BB Americas: conta em dólar do Banco do Brasil tem câmbio barato, mas algumas taxas são salgadas; saiba se vale a pena
Subsidiária do BB nos Estados Unidos disponibiliza conta em dólar competitiva em comparação a outras oferecidas no mercado, mas apenas para clientes do banco
Clientes Banco do Brasil que estiverem em busca de uma conta em dólar dispõem de uma solução dentro do seu próprio banco: as contas do BB Americas Bank, subsidiária do BB nos Estados Unidos, que é seu único acionista.
E engana-se quem pensa que, por se tratar de um grande banco tradicional - público, ainda por cima - o câmbio do BB Americas seria desvantajoso. De acordo com simulações feitas pelo Seu Dinheiro, aparentemente não é o caso.
Digo “aparentemente” porque o Banco do Brasil não divulga exatamente o spread cobrado sobre o dólar comercial para envio de recursos para a conta BB Americas.
Mas se assumirmos que o câmbio informado pelo app do BB para um cliente enviar recursos para o exterior - incluindo contas BB Americas - já inclui esse spread (o que parece ser o caso), trata-se de uma das conversões mais baratas entre as contas em dólar atualmente disponíveis no mercado.
Em simulação feita na tarde da última segunda-feira (14), quando o dólar comercial era negociado a R$ 5,31, o câmbio informado para envio de recursos para o exterior no app do BB era de aproximadamente R$ 5,38 - o que já parece, portanto, incluir um spread.
Não fica claro, porém, se este valor já inclui ou não o IOF de 1,1% cobrado nesse tipo de transação. Se não incluir, então a conta do BB Americas é disparada a mais barata do mercado.
Leia Também
Mas, por via das dúvidas, acrescentamos o valor do imposto, o que elevou o câmbio a um valor efetivo total (VET) de R$ 5,44, mais em linha com o que era praticado no mercado naquele horário.
Ainda assim, trata-se da terceira melhor cotação entre as sete contas em dólar avaliadas para aquela reportagem, sendo as mais baratas a do banco Inter, com VET de R$ 5,42 no mesmo horário, e a Wise, com VET de R$ 5,43 naquele momento.
Todas as demais contas praticavam, no mesmo horário, VETs a partir de R$ 5,48 por dólar - com spreads maiores, portanto.
Então, para quem já é cliente Banco do Brasil, pelo menos do ponto de vista do custo do câmbio abrir uma conta BB Americas pode sim ser bem vantajoso.
O problema da simulação que fizemos, porém, é que nada impede que o spread cobrado pelo BB também varie de cliente para cliente. Assim, se você tem conta no Banco do Brasil, vale a pena comparar o câmbio que aparece para você por aquele praticado por outras contas em dólar antes de decidir abrir a sua conta BB Americas ou não.
Taxas salgadas e algumas ‘pegadinhas’
Além da pouca transparência acerca do spread ou tarifa cobrada no câmbio, em comparação com as demais contas em dólar, a BB Americas traz algumas "pegadinhas" e cobranças salgadas.
Por exemplo, pode haver taxa de manutenção e inatividade (embora seja possível evitá-las), há taxa para a entrega do cartão físico e até para fechar a conta com menos de 180 dias de uso. Ou seja, se você pensa em abrir uma conta BB Americas "só para testar", pode acabar pagando US$ 50 se quiser fechá-la antes de seis meses.
Finalmente, se você acha que pode precisar fazer transferências a partir da sua conta em dólar, talvez a BB Americas não seja a melhor opção: a versão mais básica não permite transferir dinheiro para contas fora do ecossistema do BB, e na versão mais completa, as transferências para contas em outros bancos podem sair um tanto caras.
O que as contas BB Americas oferecem
As contas BB Americas são contas em dólar disponíveis apenas para clientes ativos do Banco do Brasil e maiores de 18 anos.
Existem duas modalidades de conta. A conta Easy, mais básica, é destinada a cidadãos brasileiros ou residentes permanentes no Brasil que não tenham sido clientes do BB Americas Bank nos últimos 12 meses.
Já a conta Gold Global, versão mais completa, pode ser aberta por não residentes no Brasil desde que estes não sejam americanos e sejam clientes ou funcionários do BB e/ou bolsistas CAPES/CNPq portadores do cartão pré-pago do BB Americas Bank.
Pode haver taxa de manutenção e inatividade, mas é possível evitá-las
As contas BB Americas podem ser abertas gratuitamente e também não há custo para a emissão do cartão virtual, que pode ser usado em compras online ou cadastrado em carteiras digitais, como Google Pay, Samsung Pay e Apple Pay.
