Como o cardiologista Jorge Moll Filho criou a Rede D’Or e se tornou o 4º homem mais rico do Brasil
Dono da Rede D’Or, o médico cardiologista Jorge Moll Filho conquistou uma fortuna avaliada em US$ 9,8 bilhões (R$ 48,5 bilhões) em 2022
Coração acelerado quase nunca é sinal de uma boa saúde, e disso Jorge Moll Filho entende bem. Mas ao contrário do ritmo saudável de um coração, a rede de hospitais criada pelo cardiologista carioca cresceu de forma acelerada e colocou o também empresário na posição de quarto homem mais rico do Brasil.
Conhecido como alguém que gosta de “sentir o negócio pelo pulso”, o dono da Rede D’Or viu sua fortuna dar um salto em 2021, após o IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial de ações) da empresa na B3, em dezembro de 2020. O patrimônio de Moll é estimado em US$ 9,8 bilhões (R$ 48,5 bilhões) pela revista Forbes.
Mas como a operadora de saúde pôde crescer tanto na última década, a ponto de fazer um dos maiores IPOs da história da bolsa brasileira e enriquecer o fundador? Eu trago a resposta a seguir em mais uma reportagem especial da Rota do Bilhão do Seu Dinheiro.
- SIGA A GENTE NO INSTAGRAM: análises de mercado, insights de investimentos e notícias exclusivas sobre finanças
Homem de poucas aparições
Casado e com cinco filhos, Jorge Moll Filho nasceu em 1946, no Rio de Janeiro. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), começou a carreira como cardiologista e se tornou um dos empresários mais bem sucedidos do país.
Mesmo depois de conquistar o primeiro bilhão, Moll não abandonou o estilo reservado. Com poucas aparições no noticiário – a não ser quando sai a lista Forbes ou sua empresa faz uma nova aquisição – pouco se sabe sobre a vida privada do dono da Rede D’Or.
A estreia do empresário na lista Forbes aconteceu em 2013, quando conquistou US$ 1,3 bilhão e ocupou a 57ª posição no ranking dos brasileiros. Desde então, só subiu de posições até encostar no pódio brasileiro em 2022. No ranking mundial, Moll Filho ocupa a 206ª posição.
Leia Também
- Leia também: Como Beto Sicupira, fundador da Ambev ao lado de Jorge Paulo Lemann, se tornou o 5º homem mais rico do Brasil
História da Rede D’Or
Um projeto ambicioso de Jorge Moll Filho e que deu certo. A Rede D’Or, hoje a maior operadora hospital do país, nasceu em um clínica de diagnóstico por imagem, Cardiolab, em Botafogo, no Rio de Janeiro, em 1977.
Na época com 32 anos de idade, Jorge Moll Filho decidiu investir no mundo dos negócios, mas sem sair da sua área de formação: a medicina.
“Estude muito sobre um assunto antes de abrir um negócio… Primeiro dedique-se a uma coisa. Então, torne-se um empreendedor nesse tema.”
Jorge Moll Filho, fundador da Rede D'Or
Seguindo as próprias palavras, o cardiologista investiu na área médica, de forma inovadora. Moll deu início a uma nova era de diagnósticos por imagens, em clínica, e quem sabe a abertura de novas unidades em outras áreas do Rio de Janeiro — e foi o que aconteceu.
Entre o fim da década de 1980 e durante os anos 1990, o Grupo Labs, como foi chamado após a expansão das unidades, se consolidou.
Com a ajuda do destino, Jorge Moll teve uma oportunidade e tanto para expandir a operação. O imigrante Gaspar D’Orey, desejava voltar a Portugal, mas antes precisava se desfazer de um negócio: um hotel localizado na Barra da Tijuca, em sociedade com Jacob Barata.
Barata assumiu a parte de D’Orey e Jorge Moll Filho entrou como sócio do empreendimento. O cardiologista, então, convenceu o associado a transformar o antigo hotel em hospital.
Essa ideia não foi uma aposta impulsiva. Antes mesmo da abertura da primeira clínica, a Cardiolabs, Moll já assistia a muitos de seus pacientes pegando a ponte aérea em direção a São Paulo, já que muitos cariocas com um alto poder aquisitivo recorriam ao hospital Albert Einstein, na capital paulista, por falta de opções no Rio.
Então, foi assim que em 1998 foi inaugurado o primeiro hospital de Moll Filho, o Hospital D’Or, na Barra da Tijuca.
