Entre os bancões privados, o Itaú (ITUB4) segue destoando do resto: lucro deve crescer 12% no 2T23, com rentabilidade acima de 20%
Além de ganhos na casa dos R$ 8 bilhões, o Itaú (ITUB4) deve continuar mostrando rentabilidade saudável e boa qualidade de ativos
O Santander Brasil (SANB11) e o Bradesco (BBDC4) já divulgaram seus balanços do segundo trimestre de 2023 — e, em linhas gerais, mostraram um quadro de enfraquecimento. Mas nem todos os bancões privados passam por apuros: o Itaú Unibanco (ITUB4) deve continuar destoando dos rivais.
Ao menos, é o que indicam sete casas de análise consultadas pelo Seu Dinheiro: a média das projeções indica um lucro de R$ 8,62 bilhões entre abril e junho deste ano — o que, se confirmado, representaria um aumento de cerca de 12% em relação ao mesmo período de 2022.
As diferenças não param por aí. Enquanto Santander e Bradesco mostraram rentabilidades próximas de 10%, o Itaú deve continuar em outro patamar, o dos 20%. A inadimplência, a carteira de crédito e a qualidade dos ativos também apontam para a mesma direção: a de um trimestre tranquilamente positivo.
"Esperamos que o Itaú reporte resultados saudáveis mais uma vez", diz o Santander, em relatório; "Mais um conjunto de números sólidos e nítidos", escreve o UBS BB; "O Itaú mantém seu balanço sólido, com uma qualidade de carteira invejável", afirma o Inter.
Dito isso: por que as expectativas para o Itaú são tão positivas, dado que os dois pares privados mostraram números ruins?
Projeções de lucro líquido para o Itaú Unibanco (ITUB4) no 2T23 (em R$ milhões):
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Instituição | Itaú Unibanco Estimativas de lucro no 2T23 (R$ mi) |
BTG Pactual | 8.633 |
Santander | 8.734 |
Itaú BBA | -- |
Inter | 8.538 |
UBS BB | 8.590 |
XP | 8.586 |
Goldman Sachs | 8.637 |
Média | 8.620 |
Itaú no 2T22 | 7.679 |
Variação a/a | +12,2% |
Itaú Unibanco (ITUB4): passado, presente e futuro
O otimismo não se deve a alguma iniciativa específica do Itaú no segundo trimestre de 2023; lá atrás, ainda durante a pandemia, o banco foi mais cauteloso em relação à concessão de crédito e aos provisionamentos, mantendo a inadimplência sob controle — uma estratégia que se mostraria acertada.
Nem mesmo o "evento Americanas" abalou o Itaú de maneira significativa: o eventual calote da varejista foi 100% provisionado logo de cara, tirando de cena qualquer nuvem de dúvida do horizonte. Em paralelo, a bem-sucedida digitalização das operações deu fôlego operacional à instituição.
Santander e Bradesco, por sua vez, foram por linhas diferentes: maior agressividade na fase final da pandemia, uma postura mais relaxada em relação à Americanas ou uma transição digital turbulenta para fazer frente às fintechs e novos bancos — de algum jeito, os dois rivais do Itaú escorregaram.
Tudo isso para chegarmos ao momento atual: cada um dos bancões privados colhe o que foi plantado. Enquanto Santander e Bradesco agora têm de lidar com os problemas do passado, o cauteloso Itaú navega tranquilo.
"A inadimplência do Itaú provavelmente atingiu o pico nos três primeiros meses do ano, enquanto a dos seus pares só deve ter atingido o ponto máximo neste segundo trimestre", escrevem Henrique Navarro, Arnon Shirazi e Anahy Rios, do Santander — os mais otimistas, projetando lucro de R$ 8,7 bilhões.
Mesmo o Inter, a mais pessimista das casas de análise ouvidas pelo Seu Dinheiro, espera uma expansão de mais de 10% no lucro do Itaú na base anual, para pouco mais de R$ 8,53 bilhões — e o analista Matheus Amaral não poupa elogios à estratégia de seletividade na carteira de crédito.
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Rentabilidade é destaque
No lado da rentabilidade (ROE), as projeções apontam para uma leve contração, mas nada que preocupe os analistas: o índice "permanecerá em torno dos 20%", conforme ressalta a equipe liderada pelo analista Tito Labarta, do Goldman Sachs.
Esse nível, no entanto, tende a mostrar uma leve retração em relação aos patamares vistos em março, e parte disso se deve a alguns desafios que o Itaú pode encontrar no trimestre:
- A depreciação do dólar pode afetar negativamente a expansão da carteira de crédito e o hedge feito para cobrir a exposição ao exterior;
- Provisões para inadimplência devem crescer, embora a maior parte dos analistas projete um NPL (non-performing loan, ou crédito não produtivo — um eufemismo para 'calote') estável em relação ao primeiro trimestre.
Projeções de rentabilidade (ROE) para o Itaú Unibanco (ITUB4) no 2T23
Instituição | Itaú Unibanco Estimativas de rentabilidade no 2T23 |
Santander | 20,8% |
Itaú BBA | -- |
Inter | 20,3% |
UBS BB | 20,5% |
XP | 20,0% |
Goldman Sachs | 20,6% |
Média | 20,4% |
Itaú no 1T23 | 20,7% |
Variação | -0,3 pp |
Como um todo, a avaliação dos analistas é unânime: entre os bancos privados, o Itaú está numa categoria própria, tanto em termos de lucro quanto em rentabilidade — o único rival está no setor público, com o Banco do Brasil (BBAS3) mostrando números parecidos.
O Itaú reporta seus resultados do segundo trimestre nesta segunda-feira (7), depois do fechamento dos mercados; o Banco do Brasil está previsto para quarta (9), também após o término do pregão. O calendário de balanços completo pode ser acessado aqui.
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