O primeiro depósito deve ser feito obrigatoriamente a partir da conta-corrente BB. Para abrir uma conta Easy, o depósito inicial deve ser de US$ 100 (oferta por prazo limitado, segundo o site), e para abrir uma conta Gold Global, é necessário um depósito inicial de US$ 3 mil. Depois disso, não há mais valores mínimos de transferência.
Carregar uma conta BB Americas, porém, só é gratuito se a transferência for feita a partir de uma conta BB. Transferências por TED ou PIX feitas a partir de outros bancos brasileiros geram uma cobrança de US$ 15 por transação - nada barato, portanto.
A conta Easy é isenta de taxas de manutenção e inatividade. Já a Gold Global cobra US$ 15 por mês a título de taxa de manutenção, quando a conta está ativa, ou a título de taxa de inatividade, quando a conta permanece mais de 12 meses sem movimentações.
Para ficar isento da cobrança da taxa de manutenção, nesse caso, é preciso sempre manter mais de US$ 3 mil na conta em todos os dias do mês; já para evitar a taxa de inatividade, é preciso não deixar a conta sem qualquer movimentação por mais de um ano.
Entrega do cartão físico e encerramento de conta antes de seis meses têm taxas salgadas
Entre as principais desvantagens das contas BB Americas estão duas taxas bastante elevadas.
A entrega do cartão de débito físico é sempre cobrada, independentemente da modalidade de conta, e não é possível evitar essa taxa, que é de US$ 15 na conta Easy e US$ 30 na conta Gold Global.
Já o encerramento da conta até 180 dias após a abertura está sujeito a uma cobrança de US$ 50. O BB Americas é a única conta em dólar que faz tal cobrança.
Saques gratuitos ilimitados em redes conveniadas
Um ponto positivo, porém, é a possibilidade de fazer saques gratuitos ilimitados no exterior nas redes BB Americas Bank, Allpoint e Presto!. Fora da rede conveniada, o custo é de US$ 3 por saque. A rede de caixas eletrônicos pode também cobrar tarifas próprias.
O cartão de débito para movimentar as contas BB Americas tem bandeira Visa e não dá direito a cartões adicionais para dependentes. A conta Easy tem limites diários de US$ 500 para saques e US$ 1.500 para compras; já a Gold Global tem limites diários de US$ 1.000 para saques e US$ 5 mil para compras.
Também é possível utilizar o cartão para compras no débito e saques fora dos Estados Unidos, em moedas que não sejam o dólar americano. Nesses casos, diz o BB Americas, a conversão é feita por taxa selecionada pela Visa da faixa de taxas disponível nos mercados de câmbio de atacado ou uma taxa do mandato do governo em vigor.
A data válida é a de processamento da transação e não a data da transação. Há ainda a cobrança de uma taxa chamada ISA (International Service Assessment) de 3%. Antes de utilizar o cartão fora dos EUA, é preciso desbloqueá-lo para uso internacional na Central de Atendimento BB Americas, informando país de destino e tempo de viagem.
Transferências para outros bancos só estão disponíveis para a conta Gold Global e são sempre cobradas
Não só as transferências de contas BB para as contas BB Americas são gratuitas, como também as transferências entre contas BB Americas e de contas BB Americas para contas BB.
Além disso, também é possível receber sem custo transferências na modalidade ACH de contas em outros bancos nos EUA. Mas as gratuidades nas transferências terminam por aí.
O recebimento de transferências de outros bancos, dentro e fora dos EUA, em modalidades diferentes da ACH, é sempre cobrado em US$ 15 por transação.
Já o envio de dinheiro por meio de transferências para contas em outros bancos só está disponível para a conta Gold Global e é sempre cobrado.
Nesse caso, há uma tarifa de US$ 2 (temporariamente zerada) para fazer transferências ACH para contas em outros bancos nos EUA; uma tarifa que varia de US$ 25 a US$ 30 para efetuar transferências de outras modalidades para contas em outros bancos nos EUA; e uma tarifa de US$ 30 para transferir para contas em bancos fora dos EUA.
Há opções de investimento, mas são bastante básicas
Entre as contas em dólar do BB Americas, apenas a Gold Global tem acesso às opções de investimento, e também disponibiliza outros serviços de conta-corrente como talão de cheques, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos de imóveis e veículos.
Entre as alternativas de investimento, no entanto, há apenas contas remuneradas com juros, de baixa rentabilidade para padrões brasileiros, como é praxe nas “savings accounts” americanas.
São elas:
- Poupança: depósito mínimo de abertura de US$ 1.000 e tarifa mensal de US$ 5, que pode ser zerada se mantido saldo diário superior a US$ 300. Para receber os rendimentos, entretanto, é preciso manter saldo diário de US$ 1.000. O retorno é de 0,20% ao ano.
