A reação do S&P 500, do Nasdaq e do Dow Jones ao morde e assopra de Powell
O banco central norte-americano elevou nesta quarta-feira (26) os juros em 0,25 ponto percentual, colocando-os na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano — o maior patamar em 22 anos
Se o investidor esperava um sinal claro do Federal Reserve (Fed) sobre os próximos passos em relação aos juros nos EUA, se decepcionou. Em uma espécie de morde e assopra, o banco central norte-americano não cravou os rumos da política monetária, deixando o S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones em um vaivém.
Sem saber para onde ir com as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, os três principais índices da Bolsa de Valores de Nova York acabaram encerrando o dia sem uma direção comum.
É bem verdade que a decisão desta quarta-feira (26) de elevar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual (pp) — colocando-a na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, o maior nível em 22 anos — era amplamente esperada e pouco mexeu com o humor dos gringos.
Mas Wall Street reagiu, operando no azul, quando Powell disse que poderia manter a taxa de juros inalterada no patamar atual no próximo encontro do Fed, marcado para setembro. O Nasdaq, que estava sentindo o peso dos resultados das big techs, deu um salto de mais de 1%, enquanto o Dow Jones subiu quase 200 pontos.
Só que Powell voltou a morder e afirmou também que, como o Fed irá usar uma abordagem de avaliar dados e tomar decisões reunião por reunião, poderá elevar os juros se entender que é o mais adequado a se fazer. Wall Street devolveu os ganhos.
Confira a variação e a pontuação dos principais índices da bolsa dos EUA no fechamento:
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- Dow Jones: +0,24%, 35.522,23 pontos
- S&P 500: -0,01%, 4.566,95 pontos
- Nasdaq: -0,12%, 14.127,28 pontos
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A inflação, sempre ela
Não é exagero dizer que nos últimos meses o comportamento de Wall Street tem se guiado em boa medida pela inflação. Depois de atingir dois dígitos nos EUA e desencadear um ciclo de aperto monetário agressivo por parte do Fed — o que fez Nova York amargar duras perdas — os preços agora dão sinais de esfriamento.
E é por esse comportamento da inflação que os investidores aguardavam um sinal forte de Powell sobre o futuro dos juros nos EUA. O chefão do Fed, no entanto, limitou-se a dizer que o banco central norte-americano precisa de garantias de que a atual desaceleração dos preços é uma tendência que veio para ficar.
“Precisamos ver se a inflação desacelerou de forma duradoura. Acreditamos que precisaremos manter a política monetária em um nível restritivo por algum tempo e precisamos estar preparados para aumentar os juros ainda mais se acharmos apropriado", disse Powell.
- Leia também: O fantasma da crise ronda os bancos dos EUA um dia antes do Fed — Pacwest anuncia fusão com Banc of California
O S&P 500, e a Europa?
As bolsas europeias, que fecharam antes do S&P 500 e seus colegas norte-americanos, encerraram o dia, em sua maioria, em baixa em meio a uma série de resultados corporativos e à espera da decisão do Fed.
O índice de referência Stoxx 600 fechou em queda de 0,6%, com a maioria dos setores em território negativo. Confira o fechamento as principais bolsa da região:
- Londres: -0,19%, 7.676,89 pontos
- Frankfurt: -0,49%, 12.131,46 pontos
- Paris: -1,35%, 7.315,07 pontos
O setor bancário recuou 0,3%, apesar de Deutsche Bank e UniCredit terem superado as expectativas de lucro dos analistas, enquanto a empresa aeroespacial e de defesa britânica Rolls-Royce subiu mais de 20% depois de aumentar sua previsão de lucro para o ano.
Amanhã, os índices europeus devem reagir à decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Na sexta-feira (28) é a vez do Banco do Japão.
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