Putin ameaçou e a China não vai ajudar: entenda a nova fase da crise do gás na Europa
A Gazprom, gigante da energia russa, ameaçou interromper as exportações de gás natural para a União Europeiase o bloco impor um teto de preço do combustível, ecoando um aviso semelhante do presidente russo no mês passado

A Europa está prestes a dar um novo mergulho na crise de energia. O velho continente mal tirou a água do pescoço depois da temporada de manutenção dos gasodutos russos — que durou mais tempo do que o esperado — e agora está às voltas novamente com a possibilidade de ficar no escuro e com frio.
Tudo porque a gigante de energia estatal russa Gazprom ameaçou interromper as exportações de gás natural para a União Europeia (UE) se o bloco impor um teto de preço do combustível, ecoando um aviso semelhante do presidente russo, Vladimir Putin, no mês passado.
O Grupo dos 7 (G7) — que inclui EUA, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão — e a UE estão em discussões para impor tetos de preços ao petróleo e gás natural russos.
Alexei Miller, CEO da Gazprom, descreveu os limites como uma decisão unilateral, ecoando as críticas de Putin. No mês passado, o presidente russo atacou os planos de limite de preço do gás natural da UE, chamando-os de estúpidos.
Na ocasião, Putin também ameaçou cortar todo o fornecimento de energia se os preços máximos fossem impostos.
"Haverá alguma decisão política que contradiga os contratos? Sim, simplesmente não os cumpriremos. Não forneceremos nada se contradizer nossos interesses. Não forneceremos gás, petróleo, carvão, óleo de aquecimento — não forneceremos nada", disse Putin em 7 de setembro.
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Os EUA e a UE estão se afastando do combustível russo desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. Os EUA já proibiram as importações de petróleo russo, enquanto a UE impôs um embargo à maioria das importações do combustível até o final de 2022.
A UE — que importou cerca de 40% de seu gás natural da Rússia no ano passado — também planeja reduzir sua dependência do gás natural russo.
As medidas visam cortar a receita energética da Rússia, que financia a guerra na Ucrânia. A energia é um pilar fundamental da economia da Rússia, respondendo por mais de um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
- Leia também: Bandeira branca? Putin diz que vai poupar Ucrânia de novos grandes ataques; entenda por quê
China deixa a Europa na mão
Se a ameaça de Putin e da Gazprom se concretizarem, não terá a China para ajudar a driblar uma possível crise energética.
O governo chinês teria dito aos importadores estatais de gás natural para interromper as revendas de cargas para compradores na Europa e na Ásia, para garantir que o país tenha suprimento suficiente para as necessidades domésticas neste inverno.
Uma desaceleração econômica na China depois que Pequim impôs a política de covid zero diminuiu a demanda local por gás, deixando os importadores com um excedente para revender à Europa.
Estima-se que em agosto mais de 4 milhões de toneladas de gás natural chinês foram revendidos — ou cerca de 7% das importações da Europa no primeiro semestre do ano – de acordo com informações do Nikkei.
Desde a invasão da Ucrânia, a China vem comprando combustível russo barato por conta das sanções e dos boicotes que atingiram o mercado ocidental. A China chegou a obter um desconto de 50% no fornecimento de gás natural da russa Sakhalin 2.
Mas agora há previsões de um déficit no fornecimento de gás da China, já que o país procura evitar sua própria crise de energia potencial durante os meses frios do inverno.
A normalização do preço do gás
A perspectiva de uma crise de energia na Europa fez com que os preços regionais do gás disparassem para máximos históricos acima de 346 euros (R$ 1,8 mil) por megawatt-hora em agosto, enquanto Moscou respondia às sanções ocidentais pela invasão da Ucrânia.
Desde então, os preços caíram mais de 50%, e os futuros holandeses de TTF na bolsa ICE, usados como referência, estavam sendo negociados mais baixos em cerca de 136 euros(R$ 705) por megawatt-hora nesta segunda-feira (17).
*Com informações do Markets Insider e da Bloomberg
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