- Money Market e e-Money Market: depósito mínimo de abertura de US$ 1.000 e tarifa mensal de US$ 20, que pode ser zerada se mantido saldo diário superior a US$ 1.000. O retorno é de 0,30% a 0,85% ao ano, dependendo do valor aplicado.
- Conta CD: depósito mínimo de abertura de US$ 1.000, vencimento entre 6 meses e 5 anos, com retornos que variam de 0,60% a 1,50% ao ano, dependendo do prazo de aplicação e valor investido.
- Conta e-CD: depósito mínimo de abertura de US$ 1.000, vencimento entre 1 e 5 anos, com retornos que variam de 1,20% a 1,50% ao ano, dependendo do prazo de aplicação e valor investido.
Segurança é um dos pontos altos
Não há dúvidas acerca da solidez do próprio Banco do Brasil, único acionista do BB Americas. Mas, além disso, o BB Americas Bank ainda é membro do Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), entidade privada sem fins lucrativos que ressarce os depositantes em caso de quebra da instituição financeira, similar ao nosso Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O valor da garantia nos EUA é de US$ 250 mil.
Essa proteção é um diferencial, uma vez que nem todas as contas em dólar oferecidas no Brasil contam com essa camada extra de garantia para os depósitos ou com um bancão como o BB por trás.
No caso do BB Americas, aliás, a proteção do FDIC vale também para os investimentos feitos em todas as modalidades de contas remuneradas citadas no item anterior.
Vale a pena abrir uma conta no BB Americas?
Para quem já é cliente BB, do ponto de vista do custo do câmbio, de fato parece valer a pena abrir conta no BB Americas.
Porém, não vale a pena abrir a conta apenas para testar, devido à taxa de cancelamento de US$ 50 para contas fechadas com menos de 180 dias. Assim, apenas abra a conta depois de decidir que esta será a sua conta em dólar.
É uma boa ideia, porém, se certificar primeiro de que o câmbio oferecido a você pelo app do BB é de fato melhor que a cotação oferecida por outras contas em dólar do mercado. Algumas delas podem ser abertas e fechadas rápida e gratuitamente, apenas para teste, e outras disponibilizam a simulação do câmbio no próprio site.
Além disso, para quem precisa efetuar e receber transferências de e para outros bancos do exterior, há opções mais vantajosas que a BB Americas, conforme você pode ver nesta matéria.
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Pix já responde por 24% dos pagamentos no varejo, mas sistema financeiro precisa de atenção aos incidentes cibernéticos, diz Banco Central
Relatório de Estabilidade Financeira do BC destaca funcionamento seguro e avanço tecnológico do sistema financeiro brasileiro, mas destaca desafios na área de segurança cibernética
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
De agricultura e tecnologia nuclear à saúde e cultura: Brasil e China assinam 37 acordos bilaterais em várias áreas; confira quais
Acordo assinado hoje por Xi Jinping e Lula abrange 15 áreas estratégicas e fortalece relação comercial entre países
Devendo e apostando: 29% dos inadimplentes jogaram em bets para ganhar dinheiro rápido, diz Serasa
Estudo mostra que 46% dos inadimplentes na base da Serasa já apostaram pelo menos uma vez na vida
Acaba logo, pô! Ibovespa aguarda o fim da cúpula do G20 para conhecer detalhes do pacote fiscal do governo
Detalhes do pacote já estão definidos, mas divulgação foi postergada para não rivalizar com as atenções à cúpula do G20 no Rio
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Agenda econômica: balanço da Nvidia (NVDC34) e reunião do CMN são destaques em semana com feriado no Brasil
A agenda econômica também conta com divulgação da balança comercial na Zona do Euro e no Japão; confira o que mexe com os mercados nos próximos dias
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
Milei muda de posição na última hora e tenta travar debate sobre taxação de super-ricos no G20
Depois de bloquear discussões sobre igualdade de gênero e agenda da ONU, Milei agora se insurge contra principal iniciativa de Lula no G20
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Azeite a peso de ouro: maior produtora do mundo diz que preços vão cair; saiba quando isso vai acontecer e quanto pode custar
A escassez de azeite de oliva, um alimento básico da dieta mediterrânea, empurrou o setor para o modo de crise, alimentou temores de insegurança alimentar e até mesmo provocou um aumento da criminalidade em supermercados na Europa
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
Acendeu a luz roxa? Ações do Nubank caem forte mesmo depois do bom balanço no 3T24; Itaú BBA rebaixa recomendação
Relatório aponta potencial piora do mercado de crédito em 2025, o que pode impactar o custo dos empréstimos feitos pelo banco
Agro é pop, mas também é risco para o Banco do Brasil (BBAS3)? CEO fala de inadimplência, provisões e do futuro do banco
Redução no preço das commodities, margens apertadas e os fenômenos climáticos extremos afetam em cheio o principal segmento do BB
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília