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Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

ELEIÇÕES 2022

Simone, Ciro “envergonhado” e até FHC: aonde esses apoios podem levar um eventual governo Lula

O petista se movimenta de modo a angariar o máximo apoio possível e confirmar, no fim de outubro, um favoritismo que lhe é atribuído desde sua ressurreição para a política

7 de outubro de 2022
13:15 - atualizado às 16:34
Lula de terno azul, com as mãos na boca
Luiz Inácio Lula da Silva - Imagem: Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colecionou uma série de apoios já no primeiro turno das eleições presidenciais. Alguns deles até inesperados, declarados por adversários do passado e até mesmo antigos desafetos.

Lula assegurou mais de 57 milhões de votos, um recorde para o primeiro turno na história das eleições presidenciais no Brasil.

Um feito e tanto para quem, há apenas quatro anos, foi impedido de concorrer à Presidência da República por estar preso e chegou a ser dado como “morto” para a política por adversários e parte dos analistas.

Entretanto, nem mesmo a alta popularidade, a anulação do julgamento que o levou à prisão e o amplo arco de alianças foram suficientes para uma almejada vitória em primeiro turno.

Lula bateu na trave, e o jogo contra Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, segue aberto.

Diante disso, o petista se movimenta de modo a angariar o máximo de apoio possível e confirmar, no fim de outubro, um favoritismo que lhe é atribuído desde sua ressurreição para a política.

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Pressionado a antecipar a composição de seu ministério em um eventual novo governo, Lula recusa-se a fazer qualquer anúncio nesse sentido antes do resultado do segundo turno.

“Primeiro, eu tenho que ganhar as eleições. Quando eu ganhar as eleições, vou montar o governo e não apenas com meu partido e aliados. Tem gente de fora que vai participar”, afirmou.

Lula rumo ao centro

Não é de hoje que Lula acena ao centro. O deslocamento do ex-presidente para fora de sua zona de conforto começou bem antes do anúncio de sua candidatura.

Ainda no fim de 2021, a saída de Geraldo Alckmin do PSDB e sua adesão ao PSB representou o primeiro grande movimento nesse sentido.

O PT selou aliança com o PSB para que Lula pudesse ter Alckmin como vice. Algo impensável até pouco tempo atrás.

Os dois se enfrentaram nas eleições de 2006, quando o petista obteve seu segundo mandato como presidente.

A virulência do discurso de Alckmin contra Lula durante a disputa virou inclusive peça de propaganda da campanha de Bolsonaro no primeiro turno.

FHC, tucanos de alta plumagem e economistas do Plano Real apoiam Lula

Em um passado não muito distante, a polarização política no Brasil tinha como protagonistas Fernando Henrique Cardoso e Lula — as faces mais emblemáticas da disputa entre PSDB e PT nos anos 1990.

Agora os dois rivais históricos estão no mesmo palanque. FHC anunciou formalmente o apoio a Lula no segundo turno.

Até mesmo os economistas responsáveis pela implementação do Plano Real, lançado quando FHC era ministro da Fazenda de Itamar Franco, acompanharam o ex-presidente. Falamos de Pedro Malan, Persio Arida, Edmar Bacha e André Lara Resende.

Mas Fernando Henrique não foi o único tucano de alta plumagem a declarar apoio a Lula.

O PSDB liberou seus correligionários a declararam voto em quem quiserem depois de o governador paulista, Rodrigo Garcia, ter formalizado apoio a Bolsonaro.

Como resultado, Tasso Jereissati e mais três ex-presidentes do partido defenderam o voto em Lula. O mesmo fez José Serra, que enfrentou Lula nas urnas em 2002.

Arminio Fraga, outro economista identificado com os governos tucanos, seguiu pelo mesmo caminho.

Contra-ataque: a aliança de Lula com governadores

Não é só com figurões que Lula conta para derrotar Bolsonaro no segundo turno. O petista reuniu sete governadores e 16 senadores na tentativa de armar um contra-ataque em relação aos apoios anunciados no segundo turno pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que reuniu o endosso de cinco governadores em três dias. 

Lula colocou as disputas estaduais como uma das prioridades para suas viagens nacionais e tem falado com frequência da força de construir um possível novo mandato em comunhão com os governadores. 

Mais do que uma demonstração de força, a estratégia de Lula é um contra-ataque às iniciativas de Bolsonaro.

O presidente que tenta a reeleição tem o apoio dos governadores reeleitos em dois dos três maiores colégios eleitorais do país: Romeu Zema (Novo-MG) e Cláudio Castro (PL-RJ). 