- Leia também: Como Beto Sicupira, fundador da Ambev ao lado de Jorge Paulo Lemann, se tornou o 5º homem mais rico do Brasil
Rede D’Or: máquina de aquisições
O interesse por inovação é o que move a história da Rede D’Or, permeada por vendas e aquisições milionárias no setor de saúde. Moll Filho vendeu a empresa de diagnósticos, Grupo Labs, para o grupo de laboratórios Fleury, em 2010, por mais de R$ 1 bilhão.
Com os recursos, decidiu investir em outra linha de negócios: hospitais em outras localidades, como em São Paulo. O cardiologista comprou a rede de hospitais e maternidades São Luiz, em 2011, visando o aumento de 3 mil leitos, na época, e um faturamento de quase R$ 2,3 bilhões. O negócio já havia virado o maior grupo independente do país, com 13 unidades.
Além disso, sociedades de importância ajudaram no crescimento da companhia. O aporte do BTG Pactual, que se tornou acionista de Jorge Moll Filho em 2010, permitiu a expansão da companhia além do eixo Rio-São Paulo.
Entre as principais aquisições nesse período de sociedade com o banco houve a inauguração de unidades em Brasília (2012), Campo Grande (2013) e Sergipe (2014). A Rede São Luiz, da capital paulista, foi adquirida também nesse período.
O BTG deixou o negócio em 2015, quando vendeu a participação para o fundo soberano de Cingapura (GIC). Mas a rede não parou de crescer.
Em 2016, a Rede D’Or inaugurou o Hospital CopaStar, no Rio de Janeiro, e a partir dele iniciou a linha de hospitais de atendimento cinco estrelas — que nada mais é do que a prestação de atendimento humanizado de alto padrão, com inclusive serviço de concierge para acompanhamento hospitalar.
Em seguida, ocorreram as inaugurações dos hospitais DFStar (Brasília) e Vila NovaStar (São Paulo) em 2018. Depois disso, o grupo seguiu expandindo os horizontes para os estados da Bahia e Maranhão.
IPO da Rede D’Or amplia fortuna de Jorge Moll Filho
O marco do bom desempenho da Rede D’Or foi a abertura de capital na Bolsa de Valores (B3), em dezembro de 2020. No maior IPO de empresas brasileiras desde 2013, a empresa foi avaliada em US$ 2,12 bilhões (R$ 11,3 bilhões) na estreia na bolsa.
Com os recursos dos novos sócios, a rede comandada por Jorge Moll Filho seguiu a rotina de aquisições. Em fevereiro de 2022, a empresa fez um acordo de associação com a SulAmérica, uma das maiores seguradoras independentes do Brasil. Hoje, também acionista da Qualicorp, a Rede D’Or é avaliada em mais de R$ 65 bilhões.
Com mais de 50 unidades próprias, a companhia está presente em dez estados brasileiros, mais o Distrito Federal.
Atualmente, Jorge Moll Filho preside o conselho de administração do grupo, juntamente com a esposa Alice. Três dos cinco filhos fazem parte do conselho: Jorge Moll Neto, que também preside o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), André Moll e Paulo Moll, também CEO da Rede D’Or.
“Três características que são importantes para empreender. Primeiro, gostar daquilo que quer fazer e as outras duas são vontade de fazer, crescer e coragem de enfrentar dificuldades e entrar, inclusive, em dívidas.”
