligeiro aumento na taxa de inflação, um pouco acima das expectativas, voltou a pressionar a curva de juros. Os passos futuros parecem depender de como a inflação se comportará neste último trimestre.
Hoje, estamos atentos à temporada de resultados, que inclui BlackRock, Citigroup, JPMorgan e Wells Fargo.
Além disso, temos a pesquisa de opinião do consumidor para o mês de outubro.
02:25 — E o que esperar dessa temporada de resultados?
A temporada de resultados do terceiro trimestre começa oficialmente hoje com resultados de vários grandes bancos dos EUA: JPMorgan Chase, Wells Fargo e Citigroup.
O desempenho do grupo é tradicionalmente visto como um indicador para o mundo empresarial mais amplo.
Mas, nesta época de balanços, os resultados do setor de tecnologia serão muito mais significativos para o mercado mais amplo.
As grandes ações voltadas para a tecnologia que impulsionaram o S&P 500 este ano devem apresentar relatórios nas próximas semanas, começando com Tesla e Netflix na próxima quarta-feira.
Alphabet, Microsoft, Meta Platforms, Amazon.com reportam na semana seguinte, seguidas por Apple e Nvidia em novembro.
Diante disso, não espere que o mercado se importe tanto quanto no passado com o desempenho dos grandes bancos.
O setor financeiro do S&P 500, que inclui bancos e seguradoras juntamente com Visa e Mastercard, totaliza 12,7% do valor de mercado do índice. Espera-se que sua contribuição para os lucros seja maior, de 17,4% dos lucros do terceiro trimestre.
Ao mesmo tempo, se as empresas não conseguirem superar as expectativas de lucros futuros mais elevadas neste trimestre, o sentimento poderá fazer as ações caírem ainda mais.
03:19 — Vibrações chinesas
As exportações da China apresentaram uma queda menor do que o previsto em setembro, de acordo com dados oficiais divulgados na sexta-feira, mesmo diante das desafiadoras condições econômicas globais e da fraca demanda por produtos manufaturados.
As exportações diminuíram 6,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, conforme dados da administração alfandegária da China, marcando uma desaceleração em comparação com a queda de 8,8% em agosto.
As importações, por outro lado, também caíram 6,2%, um pouco pior do que as expectativas e abaixo da queda de 7,3% no mês anterior.
A balança comercial da China em setembro registrou um superávit de 77,71 bilhões de dólares.
As exportações do país têm diminuído ao longo deste ano devido às condições econômicas globais enfraquecidas que afetaram a demanda por produtos manufaturados, e o impulso do boom da eletrônica de consumo durante a pandemia está diminuindo.
Simultaneamente, os preços ao consumidor na China permaneceram estáveis em setembro, refletindo a economia enfrentando desafios com a demanda interna e externa enfraquecida.
A economia chinesa tem enfrentado dificuldades desde que a recuperação após o alívio das restrições da Covid-19 não atendeu às expectativas, com a demanda dos consumidores continuamente baixa e o desemprego entre os jovens atingindo níveis recordes.
Resta saber se haverá mais estímulos durante este trimestre para buscar o crescimento prometido de 5%.
04:08 — O Oriente Médio volta a gerar preocupação
Israel estabeleceu um governo de emergência, demonstrando a busca por unidade em meio à situação atual.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, colaborou com o partido de oposição para formar um "gabinete de gestão de guerra" que estará em vigor até o término do conflito com o Hamas.
A criação deste governo de união indica que a controversa reforma judicial de Netanyahu, que provocou profundas divisões na sociedade israelense, será temporariamente suspensa.
Este movimento visa coordenar a iminente incursão terrestre na Faixa de Gaza.
No que diz respeito a Gaza, a situação humanitária na região deteriorou-se drasticamente. O enclave, já empobrecido, está à beira de um colapso completo.
Israel emitiu ordens para que 1,1 milhão de civis deixem o norte de Gaza em 24 horas (cerca de metade da população), sugerindo uma possível invasão terrestre iminente (o que sabíamos que aconteceria mais cedo ou mais tarde).
Enquanto isso, o Hamas pede que os palestinos permaneçam em suas casas.
A intensidade da incursão, que se espera para o final de semana, e a resposta subsequente dos países árabes estão gerando crescente preocupação e pressionando os preços do petróleo.
No mês passado, os Estados Unidos concordaram em liberar 6 bilhões de dólares em receitas congeladas do petróleo iraniano em troca da libertação de cinco americanos detidos no Irã.
No entanto, devido ao ataque terrorista do Hamas em Israel, o Irã não poderá acessar esses fundos.
A possibilidade de uma escalada do conflito envolvendo atores como os EUA e o Irã é a principal fonte de nervosismo.