Luiza Trajano passando vergonha? Magazine Luiza tem o pior desempenho do Ibovespa no primeiro semestre; saiba o que esperar de MGLU3 nos próximos meses
Alta da Selic e da inflação, somada à concorrência de players internacionais como Amazon e Shopee, tem “machucado” as ações do Magazine Luiza
A retrospectiva de Luiza Trajano dos seis primeiros meses de 2022 certamente não está tão positiva como nos anos anteriores: as ações do Magazine Luiza tiveram o pior desempenho do Ibovespa (índice formado pelas ações com maior volume de negociações da B3) no primeiro semestre. No consolidado, a ação MGLU3 caiu 67,45%, cotada a R$ 2,34, ao final do mês de junho.
Desde o segundo semestre de 2021, a varejista tem visto suas ações despencarem, encerrando a bonança trazida pelos meses mais ferrenhos da pandemia, que fizeram o papel superar o marco dos R$ 27 (em novembro de 2020).
Mas, afinal, qual o motivo para a queda tão brusca de Magazine Luiza? Ainda há salvação? Este é um bom momento para comprar a ação barata ou para sair fora, antes que caia ainda mais?
Quem responde essas perguntas é o analista de ações brasileiras, Fernando Ferrer. Nos próximos parágrafos, você vai entender melhor o que está por trás da tese do analista e qual sua recomendação para MGLU3.
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Campos Neto vs. Trajano
Se na pandemia as empresas de e-commerce viram seus negócios aumentarem exponencialmente, com todo mundo fazendo compras online, a retomada pós-covid não foi assim tão benéfica.
O cenário macroeconômico mudou bastante: a Selic a 2% a.a. para estimular a economia avançou para 13,25% a.a. para conter a inflação, que, por sua vez, tem tirado o poder de compra da população.
Este aumento dos juros encareceu o crédito e aumentou a inadimplência, afetando uma das principais linhas de negócio do Magalu: a venda de bens duráveis, como eletrodomésticos e eletrônicos, que, por terem preço mais elevado, são comumente comprados de forma parcelada.
Essa queda na venda de bens duráveis foi confirmada no balanço do quarto trimestre de 2021 da companhia: 45% das vendas online foram de novas categorias, como moda e esporte, casa e decoração, beleza e cuidados pessoais, fruto dos recentes M&As (fusões e aquisições), principalmente.
Além do mais, em um contexto econômico desafiador e perda de poder de compra, bens como televisões e computadores podem ser facilmente substituídos por usados ou por opções mais baratas.
Como se a situação não fosse ruim o bastante, o Magazine Luiza e outras varejistas brasileiras estão sendo cada dia mais ameaçadas por gigantes do e-commerce internacionais, como Amazon, Aliexpress, Shein e Shopee, que têm investido pesado no Brasil.
Os resultados de Magalu podem até ter sido bons no 4T21, mas a ação está caríssima
Se você é um investidor mais atento à divulgação de balanços das companhias listadas em Bolsa, deve ter percebido que os resultados do Magazine Luiza no quatro trimestre de 2021 não foram tão catastróficos quanto a queda das suas ações parece transparecer.
Caso não tenha acompanhado, deixo aqui alguns dos destaques:
- A empresa dobrou de tamanho em dois anos, totalizando vendas de R$ 56 bilhões em 2021;
- No mesmo período, o e-commerce triplicou, alcançando R$ 40 bilhões em vendas online (o que representa 71% das vendas totais da Magalu);
- O marketplace quadruplicou em dois anos e atingiu a marca dos R$ 13 bilhões em 2021.
Os números são expressivos e isso é inegável.
Mas, segundo Ferrer, “tal crescimento não foi acompanhado de aumento de rentabilidade, evidenciando a desaceleração do consumo de eletrônicos e a perda de vigor das lojas físicas”. No 4T21, as vendas nas lojas físicas, que historicamente foram grandes propulsores de rentabilidade da empresa, caíram 23%.
Outro dado que vale o destaque no balanço divulgado é o Ebitda (medidor de geração de caixa de uma companhia), que ficou negativo em R$ 8 milhões. Somado ao descompasso da operação e à queda na receita, os múltiplos dos papéis MGLU3 estão ainda mais caros, como é possível ver no gráfico do P/L abaixo:
- O P/L é o indicador Preço sobre Lucro, que relaciona o preço de uma ação com o lucro apresentado ou projetado pela empresa. Na prática, ele mostra quanto o mercado está disposto a pagar pelos resultados da companhia. Quando ele está alto (como o do Magalu), pode ser que a ação esteja “sobrevalorizada”:
Troque Magalu por…
Mesmo tendo sido uma das ações “queridinhas” da Bolsa nos últimos anos, acumulando uma valorização expressiva de mais de 91.000% entre 2015 e 2020, é evidente que a empresa de Luiza Trajano já não está mais em seu período áureo. Ao menos, não agora que a inflação corrói o poder de compra da população, os juros encarecem o crédito e aumentam a inadimplência e os players internacionais ganham mais espaço no mercado.
E, ao que tudo indica, o segundo semestre não deixará de lado alguns dos desafios que tem feito Magalu “sangrar”.
Por esse motivo, o analista Fernando Ferrer acredita que este é o momento propício para fazer um ajuste estratégico na carteira de investimentos, deixando de lado os papéis MGLU3 e comprando os de uma empresa que atua em um setor resiliente e possui um fluxo estável de receitas.
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