Petrobras (PETR4) anunciou dividendos ‘gordos’ de R$ 88 bilhões e redução no preço dos combustíveis – mas as boas notícias podem não ser suficientes para fazer ação valer a pena; entenda
A Petrobras divulgou seus resultados trimestrais e agradou “gregos e troianos” ao reduzir os preços dos combustíveis e anunciar dividendos abundantes – mas isso pode não ser o bastante para fazer a ação valer a pena
Na última semana, a Petrobras (PETR3;PETR4) trouxe uma “maré de boas notícias”. Em primeiro lugar, ela anunciou uma nova redução no preço da gasolina, fazendo com que o valor do litro fosse de R$ 3,86 para R$ 3,71.
A medida, que passou a valer a partir da última sexta-feira (29), reduziu o valor para o consumidor final em decorrência da queda dos preços do barril de petróleo no mercado mundial. Assim, a empresa busca o equilíbrio de preços baseado na paridade internacional.
Com os combustíveis mais baratos e o ânimo dos consumidores contido, ela deu a segunda boa notícia: um resultado de tirar o fôlego. A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 54,3 bilhões no segundo trimestre deste ano, número 26,8% superior em comparação ao mesmo período do ano passado e acima do consenso do mercado.
Mas, em meio a tudo isso, o que mais alegrou os acionistas foi o pagamento de dividendos anunciado. Segundo a petroleira, serão distribuídos R$ 87,8 bilhões em proventos para os investidores neste trimestre. O equivalente a R$ 6,73 por ação.
É claro que, com essa notícia, a Petrobras passou a ser considerada a maior “vaca leiteira” da bolsa brasileira no acumulado dos primeiros 6 meses de 2022. Caso você não esteja familiarizado com o termo, trata-se de um jargão do mercado financeiro que faz referência às empresas que costumam pagar dividendos “gordos” frequentemente.
Quem atribuiu o apelido à Petrobras não fui eu, mas sim Rodolfo Amstalden, analista e sócio-fundador da Empiricus, a maior casa de análise financeira independente do país.
No entanto, Rodolfo alerta que, embora a Petrobras tenha dado boas notícias, com a redução do preço dos combustíveis e os dividendos atraentes, isso pode não ser o bastante para fazer a ação valer a pena.
Na visão do analista, embora a empresa tenha vantagens competitivas e esteja provando que tem capacidade para crescer em meio às adversidades, há sim um risco em investir nos papéis PETR3 e PETR4.
Essa, inclusive, não é uma opinião impopular do analista. Instituições financeiras como o Bradesco BBI e até mesmo o maior investidor pessoa física da bolsa brasileira, Luiz Barsi, vêem riscos iminentes em investir nas ações da Petrobras agora:
Para Barsi, mesmo com a Petrobras apresentando um dividend yield atual superior a 40%, a ação não representa um bom investimento para quem busca renda passiva. “Ela vai voltar provavelmente a ser aquilo que era, porque não é possível o país conviver com uma oscilação tão agressiva no preço dos combustíveis”, explica o megainvestidor.
É por isso que eu sugiro que você entenda o que está em jogo para a Petrobras antes de sair comprando as ações. Afinal, uma “maré de boas notícias” pode ser passageira e não deve servir como fator decisivo para decidir investir em determinada empresa.
Antes de qualquer coisa, é preciso saber o contexto em que a empresa está inserida para saber se a relação risco-retorno é de fato favorável.
Por estarmos falando de ativos de renda variável, é claro que todo investimento tem um risco. Mas será que os riscos que a Petrobras corre neste momento podem ser superados em prol do retorno?
O que atrapalha a ação da Petrobras agora?
A verdade é que, embora a Petrobras esteja em um excelente momento operacional, com produção elevada, custos competitivos e com melhora relevante na capacidade de gerar caixa, o cenário político é desafiador. Explico:
Em primeiro lugar, é preciso lembrar que estamos em ano de eleição presidencial. E, como você já deve saber, embora a Petrobras seja uma empresa de capital aberto, seu maior acionista é o governo federal.
