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CONVERSA TENSA

Em ligação com Putin, Biden garante resposta “rápida e severa” para invasão à Ucrânia; como a tensão entre EUA e Rússia afeta os seus investimentos?

Os líderes conversaram por 62 minutos, mas as tensões seguem em alta entre a Rússia e os países da OTAN

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12 de fevereiro de 2022
15:43
Há uma tensão geral nas bolsas pelo mundo com os ativos de risco após o aumento da tensão entre Rússia, Ucrânia e a Otan, encabeçada pelos Estados Unidos
Imagem: Shutterstock

A aguardada conversa entre Joe Biden, o presidente dos Estados Unidos, e Vladimir Putin, líder da Rússia, sobre a situação na Ucrânia ocorreu no início da tarde deste sábado (12) e durou cerca de 62 minutos, segundo informações da Casa Branca.

A administração norte-americana informou, em comunicado, que Biden declarou que os EUA estão abertos à diplomacia, mas "preparados para outros cenários". O presidente dos EUA garantiu a Putin que o país e seus aliados responderão "decisivamente" e com medidas "rápidas e severas" em caso de invasão russa.

"O presidente Biden reiterou que uma invasão na Ucrânia levaria a sofrimento humano generalizado e diminuiria a posição da Rússia", diz o comunicado.

Antes da ligação entre os líderes do executivo de cada país, os chefes das diplomacias russa também conversaram por telefone.

E o tom da ligação não parece ter sido amistoso, pois logo após a chamada o Ministério das Relações Exteriores da Rússia acusou Washington de fazer uma "campanha de propaganda" sobre uma possível invasão.

Apesar da fala, a Rússia já começou a retirar diplomatas de sua embaixada e consulados na Ucrânia. O movimento é interpretado como mais um sinal de que um conflito militar entre os países está se tornando cada dia mais provável.

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A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou que Moscou optou por uma "certa otimização" do pessoal da embaixada russa em Kiev e consulados em Kharkiv, Odessa e Lviv porque temia "provocações do regime de Kiev ou de países terceiros".

Caso a conversa entre os presidentes - e demais negociações conduzidas por outros países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) - não tenham o desfecho desejado, qual será a consequência para os investimentos de uma invasão russa na Ucrânia?

Disparada nos preços de energia

O primeiro efeito esperado é que os preços da energia subam. É provável que o petróleo, que fechou em alta de mais de 4% ontem, ultrapasse o limite de US$ 100 o barril pela primeira vez desde 2014.

Além da commodity, o papel da Rússia como principal fornecedor de gás natural para a Europa Ocidental também pode elevar os preços na região.

Ou seja, o aumento dos preços da energia na Europa e em todo o mundo seria a principal maneira pela qual a invasão russa aumentaria a volatilidade nos mercados financeiros, disseram analistas ouvidos pelo MarketWatch.

Federal Reserve

Os títulos públicos, especialmente os Treasuries americanos, estão entre os refúgios mais populares para os investidores durante períodos de incerteza geopolítica.

Por isso, analistas e investidores debatem como uma guerra na Ucrânia poderia afetar os planos do Federal Reserve, banco central dos EUA, para um aperto monetário.

A alta nos preços de energia poderiam reforçar as preocupações do Fed em relação à pressão inflacionária. Por outro lado, o aumento na incerteza também pode levar a uma postura mais dovish por parte da instituição para estimular o consumo e aquecer a economia.

Ações resilientes

Apesar do comportamento das bolsas de valores de Nova York ontem, analistas apontam para dados históricos que mostram que o mercado acionário norte-americano tende a superar choques geopolíticos “relativamente rápido”.

Um compilado produzido pela LPL Financial com os acontecimentos mais importantes dos últimos 80 anos sustenta a afirmação. Veja abaixo:

Por aqui, se o pior cenário se concretizar, a bolsa brasileira ainda pode surfar algum ganho, segundo o analista de investimentos da Nova Futura, Matheus Jaconeli.

Com um índice fortemente concentrado na produção de commodities energéticas e agrícolas, o analista aponta que o risco reduzido deve seguir até o momento em que a agenda política se torne mais agitada. "O risco-País segue nos níveis mais baixos desde o fim de 2021".

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