Leia também:
Jeff Bezos está ‘se livrando’ de ações da Amazon? Veja quanto o bilionário fundador da big tech já vendeu desde julho
Apesar de ter vendido bilhões de dólares em ações nos últimos meses, Jeff Bezos continua sendo o maior acionista da Amazon
“Estamos absolutamente prontos para abrir capital”, diz CEO do BV após banco registrar lucro recorde no 3T24
O BV reportou um lucro líquido de R$ 496 milhões no terceiro trimestre de 2024, um recorde para a instituição em apenas três meses
Gestor da Itaú Asset aposta em rali de fim de ano do Ibovespa com alta de até 20% — e conta o que falta para a arrancada
Luiz Ribeiro é responsável pelas carteiras de duas famílias de fundos de ações da Itaú Asset e administra um patrimônio de mais de R$ 2,2 bilhões em ativos
Magazine Luiza (MGLU3) “à prova de Selic”: Varejista surpreende com lucro de R$ 102 milhões e receita forte no 3T24
No quarto trimestre consecutivo no azul, o lucro líquido do Magalu veio bem acima das estimativas do mercado, com ganhos da ordem de R$ 35,8 milhões
Oncoclínicas (ONCO3): Goldman Sachs faz cisão da participação na rede de oncologia e aumenta especulações sobre venda
Após quase uma década desde que começou a investir na empresa, o mercado passou a especular sobre o que o Goldman pretende fazer com a participação na companhia
Itaú (ITUB4) supera Vale (VALE3) e se torna a ação mais indicada para investir em novembro; veja o ranking com recomendações de 13 corretoras
O otimismo dos analistas tem base em dois pilares principais: a expectativa de um balanço forte no 3T24 e a busca por um porto seguro na B3
Império de Warren Buffett, Berkshire Hathaway bateu recorde com mais de US$ 300 bilhões em caixa no 3T24, sem recompra de ações
Com isso, o lucro operacional da Berkshire — que abrange o lucro total das empresas do conglomerado — totalizou US$ 10,1 bilhões, uma queda de cerca de 6% em um ano
A chance de ter um pedaço da fábrica de bilionários chegou? Mesmo com alta de 66% no ano, BTG acredita que é hora de comprar Weg (WEGE3) — e vê espaço para mais
O banco de investimentos estima que os papéis podem chegar a R$ 68,00, o que representa uma alta potencial de 20% em relação às cotações de fechamento
Uma espiada na carteira do Warren Buffett brasileiro: Luiz Barsi revela duas ações atraentes na B3 — e uma delas pode subir na bolsa a qualquer momento
Uma das apostas é uma seguradora que já subiu 19% na bolsa desde janeiro e ainda tem potencial para mais. A outra é uma ação para o longo prazo.
Cada um com suas preferências: Ibovespa reage a balanços do Bradesco e da Ambev e à Pnad Contínua enquanto Wall Street aguarda PCE
Índice de inflação preferido do Fed será divulgado hoje nos EUA; aqui, investidores olham para dados de emprego e desemprego
No crédito ou no débito? Ibovespa reage a balanços, Wall Street e expectativa com cortes de gastos
Enquanto a temporada de balanços segue adiante, dólar começa o pregão de hoje no nível mais elevado em mais de três anos
TikTok dá dinheiro… e muito: dono da rede social é o homem mais rico da China; veja a lista dos bilionários do país
A Hurun China Rich List revela mudanças na economia do país asiático e mostra que acabou a dominância dos magnatas do setor imobiliário
Elon Musk quer eleger Donald Trump a todo custo, mas sua ‘loteria de US$ 1 milhão’ é alvo da Justiça americana; entenda o caso
A promessa de sortear US$ 1 milhão por dia foi vista como “loteria ilegal” pelo Ministério Público da Filadélfia
Itaú no topo, Santander e Bradesco remando e Banco do Brasil na berlinda: o que esperar dos lucros dos bancões no 3T24
De modo geral, cenário é favorável para os resultados dos bancos, com a economia aquecida impulsionando o crédito; veja as projeções dos analistas
Sob pressão, Cosan (CSAN3) promove mudanças no alto escalão e anuncia novos CEOs em busca da virada — mas ações continuam em queda na B3
Apesar da desvalorização dos papéis do grupo na bolsa em 2024, é quase consenso entre analistas e gestores que as perspectivas para a companhia são positivas
Sorteio de cheques de US$ 1 milhão por Elon Musk levanta debate sobre possível compra de votos nos EUA
Elon Musk promete sortear cheques entre eleitores que apoiarem petição de seu comitê pró-Trump em Estados-pêndulo
“A Petrobras (PETR4) continua uma pechincha”: gestor da Inter Asset revela 5 ações para investir na bolsa até o fim de 2024
Para Rafael Cota, as ações PETR4 continuam “muito baratas” — mesmo que a companhia seja hoje avaliada em mais de R$ 500 bilhões
Novo apoio de Elon Musk a Donald Trump: Homem mais rico do mundo vai pagar prêmio de US$ 1 milhão por dia para quem assinou sua petição
A ação espalhafatosa do fundador da Tesla e da SpaceX demarca um território desconhecido na política americana; entenda
A Louis Vuitton vai trocar as roupas de grife pelas camisetas de time? LVMH avalia compra de participação em clube de futebol de Paris
Juntando-se à Red Bull, a maior empresa de luxo do mundo está planejando aquisição em time parisiense que joga na segunda categoria da liga francesa
Afinal, o que o Drex vai mudar na minha vida? Veja duas aplicações do ‘real digital’ que vão te ajudar a poupar dinheiro
Ainda, saiba se a “criptomoeda do banco central” sairá no tempo esperado, e se a saída de Campos Neto do BC influenciará no cronograma