Na prática, isso significa que, em ano de eleição, a petroleira está sujeita a enfrentar volatilidade no preço das suas ações devido ao governo tentar usá-la para medidas populistas.
Veja:
Como você pode ver, o governo federal está tentando fazer com que a Petrobras anuncie uma redução no preço do diesel, de pelo menos 5%, para ajudar a reduzir a inflação e dar ao presidente Jair Bolsonaro material para a campanha de reeleição.
A queda no preço do petróleo internacional poderia abrir espaço para mais um anúncio de queda no preço do diesel aplicado pela Petrobras. Por isso, o governo está pressionando a empresa para anunciar o quanto antes.
Além disso, está em curso uma CPI do Preço dos Combustíveis, ou CPI da Petrobras, como vem sendo chamada. A proposta, que está a todo vapor no Senado, tem como objetivo “apurar irregularidades no processo de definição de preços dos combustíveis e derivados do petróleo no mercado interno”:
Para você ter uma ideia, a medida está sendo defendida tanto por integrantes da base do governo quanto da oposição. E o motivo disso é simples: todos querem garantir que não haverá surpresas caso a Petrobras decida voltar a subir os preços dos combustíveis durante a corrida presidencial.
No entanto, analistas do mercado alertam que as tentativas do governo federal para controlar a política de preços da Petrobras são, e sempre serão, um “tiro no pé”. Afinal, isso pode gerar críticas do mercado, prejudicando a companhia e desvalorizando as suas ações. O que mexe com o dinheiro que o governo arrecada com a petroleira.
Mas não pense que essa vontade é restrita a Bolsonaro. Mudar a política de preços da Petrobras é, e sempre foi, uma vontade daqueles que passaram pela presidência do país. O ex-presidente Lula, que concorrerá nas eleições deste ano, já anunciou que é contra a política de preços da Petrobras e que pretende alterá-la:
“Essa história de PPI é para agradar aos acionistas, em detrimento aos 230 milhões de brasileiros. A gente pode reduzir o preço sim, o presidente [Jair Bolsonaro] que não teve coragem” - afirmou Lula, em entrevista ao UOL
Pensando neste contexto, Rodolfo Amstalden fez uma análise aprofundada sobre a Petrobras. Em um relatório gratuito, ele ponderou os pontos negativos que pesam sobre a empresa e disse se vale a pena investir agora.
Se eu fosse você, acessaria o material para saber a opinião do analista. Caso contrário, você não saberá se de fato está fazendo um bom investimento ou não:
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PETR4 está barata, mas pode ser 'roubada': saiba se é hora de investir neste relatório gratuito
Embora a ação da Petrobras esteja barata agora, negociando a 1,7 EV/Ebitda 2022 (valor de mercado atual da empresa dividido pelo Ebitda dos últimos 12 meses), investir na empresa agora tem sim os seus riscos, que se intensificaram com as questões políticas internas, e que podem ser uma “furada” para o seu patrimônio.
Neste relatório gratuito, Rodolfo Amstalden diz se você deveria ou não investir na ação da empresa levando os pontos citados ao longo desta reportagem em consideração. Lá, ele explica qual é o momento atual da companhia e se o risco vale realmente a pena.
Não precisa se preocupar, não tem pegadinhas aqui. O acesso ao relatório é 100% grátis. Nenhum centavo será cobrado para que você acesse o documento completo aqui.
Devo ressaltar que essa leitura se faz ainda mais importante em um cenário em que a Petrobras acaba de divulgar os seus resultados trimestrais. Agora, os ânimos estão “à flor da pele” com os dividendos a serem distribuídos e muitos investidores podem ignorar os demais fatores que envolvem a empresa.
Por isso, somente por ler o relatório gratuito disponível no botão abaixo, você já estará um passo à frente dos demais. Saiba se vale a pena investir na Petrobras agora: