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Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
DO TETO NÃO PASSA

O caos de Putin! Ameaça russa gera congestionamento de navios, mas preço do barril de petróleo desaba; entenda

Depois de cair mais de 3% na segunda-feira (06), o Brent — usado como referência internacional — levou um tombo ainda maior hoje, recuando 4%; entenda o que está por trás desse movimento

Carolina Gama
6 de dezembro de 2022
18:32 - atualizado às 14:29
NÃO USAR ESSA FOTO - Vladimir Putin, presidente da Rússia
Vladimir Putin, presidente da Rússia - Imagem: Sergei KarpukhinTASS/Getty Images

Desde que a Europa fixou um teto para o preço do barril russo, e o presidente Vladimir Putin ameaçou cortar o fornecimento dos países que adotarem esse limite, o caos se instalou no mercado internacional de petróleo

O barril do tipo Brent — usado como referência no mercado internacional — já amarga uma queda de cerca de 7% em dois dias, e navios formam filas na tentativa de se abastecer da commodity.

Na sexta-feira (02), a União Europeia (UE) fechou acordo com os países do G7 (grupo formado por EUA, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá e Japão) para limitar os preços do petróleo transoceânico russo a US$ 60 o barril. 

A medida visa a estrangular as receitas de Moscou e restringir a capacidade de Putin de financiar a invasão da Ucrânia.

O presidente russo, por sua vez, não deixou barato e ameaçou não fornecer petróleo a países que implementarem o teto de preço — que entrou em vigor na segunda-feira (05). 

Mas os preços não deveriam subir?

A lei do mercado é implacável: oferta baixa, preço alto. Mas, no caso do petróleo, as cotações não subiram sob a ameaça de corte do fornecimento de Putin pela conjuntura na qual o teto de preços foi adotado. 

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Nesta terça-feira (06), os preços globais do petróleo caíram para o nível mais baixo desde janeiro — estendendo uma tendência de queda — à medida que as crescentes preocupações com a demanda global ofuscam quaisquer efeitos do teto de preço e suas implicações para a oferta da commodity. 

A atividade do setor de serviços na China atingiu uma baixa de seis meses, e as economias europeias desaceleraram devido ao alto custo da energia e ao aumento das taxas de juros.

Os contratos futuros de petróleo registraram ontem a maior queda diária em duas semanas, depois que os dados da indústria de serviços dos EUA indicaram uma economia forte no país e impulsionaram as expectativas de juro mais alto do que o previsto recentemente.

Por isso, hoje, os preços voltaram a sucumbir. Os contratos futuros de petróleo Brent para entrega em fevereiro caíram 4,44%, para US$ 79,01 o barril, a menor cotação desde 10 de janeiro. O petróleo West Texas Intermediate (WTI) — referência para o mercado norte-americano — recuou 4,24%, para US$ 73,67.

Putin e o caos nos mercados

Mas esse cenário de preços baixos do petróleo pode mudar. Isso porque mais de uma dúzia de enormes petroleiros ficaram presos perto da saída para o Mar Negro. 

O gargalo nos Estreitos Turcos, um estrangulamento no transporte marítimo global, resultou de uma disputa entre um grupo de seguradoras marítimas e as autoridades turcas.

As sanções contra Putin determinam que as seguradoras ocidentais não cubram cargas de petróleo russo se o preço estiver acima de US$ 60 o barril. A Turquia, no entanto, exigiu que um grupo importante de seguradoras garantisse a cobertura através de suas águas.

As seguradoras disseram que não podiam concordar com o pedido turco porque isso poderia levá-los a violar as sanções ocidentais.

Embora o problema não seja suficientemente grande, traders disseram que o bloqueio pode aumentar os preços do petróleo e as taxas de embarque se a disputa não for resolvida nos próximos dias.

*Com informações da CNBC e do The Wall Street Journal

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