Por que você ainda deve investir em Tesouro Selic, mesmo que os juros tenham parado de subir
Para o Itaú BBA, Selic pode permanecer alta por mais tempo do que o mercado espera, e investidor deve manter 60% da sua carteira de títulos públicos em Tesouro Selic
O fim do ciclo de alta da taxa básica de juros e a inflação mais comportada têm levado a uma queda nos juros futuros e uma valorização dos títulos públicos prefixados e indexados à inflação, vendidos no Tesouro Direto como Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+.
Como o mercado agora espera que a Selic se mantenha elevada no patamar de 13,75% ao ano por algum tempo e comece a cair em seguida - provavelmente lá para o meio do ano que vem -, muitos investidores, incluindo gestores de fundos, têm alongado as suas carteiras de títulos públicos, adquirindo títulos pré e Tesouro IPCA+ com vencimentos de 2035 em diante.
Porém, para Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa para pessoa fixa do Itaú BBA, embora o alongamento dos prazos não seja uma estratégia ruim - muito pelo contrário -, ainda não é hora de abandonar os títulos pós-fixados, a saber, o Tesouro Selic, aquele cuja remuneração é atrelada à taxa básica de juros.
Isso porque, diz Queiroz em relatório publicado nesta sexta-feira (07), a Selic pode permanecer elevada por mais tempo do que o mercado espera. E, ao se investir num Tesouro Selic quando os juros estão altos, garante-se uma formidável rentabilidade lá na frente, mesmo que as taxas venham a cair adiante.
Por esta razão, o Tesouro Selic 2025 ainda aparece com destaque na carteira recomendada de títulos públicos do Itaú BBA, junto com prefixados e indexados à inflação de médio e longo prazo: os Tesouro Prefixado com vencimentos em 2025 e 2029 e os Tesouro IPCA+ com vencimentos em 2026 e 2035.
Para o Itaú BBA, nada menos do que 60% da carteira de títulos públicos do investidor pessoa física deve permanecer no título pós-fixado.
Leia Também
- Leia também: Títulos preferidos de analistas e gestores têm alta no ano e vivem rali – e ainda há espaço para mais
Tesouro Selic: já vi esta cena antes
No relatório, o estrategista do Itaú BBA faz um breve estudo do comportamento da taxa de juros e da inflação nos últimos anos, bem como da inflação implícita, a diferença entre as rentabilidades dos títulos prefixados e os juros reais pagos pelos indexados à inflação.
A conclusão é que, dados os padrões observados nos diferentes pontos do ciclo, podemos estar vivendo um momento muito semelhante ao que vivemos entre 2015 e 2016, quando o Banco Central também tentava controlar a inflação, e o mercado acabou surpreendido por um ciclo de manutenção da Selic em um patamar elevado por um tempo maior que o antecipado, aos 14,25%.
O relatório lembra que, posteriormente, os investidores foram novamente surpreendidos com a velocidade da queda de juros implementada pela autoridade monetária.
Assim, embora em momentos como o atual o mais comum seja ver os investidores migrando dos pós-fixados para os prefixados e indexados à inflação, a fim de lucrar com a queda de juros que deve ocorrer lá na frente, Queiroz orienta os investidores a não abrirem mão do Tesouro Selic ainda.
O momento global, diz a análise, é propício para uma manutenção prolongada dos juros em patamar restritivo: "os desdobramentos no cenário externo com perspectiva de juros ainda em alta nos Estados Unidos, a consequente valorização do dólar e o nível atual elevado da taxa Selic devem reduzir o ímpeto a uma migração mais robusta a ativos de maior risco."
Além disso, o relatório demonstra, com base em projeções para a Selic ao final de 2023, que mesmo que esta seja cortada para 9,75% ao ano - abaixo das expectativas atuais do mercado para a taxa de juros no ano que vem -, a rentabilidade de um Tesouro Selic daqui até lá beiraria os 12% ao ano, uma remuneração ainda bastante atrativa.
"Como o retorno de um título indexado à taxa de juros (título pós-fixado) pode ser aproximado pela taxa de juros média do período, o nível da taxa no momento inicial é relevante para calcular a rentabilidade do investimento", diz o relatório.
As recomendações do Itaú BBA para o Tesouro Direto
Sendo assim, Lucas Queiroz continua recomendando uma posição relevante em Tesouro Selic, bem como posições também em títulos públicos prefixados e indexados à inflação de médio e longo prazo, que se beneficiam da perspectiva de corte de juros mais adiante, ainda que o início dessa queda demore mais que o esperado atualmente pelo mercado.
"Diante da elevada taxa de remuneração esperada para os títulos pós-fixados e do cenário ainda desafiador, continuamos gostando de alocação relevante em Tesouro Selic 2025. Também cientes do ponto do ciclo, é apropriado montar posições que se beneficiem à frente de um cenário de redução dos juros, e aqui temos preferência pelo Tesouro IPCA+ 2035. Embora indexado à inflação, no curto prazo o retorno deste ativo é guiado majoritariamente pela oscilação da taxa e entendido em nossa carteira, que tem horizonte de retorno de 12 meses, como um título prefixado ao invés de uma proteção contra a inflação."
Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa para pessoa física do Itaú BBA em relatório.
Além disso, Queiroz frisa que não recomenda a compra de títulos Tesouro IPCA+ de curto prazo (vencimentos entre um e dois anos), "visto que o cenário de Selic em campo restritivo gera pressão de baixa na inflação, e a baixa duração destes títulos não permitem absorver ganhos relevantes por redução nas taxas reais."
O estrategista acredita que, neste momento, os pós-fixados se mostram uma alternativa mais interessante a possíveis surpresas para cima no IPCA, sendo que o Tesouro IPCA+ 2026 também faz esse papel de proteção contra a inflação nesse cenário, com melhor perspectiva de retorno que os papéis mais curtos.
Veja na tabela a composição da carteira de títulos públicos sugerida pelo Itaú BBA:
Título | Classificação | Rentabilidade anual | Peso |
Tesouro Selic 2025 | Pós-fixado | SELIC + 0,06% | 60% |
Tesouro Prefixado 2025 | Prefixado | 11,64% | 10% |
Tesouro Prefixado 2029 | Prefixado | 11,83% | 5% |
Tesouro IPCA+ 2026 | Indexado à inflação | IPCA + 5,69% | 15% |
Tesouro IPCA+ 2035 | Indexado à inflação | IPCA + 5,68% | 10% |
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Está com pressa por quê? O recado do chefão do BC dos EUA sobre os juros que desanimou o mercado
As bolsas em Nova York aceleraram as perdas e, por aqui, o Ibovespa chegou a inverter o sinal e operar no vermelho depois das declarações de Jerome Powell; veja o que ele disse
A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas
As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Voltado para a aposentadoria, Tesouro RendA+ chega a cair 30% em 2024; investidor deve fazer algo a respeito?
Quem comprou esses títulos públicos no Tesouro Direto pode até estar pensando no longo prazo, mas deve estar incomodado com o desempenho vermelho da carteira
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Stuhlberger compra bitcoin (BTC) na véspera da eleição de Trump enquanto o lendário fundo Verde segue zerado na bolsa brasileira
O Verde se antecipou ao retorno do republicano à Casa Branca e construiu uma “pequena posição comprada” na maior criptomoeda do mundo antes das eleições norte-americanas
Em ritmo de festa: Ibovespa começa semana à espera da prévia do PIB; Wall Street amanhece em alta
Bolsas internacionais operam em alta e dão o tom dos mercados nesta segunda-feira; investidores nacionais calibram expectativas sobre um possível rali do Ibovespa
Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA
A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
Renda fixa apimentada: “Têm nomes que nem pagando CDI + 15% a gente quer”; gestora da Ibiuna comenta sobre risco de bolha em debêntures
No episódio da semana do podcast Touros e Ursos, Vivian Lee comenta sobre o mercado de crédito e onde estão os principais riscos e oportunidades
7% ao ano acima da inflação: 2 títulos públicos e 10 papéis isentos de IR para aproveitar o retorno gordo da renda fixa
Com a alta dos juros, taxas da renda fixa indexada à inflação estão em níveis historicamente elevados, e em títulos privados isentos de IR já chegam a ultrapassar os 7% ao ano + IPCA
Selic sobe para 11,25% ao ano e analista aponta 8 ações para buscar lucros de até 87,5% ‘sem bancar o herói’
Analista aponta ações de qualidade, com resultados robustos e baixo nível de endividamento que ainda podem surpreender investidores com valorizações de até 87,5% mais dividendos
Carne com tomate no forno elétrico: o que levou o IPCA estourar a meta de inflação às vésperas da saída de Campos Neto
Inflação acelera tanto na leitura mensal quanto no acumulado em 12 meses até outubro e mantém pressão sobre o BC por mais juros
Você quer 0 a 0 ou 1 a 1? Ibovespa repercute balanço da Petrobras enquanto investidores aguardam anúncio sobre cortes
Depois de cair 0,51% ontem, o Ibovespa voltou ao zero a zero em novembro; índice segue patinando em torno dos 130 mil pontos
O que comprar no Tesouro Direto agora? Inter indica títulos públicos para investir e destaca ‘a grande oportunidade’ nesse mercado hoje
Para o banco, taxas como as que estamos vendo atualmente só ocorrem em cenários de estresse, que não ocorrem a todo momento
Ibovespa segue com a roda presa no fiscal e cai 0,51%, dólar fecha estável a R$ 5,6753; Wall Street comemora pelo 2° dia
Por lá, o presidente do BC dos EUA alimenta incertezas sobre a continuidade do ciclo de corte de juros em dezembro. Por aqui, as notícias de um pacote de corte de gastos mais modesto desanima os investidores.