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João Escovar
Jornalista especializado em Finanças
Conteúdo Vitreo

Globo à beira do colapso? Após perder ‘medalhões’ como Faustão e vender sua própria sede, negócio que envolve a emissora paga 20% ao ano na renda fixa; entenda

Venda de prédio, saída de estrelas e perda de direitos de transmissão levantam dúvidas sobre a capacidade financeira da gigante da comunicação, mas a realidade é bem diferente

João Escovar
19 de maio de 2022
16:51 - atualizado às 16:52
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Imagem: Montagem por Giovanna Figueiredo

Você já deve ter ouvido por aí que a Rede Globo anda mal das pernas, certo? Afinal, a empresa está se livrando de artistas e jornalistas com salários milionários, vendendo parte de seu patrimônio e até perdendo os direitos de transmissões de futebol, campo em que sempre reinou absoluta.

Isso sem falar no burburinho de que a empresa perdeu receita e poderia sair do ar por conta de sua oposição jornalística ao governo Bolsonaro.

Bem, mas se a situação é tão ruim assim, porque um negócio envolvendo a emissora irá pagar a investidores de renda fixa uma rentabilidade bruta estimada de IPCA +8,61%, com juros mensais?

Considerando nosso IPCA atual acima dos 12%, isso equivaleria a uma remuneração superior a 20% ao ano.

Se tomarmos como base a inflação atual, um aporte de R$ 12 mil, por exemplo, renderia pagamentos mensais brutos de ao menos R$ 200 todo mês (R$ 2.400 no ano).

Esse número exuberante refere-se ao “CRI da Rede Globo”, título premium de renda fixa que foi lançado nesta semana neste grupo VIP de investidores de renda fixa no WhatsApp.

Rede Globo reduz custos para otimizar sua estrutura

Para quem está mais desavisado, de fato pode parecer que a Rede Globo está cheia das dívidas e correndo risco de falência. Afinal, nos últimos anos estamos vendo uma série de notícias que parecem fazer crer que o conglomerado de mídia está à beira do colapso financeiro:

  • Saída, fim de contrato fixo ou redução de salário de estrelas como Faustão, Juliana Paes, Tiago Leifert, Grazi Massafera e Galvão Bueno.
Fonte: TV Foco
Fonte: Metrópoles
  • Perda de direitos de competições esportivas tradicionais, como a Copa Libertadores da América (2020 a 2022) e o Mundial de Clubes.
Fonte: Uol
  • Corte de verbas do governo federal, que posteriormente teve que “voltar atrás”, além de ameaças de encerramento da concessão
Fonte: Terra
  • E até mesmo a venda de sua sede em São Paulo, onde pagará aluguel (guarde essa informação, ela é extremamente importante caso você seja investidor)
Fonte: Metrópoles

Mas seria todo esse corte de gastos um sinal de que a Globo pode acabar em breve? De acordo com analistas financeiros, a resposta é completamente diferente.

Caixa robusto e digitalização intensa: a Globo está olhando para o futuro

Segundo a especialista em renda fixa Laís Costa, as perspectivas para o futuro da Globo, ao contrário do que pensa o senso comum, são muito boas.

Em primeiro lugar, a empresa possui classificação de risco “triple A” (AAA) pela agência Fitch, uma das principais do planeta, o que é considerada a melhor reputação de crédito para uma empresa.

Além disso, a Globo conta com um total de R$ 12 bilhões em caixa e equivalentes, número superior ao dobro da sua dívida e ao caixa de gigantes como B3, Magazine Luiza e Lojas Renner somadas.

Mas então, qual o intuito de equacionar os custos? Com o avanço da produção de conteúdo digital, fica cada vez mais pesado para a empresa manter estruturas caras e “medalhões” que, apesar de experientes, já não entregam tanto resultado diante do público jovem.

O olhar para o futuro da empresa passa, justamente, pela digitalização e pela integração da TV com as plataformas conectadas. E isso já está acontecendo:

  • O “globo.com” é o 4º site mais acessado do país (perde apenas para Google, Youtube e Facebook) e o 62º do planeta.
  • O Globoplay, serviço de streaming do grupo, tem mais assinantes no Brasil do que a Netflix.
  • Grandes produções, como o Big Brother Brasil e a novela Pantanal, entregam centenas de milhões de reais em lucros, impulsionadas pelo forte engajamento na internet.

O que a venda da sede em São Paulo tem a ver com o investidor de renda fixa?

Como já citamos brevemente, a Globo fez um acordo com o fundo imobiliário Vinci Partners para a venda de sua sede em São Paulo, em uma operação chamada de “Sale and Leaseback”, na qual continuará usando a estrutura e pagando aluguel.

A estrutura, próxima ao importante centro empresarial da Berrini, fica no meio de uma zona de hotéis de luxo e está localizada bem na marginal do Rio Pinheiros, uma das principais vias expressas da capital paulista.

Fonte: Vinci Partners/Divulgação

“A Globo está em pleno processo de revisão do seu modelo operacional, implementando medidas que visam apoiar a transformação da empresa [...]. A operação de 'Sale & Leaseback' da sede da Globo em SP é parte da estratégia de tornar a empresa mais leve, ágil e flexível.”, explica Laís Costa.

Por sua localização privilegiada, o prédio constitui um ativo de alto valor. Estima-se que a Globo vá receber R$ 522 milhões nessa operação e pagará um aluguel mensal de R$ 3,3 milhões. Ora, a Selic atual já paga mais do que isso...

E é justamente nessa operação que surge uma preciosidade na renda fixa. O Vinci Partners, novo dono do prédio da Globo, está emitindo um CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) vinculado aos aluguéis do imóvel, título de renda fixa isento de Imposto de Renda e com pagamentos mensais de juros.

O CRI paga IPCA + 6,4% ao ano, o que, pela isenção de IR e pela inflação estimada do momento, equivale a uma rentabilidade bruta de IPCA + 8,61%. Em cerca de 40% do tempo do título, o investimento já estaria pago: os outros 60% seriam apenas lucro.

O CRI da Globo é apenas um dentre os diversos produtos de renda fixa oferecidos no grupo premium da renda fixa. Organizado pela corretora Vitreo, que pertence ao BTG Pactual, esse grupo manda, todos os dias, as melhores ofertas de renda fixa do dia para o WhatsApp dos inscritos, tudo de forma gratuita.

A diversidade de produtos é enorme:

  • Prefixados, pós fixados e mistos, com indexadores como CDI e IPCA;
  • Títulos de curto e longo prazo;
  • Perfis mais conservadores e arrojados;
  • Credores tradicionais, como BTG Pactual, e mais alternativos, como o Beach Park ou a Arena MRV (estádio do Atlético-MG);

Mas sempre com uma coisa em comum:

  • Condições melhores que as encontradas no “bancões”, com maior rentabilidade para um mesmo nível de risco e liquidez.

Ao participar do grupo, você receberá, toda manhã, as melhores indicações de renda fixa do dia e poderá aproveitar, antes de todo mundo, os ventos favoráveis para este tipo de produto, que se beneficia diretamente dos juros altos.

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