Ainda que contasse com um arco amplo de alianças mais ao centro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue tendo seu desempenho em eleições fortemente correlacionado ao subdesenvolvimento dos municípios do Brasil. No último domingo, 2, o petista foi vitorioso em 97% das mil cidades mais pobres.
Essas são cidades vulneráveis em que o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) não passa de 0,58. Dentre esse grupo, Lula venceu em 977 delas e obteve uma média de votos que chega a 75%.
Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou em apenas 26 desses municípios (2,59%), com uma média de 37% dos votos.
A apuração mostra que a estratégia do governo Bolsonaro de usar o benefício do Auxílio Brasil para angariar votos para o candidato à reeleição não funcionou como o planejado.
Lula foi o candidato que venceu em mais cidades. Ao todo, 3.376 municípios brasileiros optaram pela volta do petista ao poder; dentre eles 11 capitais: Salvador, Fortaleza, São Luís, Belém, João Pessoa, Recife, Teresina, Natal, Porto Alegre, Aracaju e São Paulo.
Bolsonaro foi vitorioso em 2.194 cidades — sendo elas 16 capitais: Rio Branco, Maceió, Manaus, Macapá, Brasília, Vitória, Goiânia, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Velho, Boa Vista, Florianópolis e Palmas.
No primeiro turno, Lula e Bolsonaro atingiram, juntos, maioria absoluta (50% dos votos mais um) em 85% dos municípios brasileiros. O petista alcançou esse patamar em 3.013 municípios, enquanto o seu adversário direto atingiu a mesma maioria em 1.761 cidades.
Em 2018, Bolsonaro tinha a maioria absoluta em 1.987 municípios, enquanto Haddad atingiu a mesma maioria em 2.010 cidades. (Estadão Conteúdo)