Não se engane com a Netflix (NFLX34): apesar do balanço positivo no 3T22, é melhor manter as ações do streaming fora da sua carteira; saiba por quê

Se a trajetória da Netflix (NFLX34) fosse um filme, certamente seria um suspense, daqueles que deixa você tenso na expectativa do que está atrás da porta. Mas, a tensão dos investidores chegou ao fim na noite de terça-feira (18) com a divulgação do balanço do 3T22 da gigante do streaming. 

Após resultados ruins nos últimos trimestres, a companhia reportou um lucro líquido de US$ 1,398 bilhão entre julho e setembro. Mas a surpresa mesmo ficou por conta dos 2,4 milhões de novos assinantes, bem acima da expectativa de 1 milhão de novos usuários divulgada pela Bloomberg. 

Diante da repercussão de um trimestre positivo, na terça-feira (18) as ações da Netflix subiram mais de 14% no pregão estendido em Nova York. Aqui no Brasil o BDR do ativo também fechou o dia positivo com uma alta de 11,32%. 

Muitos especialistas ficaram animados com os resultados da plataforma de streaming. Para os analistas da Wells Fargo o balanço do 3T22 da Netflix é um sinal de que “os dias sombrios acabaram”. 

Será? 

A euforia com os resultados da companhia durou pouco, pelo menos aqui no Brasil. No dia seguinte (19) a divulgação do balanço, o ativo fechou em queda de 1,25%. 

Na visão do analista da Empiricus Research, Richard Camargo, existem alguns fatores que pesam contra o ativo, como por exemplo, a alta do dólar e um valuation caro considerando os resultados apresentados nos últimos trimestres. 

Por isso, o especialista acredita que não é hora de investir na Netflix, tanto que o ativo não está em nenhuma carteira recomendada da Empiricus Research. Entretanto, para os investidores brasileiros que desejam ter alguma exposição em mercados internacionais, Camargo destaca três ações para buscar lucro no exterior. 

Segundo o analista, esses ativos são cases com modelo de negócio consolidado e que chamam atenção pelo comportamento sólido em cenários de crises. As ações das empresas recomendadas por Camargo têm um histórico de crescimento mesmo em períodos de recessão. 

Essas três ações foram recomendadas aos assinantes da série “Investidor Internacional”. Contudo, a Empiricus Investimentos está oferecendo como cortesia o acesso gratuito ao relatório com os nomes dos ativos para você que deseja investir em ações globais.

Aliás, é legal você saber que dá para comprar essas ações na bolsa brasileira, como BDR. É tão simples quanto comprar qualquer ação brasileira na bolsa, como Vale ou Petrobras. 

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Mas, se você quer entender melhor por que não é um bom negócio investir na Netflix neste momento, fique comigo. A seguir, vou explicar com mais detalhes por que essa ação deve ficar de fora da sua carteira. 

Um mercado ‘mal acostumado’

Com a pandemia, o mundo precisou fazer mudanças rápidas para se adaptar e as restrições impostas pelo vírus. Para manter atividades comuns do dia a dia como por exemplo, trabalhar, ir ao supermercado, fazer exercícios físicos e lazer, foi necessário adiantar tendências tecnológicas que só estavam previstas para se concretizarem daqui a alguns anos. 

Essas mudanças tiveram impacto não só na nossa rotina, mas também nos mercados. Como boa parte das atividades passou a demandar o auxílio da tecnologia, as ações de empresas ligadas a este setor experimentaram um “boom” de crescimento. 

O índice da Nasdaq, que reúne as 100 maiores empresas de tecnologia do mundo, teve uma valorização de 69,91% entre o primeiro trimestre de 2020 e o 1T22. A Netflix (NFLX34) foi uma das empresas que ''surfou" nessa onda de crescimento.

Com a recomendação de ficar em casa, assistir séries e filmes se tornou uma das principais formas de lazer. Assim, a plataforma de streaming viu as suas ações se valorizarem absurdamente. No período mais crítico da pandemia, isto é 1T20 a 1T21, o ativo subiu 124,39%. 

Durou menos que o esperado

Em um cenário de valorização acima dos 100% era esperado que muitos investidores se apegassem à ideia de que a pandemia havia iniciado um processo sem volta e que era preciso olhar para as ações do setor de tecnologia como uma aposta para o longo prazo.

Mas o que realmente aconteceu foi que, com a desaceleração da pandemia e reabertura de espaços físicos, muitos países, inclusive as grandes potências, tiveram que lidar com a elevação de preços, o que colocou essas nações em um ciclo de escalada das taxas de juros. 

Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa de juros já está em 3,25% com perspectivas de continuar subindo até o fim do ano. 

Esse movimento de virada acabou freando o ciclo de bonanças para o setor de tecnologia, mais rápido até do que se poderia imaginar.  

Do início do ano até agora, a Nasdaq já caiu mais de 30%. Só nos primeiros 5 meses de 2022 o índice teve uma desvalorização de 22,78%, algo que não acontecia há 49 anos. 

A Netflix também não estava preparada para o revés do mercado 

A alta da inflação no mundo é um cenário bastante desfavorável para ações da Netflix, pois, com os juros altos muitos investidores preferem abandonar os ativos de risco. E aqueles que continuam investindo em ações tendem a dar preferências para empresas mais consolidadas, que apresentam lucros e bons resultados há algum tempo.  

Este não é o caso da Netflix, que é uma empresa relativamente nova no mercado. É um case de “tecnologia”, uma promessa de crescimento futuro, algo que com o juro alto não é tão interessante. Assim, do início do ano até agora as ações da Netflix já desvalorizaram 57,49%.

Disputa pelo trono

A economia mundial não é o único problema da plataforma de streaming. Nos últimos dois anos a companhia, que anteriormente reinava quase absoluta, viu surgir algumas concorrentes de peso, entre elas Disney+, Amazon Prime Video e HBO Max. 

Embora o core do serviço seja o mesmo, as concorrentes apresentaram alguns desafios para a Netflix. Desde preço das assinaturas, catálogo, além de capacidade de produção de obras originais. 

Em agosto, a Disney+ chegou a ultrapassar a Netflix em número de usuários, a plataforma de streaming alcançou a marca de 14,4 milhões de novos assinantes. 

A Netflix também demorou para adotar algumas medidas já utilizadas por seus concorrentes. Enquanto outras plataformas já ofereciam assinaturas com comerciais, a companhia pretende lançar essa opção de plano só a partir de novembro. Ou seja, ao longo de todo esse tempo a empresa abriu mão de uma importante fonte de renda. 

Um 3T22 melhor, mas mantenha distância

Depois de trimestres com resultados ruins, o último balanço apresentado pela Netflix veio acima da expectativa do mercado. A companhia teve uma receita de US$ 7,92 bilhões. Já o número de novos assinantes cresceu 1,09% em comparação com o trimestre anterior e 5% frente ao mesmo período de 2021. 

Mas ainda assim, o analista da Empiricus Research, Richard Camargo, alerta que o melhor a se fazer é manter distância. O especialista destaca que o ritmo de crescimento de novas assinaturas ainda está abaixo do esperado.

Apesar da melhora na receita e aquisição de clientes, a Netflix apresentou uma queda de 3,5% no lucro líquido. Essa desaceleração no crescimento impacta diretamente no valuation da ação. Atualmente, o ativo é negociado a 25 vezes lucro nos próximos 12 meses. 

Embora as ações da Netflix (NFLX34) já tenham sido negociadas a múltiplos bem maiores, Camargo avalia que, para o crescimento médio de 5% a 6% ao ano, o múltiplo atual de 25 vezes lucro é bastante caro. Ou seja, as perspectivas de valorização relevantes no ativo são pequenas. 

Assim, diante de um cenário de juros altos e baixa expectativa de crescimento para a Netflix, o analista não recomenda a compra de ações da plataforma de streaming. Porém, aponta que existem outros ativos interessantes para quem deseja investir no exterior. 

SAIBA QUAIS SÃO AS 3 AÇÕES MELHORES QUE NETFLIX (NFLX34) 

3 ações para investir no exterior 

Embora o mercado internacional esteja passando por um momento de inflação e juros altos, ainda assim existem boas oportunidades de investimento. Para Richard Camargo, o momento pede ativos de empresas consolidadas. 

Nesse sentido, chama a atenção do analista três empresas que apresentam um histórico de crescimento mesmo em períodos de recessão. 

O gráfico abaixo é o resultado do primeiro semestre de uma das ações indicadas por Camargo. Perceba que, enquanto a Nasdaq e o S&P 500 caíam 25% e 17% respectivamente, o ativo valorizou 5%. 

As três companhias foram indicadas para os assinantes da série “Investidor Internacional”, mas a Empiricus Investimentos está oferecendo como cortesia o acesso gratuito ao relatório com os nomes dessas ações. 

No relatório você vai encontrar: 

• Uma ação de empresa sólida que cresceu mais que a economia americana em 10 anos; 
• Ação do setor de alimentação que pode entregar dividendos gordos em dólar; 
• Empresa de cibersegurança que  pode aumentar em 75% o número de clientes. 

E o melhor é que você pode investir nessas ações sem precisar de uma conta no exterior. Todos os ativos indicados por Richard Camargo estão disponíveis na bolsa brasileira por meio de BDRs (Brazilian Depositary Receipts) que são certificados que representam ações emitidas em outros países. 

Assim, você pode comprar ações de empresas americanas com a mesma facilidade de quem investe na Petrobras. Você pode começar a investir nessas ainda hoje, basta clicar neste link ou no botão abaixo seguir as instruções: