Sem mudanças no Congresso? PT e PL devem eleger maiores bancadas, com Câmara menos renovada
De acordo com dados do Diap, o poder ficará concentrado nas mãos de sete partidos: PT, PL, União Brasil, PP, PSD, Republicanos e MDB, que devem eleger 80% da Casa
O primeiro turno das eleições já se aproxima, mas isso não significa que a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegará ao fim. Muito pelo contrário, na verdade. A disputa entre os dois candidatos apenas trocará de palco após os resultados eleitorais — desta vez, o cenário será o Congresso.
Afinal, segundo projeção feita pelo Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), os partidos dos dois presidenciáveis devem eleger as maiores bancadas na Câmara dos Deputados.
PT e PL no Congresso
O predomínio dos partidos de Bolsonaro e de Lula na Câmara dos Deputados deve ser intenso após as eleições, segundo projeções.
De acordo com dados do Diap, o poder ficará concentrado nas mãos de sete partidos: PT, PL, União Brasil, PP, PSD, Republicanos e MDB. Somados, os grupos devem eleger 80% da Câmara.
O Diap prevê que a federação formada por PT, PCdoB e PV, que atualmente conta com 68 deputados, deve eleger de 65 a 75 parlamentares no Congresso.
Enquanto isso, o PL, partido de Jair Bolsonaro que hoje conta com um grupo de 76 deputados, pode emplacar de 70 a 80 integrantes.
Leia Também
Para calcular as projeções, o Diap definiu um mínimo e um máximo de deputados que poderão ser eleitos por cada sigla por Estado e calculou uma média para o resultado final.
A previsão teve base no resultado da última eleição, financiamento da campanha, pesquisas eleitorais, projeções dos próprios partidos e novas regras da legislação.
Vale destacar que o departamento realiza o levantamento há 32 anos, e conta com uma taxa de 90% de acerto.
Leia também:
- EXCLUSIVO "BOLSONARO X LULA": com 7 de setembro e ânimos à flor da pele para eleições, saiba como as eleições podem mexer com o Ibovespa daqui para frente e o que aconteceu com a Bolsa nas últimas 6 eleições, de 1998 a 2018. Basta liberar o material gratuito neste link
- Eleições 2022: Veja tudo o que você precisa saber sobre o debate entre os presidenciáveis na Globo
O presidente e a relação com a Câmara
Quando analisados os blocos, o Centrão — formado majoritariamente por PP, PL, Republicanos e União Brasil — manterá a força para dominar o Legislativo, com um grupo de até 298 deputados. Ou seja, quase dois terços da Casa.
Enquanto isso, na esquerda, os partidos alinhados ao PT devem crescer moderadamente, podendo chegar a 162 eleitos no Congresso, um aumento de 30 integrantes em relação à quantidade atual.
Na prática, isso significa que o presidente da República eleito neste mês precisará negociar com o Centrão e com o grupo que domina a Câmara atualmente para governar.
As pesquisas recentes indicam favoritismo de Lula, o que forçaria o petista a trabalhar com os partidos que atualmente estão ao lado de seu rival, Bolsonaro.
Para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), por exemplo, é necessário somar, no mínimo, 308 votos favoráveis no Congresso.
As PECs são fundamentais para realizar mudanças em questões como o teto de gastos, a âncora fiscal e para reformas no sistema tributário e administrativo. Isto é, temas que Lula e Bolsonaro propõem alterar caso sejam eleitos.
Desigualdade na Câmara
Não bastasse o PT e o PL escolherem a maioria das bancadas, os dados da Diap ainda mostram que o número de partidos com representantes eleitos no Congresso deve cair de 30 para 23.
Segundo o levantamento, os partidos Patriota, PTB e PROS possuem maior risco de não eleger deputados federais para a próxima legislatura.
O perfil dos eleitos na Câmara deve seguir como liberal em relação à economia e conservador nos assuntos sociais. As bancadas ruralista, da segurança e evangélica devem sair das urnas fortalecidas.
Os partidos em cada estado
O Diap ainda fez uma estimativa das eleições a deputado no Congresso em cada Estado.
Dados mostram que, em São Paulo, o PL tem chance de eleger de 15 a 17 deputados federais, seguido pelo PT/PCdoB/PV, com 9 a 12 integrantes, Republicanos (7 a 9) e União Brasil (7 a 9).
Segundo o coordenador do estudo, o resultado das urnas deve pavimentar o caminho para a reeleição de Arthur Lira (PP-AL), um dos principais líderes do Centrão no Congresso e o político com maior influência na distribuição do orçamento secreto, ao comando da Câmara.
O projeto de Orçamento do próximo ano prevê um total de R$ 19,4 bilhões em emendas secretas a serem distribuídas — e Lira já articula a entrega desses recursos em troca de apoio.
Nas projeções do Diap, apenas 12 partidos devem cumprir a cláusula de barreira, necessária para garantir o recebimento de Fundo Partidário e o tempo de TV e rádio nas eleições.
Pela cláusula, cada legenda precisa ter votos de pelo menos 2% do eleitorado nacional em seus candidatos, distribuído em nove Estados, ou eleger 11 deputados por diferentes regiões.
Uma valsa pra lá de clássica nas cadeiras do Congresso
O Centrão atualmente conta com um objetivo: manter a bancada atual na Câmara dos Deputados, uma vez que a renovação das cadeiras deve ser entre 40% e 45% menor do que na última eleição.
O pleito tem uma quantidade recorde de candidatos à reeleição, e abastecidos com recursos do orçamento secreto e do fundo eleitoral.
