Por que os preços do gás natural desabaram para quase zero na véspera do inverno europeu e com o boicote de Putin
A demanda por energia na Europa deve aumentar nos próximos meses com a chegada do inverno — e os países tentam contornar a situação
Uma dualidade estranha acontece nesta terça-feira (25). Enquanto a Europa luta contra os preços do gás natural em alta, o valor da commodity cai a quase zero na Bacia de Permian, no oeste do Texas, Estados Unidos.
Segundo a Bloomberg, o gás natural chegou a ser negociado na faixa entre US$ 0,70 e US$ 0,20 em uma determinada área de Permian chamada Waha. Do outro lado do Atlântico, o mesmo produto custava US$ 28, quarenta vezes mais.
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O que explica a queda do gás natural?
Para Campbell Faulkner, analista-chefe de dados da OTC Global consultado pela Bloomberg, o polo de Permian tem uma série de problemas que deixam a região suscetível às oscilações de preço. Gargalos estruturais que dificultam o escoamento da produção e o transporte do material são o principal motivo para alta volatilidade.
Além disso, o petróleo é o principal produto de extração da bacia, sendo o gás natural um subproduto da atividade. Em momentos de alta produção de óleo, a refinaria costuma queimar o excesso de gás — atividade conhecida como flaring e condenada por grupos ambientalistas.
Por que os EUA não vendem gás para a Europa
O principal motivo para os Estados Unidos não despejarem o excedente na Europa é a logística.
O transporte de gás natural acontece principalmente por gasodutos, como os Nord Steam 1 e 2, que levam o produto russo para a Europa continental. O custo do translado é quase zero porque a commodity não precisa de refino e pode ir do local de produção até os armazéns de estoque.
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Portanto, comprar gás natural de outros países exigiria o envase e traslado oceânico, o que faria com que os preços de energia por lá disparassem ainda mais.
As principais economias da Europa já compram gás da África — seja ele transportado pelo gasoduto ou liquefeito —, mas a produção por lá não atende a demanda de todos os países.
Crise energética na Europa
Desde o primeiro dia de invasão da Ucrânia pela Rússia, os preços de energia começaram a subir substancialmente.
O petróleo chegou a atingir as máximas do ano em US$ 121,00 por barril. Ao mesmo tempo, o gás natural também disparou 110% nas máximas de 2022, custando cerca de US$ 9,35 por um milhão de BTU (Mmbtu), uma unidade de medida britânica.
O verão mais quente do que o esperado na Europa também ajudou no aumento da demanda de energia. No entanto, o pior ainda está por vir: o inverno europeu deve aumentar ainda mais a necessidade do gás russo para os aquecedores.
Reações ao gás mais caro
Em um movimento de antecipação ao aumento da demanda por gás, a União Europeia vem ampliando os estoques da commodity antes da chegada do inverno em dezembro.
No domingo (23), a União Europeia informou que os estoques estavam 93,4% cheios, graças aos dois maiores mercados do continente, Alemanha e Itália, cujos níveis de preenchimento estavam ainda maiores.
Por falar na Alemanha, a maior economia da Europa cedeu às pressões e aceitou estabelecer um teto para a compra de gás natural.
O chamado “teto dinâmico” para os contratos futuros da commodity, defendido pelo chanceler alemão Olaf Scholz, ainda precisa de mais detalhes para ser estabelecido, mas o fato é que ele pode ajudar a evitar novas disparadas.
Uma ajuda de São Pedro
O serviço meteorológico europeu entende que o inverno talvez não seja tão rigoroso quanto o esperado para os padrões locais.
Consequentemente, a demanda não deve ter um aumento tão significativo.
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Isto, é claro, não é certeza. A previsão para os próximos dias é de que as temperaturas na Europa continental ficará entre 4ºC e 8ºC mais quentes do que a média da estação. Assim, os países terão mais tempo para ampliar os estoques e negociar com a Rússia.
*Com informações da Bloomberg
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