FINALMENTE, TEREMOS OS DADOS DE PAYROLL
Cautela permeia o ambiente. Os investidores globais, em um estado de ansiedade, aguardam os dados de emprego nos EUA, destacados pelo renomado relatório de folha de pagamento (payroll) – uma das informações mais cruciais da semana.
Esses números emergem após os relatórios Jolts e ADP apontarem para a fragilidade do mercado de trabalho americano.
Esse cenário, por sua vez, alivia a pressão inflacionária, abrindo espaço para o encerramento do ciclo de aperto monetário.
Muitos agentes de mercado já especulam sobre a possibilidade de redução das taxas de juros no próximo ano.
Portanto, esses dados são essenciais para compreender a trajetória da política monetária nos Estados Unidos.
Acompanhando os sinais predominantemente positivos de Wall Street no pregão anterior, os mercados de ações asiáticos encerraram esta sexta-feira sem uma direção única.
Os investidores reagem a diversos dados econômicos do Japão, incluindo informações sobre o PIB. Prevalece uma relutância generalizada em realizar movimentos significativos antes do aguardado relatório mensal de emprego nos EUA.
Por outro lado, os mercados europeus iniciam o dia em ascensão, seguindo a tendência da maioria dos índices americanos, que, mesmo flertando com a estabilidade, mantêm-se predominantemente em alta.
No universo das commodities, após ajustes nos últimos dias, o preço do petróleo retoma a trajetória ascendente nesta manhã.
A ver…
00:43 — Compasso de espera político
No Brasil, os preparativos estão em curso para a próxima quarta-feira (também conhecida como Super Quarta), quando o Banco Central se reunirá para deliberar sobre a taxa de juros no país.
A expectativa geral é de um novo corte de 50 pontos-base, acompanhado por uma reiteração do compromisso com futuros cortes de magnitude semelhante.
Considerando a incerteza fiscal e o desempenho do PIB do terceiro trimestre, que se revelou mais robusto do que o previsto, é improvável que haja uma aceleração iminente no ritmo de aperto.
Como mencionado anteriormente, não é essencial um ritmo mais rápido.
A perspectiva é manter os cortes de 50 pontos ao longo de 2024, buscando uma transição para um patamar de juros mais equilibrado para a economia doméstica.
Enquanto aguardamos uma Selic de 9,5% até o final do próximo ano, a atenção se volta para a agenda econômica no Congresso, que enfrentou desafios nesta semana.
Os próximos dias prometem ser intensos, com os investidores se preparando para assimilar os desdobramentos políticos antes do recesso de fim de ano.
Diversos temas aguardam votação, incluindo a taxação de apostas online, o texto sobre subvenções, a reforma tributária e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Até que todas essas questões sejam devidamente deliberadas, qualquer movimentação ou especulação em torno de cada uma das propostas influenciará a curva de juros.
01:31 — Já podemos comemorar?
O Ministério das Relações Exteriores comunicou que Mercosul e União Europeia mantêm ativas discussões para finalizar as pendências no Acordo de Associação. Indicações apontam para avanços consideráveis nos últimos meses.
Recentemente, negociadores brasileiros, incluindo o presidente Lula, reconheceram que os termos relacionados a compras governamentais ainda não atendem plenamente aos interesses do Brasil e do Mercosul.
Outra área de discordância está relacionada à tentativa da União Europeia de exercer controle sobre os sistemas de monitoramento da Amazônia, uma proposta que tem sido rejeitada pelo Brasil.
No entanto, conforme o comunicado do Ministério, ambas as partes expressam a esperança de alcançar um acordo em breve, embora sem um prazo definido.
A expectativa inicial era que todas as questões fossem resolvidas até o final de 2023, mas agora pode ser necessário aguardar até o início de 2024.
Embora não seja motivo para celebração imediata, a narrativa parece, finalmente, estar se encaminhando para um desfecho mais satisfatório.
02:24 — O payroll
Nos Estados Unidos, a quinta-feira trouxe mais evidências que respaldam a perspectiva de um suposto "pouso suave" para a economia americana.
As ações registraram alta após a divulgação dos pedidos contínuos de subsídio de desemprego, indicando um abrandamento no mercado de trabalho.
Contudo, o dado mais significativo surge apenas hoje, com a divulgação do relatório mensal de emprego, conhecido como payroll.