Bolsonaro também recebeu o apoio de Ibaneis Rocha (MDB), reeleito governador do Distrito Federal e de Ratinho Junior (PSD), reeleito no Paraná.

Ainda assim, Lula tem minimizado o movimento de Bolsonaro. “A somatória do meu adversário é mais do mesmo, ele está tendo o apoio de quem já apoiou ele no primeiro turno. Todo mundo sabia, por exemplo, que o governador do Rio é bolsonarista”, disse Lula. 

As alianças se ampliam

O entendimento de que precisaria compor o arco de alianças mais amplo possível para vencer Bolsonaro levou Lula a buscar ainda antes do primeiro turno os apoios que agora se confirmam.

Pouco antes do início da campanha, obteve a adesão de André Janones, que desistiu da candidatura própria pelo Avante para comandar a estratégia de redes sociais do petista, vista como um de seus pontos fracos até ali.

Tentou também conversar com o PDT e o MDB, mas os partidos mantiveram respectivamente as candidaturas de Ciro Gomes e Simone Tebet.

Encerrado o primeiro turno, os apoios de Ciro e Tebet a Lula merecem capítulos à parte.

Apoio do PDT atrai um Ciro enfraquecido e envergonhado

Uma aliança entre Lula e Ciro Gomes soaria natural em outros tempos. De 2003 a 2006, no primeiro mandato do petista, Ciro serviu como ministro da Integração Nacional.

A relação entre eles deteriorou-se com o passar dos anos. Em 2018, Ciro enfureceu grande parte do PT ao se recusar a subir no palanque de Fernando Haddad no segundo turno contra Bolsonaro.

Nos anos que se seguiram, embora Lula tenha sinalizado em mais de uma ocasião a intenção de abrir a porta para uma reaproximação com Ciro, o pedetista mostrou pouca disposição para o diálogo.

A situação azedou de vez na reta final do primeiro turno. Apoiadores de Lula começaram a abordar ciristas em uma pregação pelo voto útil no petista, contra Bolsonaro. Ciro, por sua vez, passou a concentrar seus ataques em Lula.

Se não foi bom para o petista, o resultado mostrou-se pior para o pedetista. Ciro terminou o primeiro turno em quatro lugar, com pouco mais de 3% dos votos válidos, atrás inclusive de Simone Tebet.

Há quem considere que Ciro tenha dado sinais de estar mais próximo de Bolsonaro do que de Lula. Formalmente, porém, o candidato comprometeu-se a seguir a orientação adotada por unanimidade pela direção do PDT, de apoio ao petista.

Ao fazer o anúncio, porém, além de não citar o nome de Lula, a fala de Ciro veio acompanhada de tantas críticas que mal parecia uma mensagem de apoio.

De qualquer modo, o peso do apoio é incerto. Pesquisas indicam que a maioria do eleitorado de Ciro, supostamente de centro-esquerda, teria planos de votar pela reeleição de Bolsonaro no segundo turno.

Simone Tebet, a joia da coroa

Simone Tebet terminou o primeiro turno com 4,2% dos votos válidos.

Pouco, à primeira vista. Muito, se levarmos em conta que, juntos, Lula e Bolsonaro concentraram mais de 91% dos votos. A emedebista terminou, inclusive, à frente de Ciro Gomes.

E, se Ciro sai enfraquecido depois de deixar pelo caminho quase 10 milhões de votos em relação a 2018, Simone Tebet valorizou seu passe nessa eleição.

Com isso, o apoio da senadora figura como a joia da coroa do arco de alianças construído por Lula.

O apoio não veio de graça. Ela apresentou um rol de propostas e projetos que gostaria de incorporar ao programa de governo petista, especialmente nas áreas de educação, saúde e direitos da mulher. Nos bastidores, ela é cotada para assumir um ministério em um futuro governo Lula, provavelmente o da Agricultura.

Ao se manifestar publicamente sobre o voto no petista, a senadora declarou — e em seguida reiterou — que reconhece o compromisso de Lula com a democracia e Constituição, pontos que desconhece no presidente Jair Bolsonaro.

E, embora seja muito complicado mensurar em votos o peso de qualquer apoio político, a relevância dessa adesão é sinalizada por pesquisas segundo as quais uma maioria esmagadora dos eleitores de Tebet estaria disposta a ir às urnas em 30 de outubro para votar em Lula.

Se tal tendência se mantiver até o dia da votação, a chance de Lula voltar a morar no Palácio da Alvorada em 2023 aumenta consideravelmente.

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