Então, na visão do Diap, a “nova” configuração do Congresso deve se dar com a vitória de políticos que já tiveram mandato na Casa ou foram governadores.
"A missão do Centrão é manter a bancada atual, formada após a última janela partidária, e se fortalecer a partir do próximo ano. O grupo deve querer manter a espinha dorsal da estrutura que eles conquistaram, avançando no Orçamento e no financiamento público de campanha. Se for confirmado, o número da eleição na Câmara garante a manutenção desse modelo, seja qual for o próximo presidente", disse o analista do Diap e coordenador do estudo, Neuriberg Dias.
*Com informações de Estadão Conteúdo
O que se sabe até agora sobre o complô dos ‘Kids Pretos’ para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes — e que teria a participação do vice de Bolsonaro
A ideia de envenenamento, de acordo com o plano do general, considerava a vulnerabilidade de saúde e a ida frequente de Lula a hospitais
É hora de taxar os super-ricos? G20 faz uma proposta vaga, enquanto Lula propõe alíquota que poderia gerar US$ 250 bilhões por ano no mundo
Na Cúpula do G20, presidente Lula reforça as críticas ao sistema tributário e propôs um número exato de alíquota para taxar as pessoas mais ricas do mundo
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro
O primeiro dia do G20 no Rio: Biden, Xi e Lula falam de pobreza, fome e mudanças climáticas à sombra de Trump
As incertezas sobre a política dos EUA deixaram marcas nos primeiros debates do G20; avanços em acordos internacionais também são temas dos encontros
O tamanho do corte que o mercado espera para “acalmar” bolsa, dólar e juros — e por que arcabouço se tornou insustentável
Enquanto a bolsa acumula queda de 2,33% no mês, a moeda norte-americana sobe 1,61% no mesmo intervalo de tempo, e as taxas de depósito interbancário (DIs) avançam
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
No G20 Social, Lula defende que governos rompam “dissonância” entre as vozes do mercado e das ruas e pede a países ricos que financiem preservação ambiental
Comentários de Lula foram feitos no encerramento do G20 Social, derivação do evento criada pelo governo brasileiro e que antecede reunião de cúpula
Campos Neto cara de pau? Gleisi sobe o tom contra presidente do Banco Central por fala contra redução de jornada de trabalho
Roberto Campos Neto criticou recentemente a proposta da deputada Érika Hilton para pôr fim à escala de trabalho 6×1
Milei muda de posição na última hora e tenta travar debate sobre taxação de super-ricos no G20
Depois de bloquear discussões sobre igualdade de gênero e agenda da ONU, Milei agora se insurge contra principal iniciativa de Lula no G20
A escalada sem fim da Selic: Campos Neto deixa pulga atrás da orelha sobre patamar dos juros; saiba tudo o que pensa o presidente do BC sobre esse e outros temas
As primeiras declarações públicas de RCN depois da divulgação da ata do Copom, na última terça-feira (12), dialogam com o teor do comunicado e do próprio resumo da reunião
Você precisa fazer alguma coisa? Ibovespa acumula queda de 1,5% em novembro enquanto mercado aguarda números da inflação nos EUA
Enquanto Ibovespa tenta sair do vermelho, Banco Central programa leilão de linha para segurar a alta do dólar
Tudo que você precisa saber — e o que está em jogo — sobre PEC que quer acabar com a escala 6×1
O movimento começou com o então tiktoker Rick Azevedo, em um post de desabafo nas redes sociais e ganhou força durante o fim de semana
Lula ainda vence a direita? Pesquisa CNT/MDA mostra se o petista saiu arranhado das eleições municipais ou se ainda tem lenha para queimar
Enquanto isso, a direita disputa o espólio de Bolsonaro com três figuras de peso: Tarcísio de Freitas, Michelle Bolsonaro e Pablo Marçal
Quantidade ou qualidade? Ibovespa repercute ata do Copom e mais balanços enquanto aguarda pacote fiscal
Além da expectativa em relação ao pacote fiscal, investidores estão de olho na pausa do rali do Trump trade
Pacote fiscal do governo vira novela mexicana e ameaça provocar um efeito colateral indesejado
Uma alta ainda maior dos juros seria um efeito colateral da demora para a divulgação dos detalhes do pacote fiscal pelo governo
Mubadala não tem medo do risco fiscal: “Brasil é incrível para se investir”, diz diretor do fundo árabe
O Mubadala Capital, fundo soberano de Abu Dhabi, segue com “fome de Brasil”, apesar das preocupações dos investidores com o fiscal
Campos Neto acertou, mudanças na previdência privada, disparada do Magazine Luiza (MGLU3) e mais: confira os destaques do Seu Dinheiro na semana
Na matéria mais lida da semana no portal, André Esteves, do BTG Pactual, afirma que o presidente do BC, está correto a respeito da precificação exagerada do mercado sobre o atual cenário fiscal brasileiro
Lula fala em aceitar cortes nos investimentos, critica mercado e exige que Congresso reduza emendas para ajuda fazer ajuste fiscal
O presidente ainda criticou o que chamou de “hipocrisia especulativa” do mercado, que tem o aval da imprensa brasileira
Rodolfo Amstalden: Lula terá uma única e última chance para as eleições de 2026
Se Lula está realmente interessado em se reeleger em 2026, ou em se aposentar com louvor e construir Haddad como sucessor, suspeito que sua única chance seja a de recuperar nossa âncora fiscal