A projeção é que os EUA tenham criado 172.500 empregos em novembro, com algumas estimativas mais otimistas chegando a 200 mil empregos.
De qualquer forma, a estimativa de consenso supera os 150.000 empregos registrados em outubro, mas até agora, o consenso tem errado para o lado positivo.
Inicialmente, esperava-se que a resolução das greves dos atores de Hollywood e dos trabalhadores da United Auto Workers impulsionasse grande parte dos ganhos de emprego do mês passado, no entanto, tanto o relatório Jolts quanto o ADP não corroboraram essa expectativa.
A longo prazo, um relatório de emprego abaixo das expectativas pode acelerar o início dos cortes nas taxas, assumindo que a inflação mantenha uma tendência descendente.
Mais informações sobre esse cenário serão disponibilizadas na próxima quarta-feira (como mencionado, Super Quarta), quando o Federal Reserve apresentará um resumo atualizado das projeções econômicas, juntamente com sua decisão regular sobre as taxas.
A expectativa é de uma manutenção das taxas de juros, acompanhada de um discurso mais flexível (dovish) em relação aos próximos passos.
03:12 — Uma nova empresa no radar
A startup mais valiosa dos Estados Unidos pode estar prestes a aumentar ainda mais seu valor. Relatórios recentes indicam que a SpaceX, liderada por Elon Musk, está em negociações que poderiam avaliar a empresa espacial em US$ 175 bilhões ou mais.
Esse valor resultaria de uma oferta pública que pode variar entre US$ 500 milhões e US$ 750 milhões, com o preço das ações fixado em aproximadamente US$ 95 cada.
Essa avaliação supera a marca recente de US$ 150 bilhões da SpaceX e ultrapassa a avaliação de US$ 137 bilhões obtida ao captar US$ 750 milhões de investidores em janeiro deste ano.
O impulso ganhou força à medida que a receita crescente da SpaceX a levou a registrar lucro no primeiro trimestre deste ano, após dois anos consecutivos de prejuízos.
A empresa está no caminho para alcançar receitas de cerca de US$ 9 bilhões em 2023, com projeções indicando um aumento para US$ 15 bilhões em 2024.
Além dos lançamentos de foguetes Falcon, grande parte do valor da SpaceX provém do Starlink, que oferece acesso à internet de alta velocidade via satélite.
Uma oferta pública inicial (IPO) independente da Starlink pode ocorrer no próximo ano, à medida que essa divisão se torna cada vez mais relevante nos âmbitos militar e de consumo em escala global.
Recentemente, a Starlink concluiu nove meses de testes militares dos EUA no Ártico, abrindo caminho para potenciais contratos com a Força Espacial.
Com 5.100 satélites já posicionados na órbita baixa da Terra, a SpaceX expandiu rapidamente sua constelação Starlink.
Seu concorrente mais próximo nos EUA, o Projeto Kuiper da Amazon, está significativamente atrás, com apenas dois protótipos de satélites iniciais.
A SpaceX também ultrapassou os 61 lançamentos realizados no ano passado, acabando de concluir sua 90ª missão orbital em 2023.
Representantes da empresa afirmaram que estão planejando realizar 144 lançamentos ao longo de 2024.
04:27 — As movimentações no Japão
A recuperação do iene estendeu-se pelo segundo dia consecutivo, com os investidores antecipando que o Banco do Japão encerrará o último regime de taxas de juro negativas do mundo mais cedo do que se previa anteriormente.
Na sexta-feira, a moeda valorizou-se até 1,1% em relação ao dólar.
O movimento significativo de quinta-feira pode ter sido ampliado por especuladores que desfizeram posições pessimistas em relação ao iene, especialmente após fundos alavancados terem impulsionado a moeda para o patamar mais elevado em mais de um ano na semana anterior.
Além disso, os comentários do presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, causaram agitação nos mercados financeiros, sugerindo possíveis mudanças na política do Banco Central.
O atual Governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, parece ser, em muitos aspectos, um banqueiro central bastante distinto de seu antecessor, Haruhiko Kuroda.
Esta recuperação do iene representa a maior desde que o Banco do Japão surpreendeu os investidores em dezembro passado, quando o então presidente Kuroda duplicou o limite máximo dos rendimentos a 10 anos.