XP e Modal ‘juntos e separados’: o que está por trás da compra e o que muda para o investidor
Na guerra das plataformas de investimento, XP pagou barato e ainda eliminou um concorrente ao comprar o Modal por um valor equivalente a R$ 3 bilhões
A XP conquistou um território estratégico na guerra das plataformas de investimentos com a compra do Banco Modal, dono da modalmais, anunciada nesta sexta-feira.
O Modal foi uma das instituições que se aventuraram na trilha aberta pela própria XP, pioneira e líder entre as plataformas fora dos grandes bancos.
No anúncio do negócio, inclusive, XP e Modal procuraram ressaltar que os bancões continuam sendo os grandes inimigos a serem batidos. Afinal é neles onde ainda mora a maior parte do dinheiro dos brasileiros.
XP pagou barato pelo Modal
A venda do Modal acontece menos de um ano depois de a plataforma de investimentos e banco digital captar R$ 1 bilhão em uma oferta pública inicial de ações (IPO) na B3.
A XP vai usar como moeda as próprias ações e emitir 19,5 milhões de papéis para incorporar o concorrente. E a primeira conclusão a que podemos chegar é que a corretora pagou barato — ao menos relativamente.
Isso porque os múltiplos usados para avaliar o Modal foram menores que os da própria XP, de acordo com a apresentação feita pela companhia a analistas.
Leia Também
Quando convertemos o valor das ações da XP — que é listada na bolsa norte-americana Nasdaq — levando em conta a cotação de fechamento ontem (US$ 27,09) e do dólar (R$ 5,68), chegamos a uma avaliação de R$ 3 bilhões pelo Modal.
O valor representa um prêmio de mais de 50% em relação ao valor de mercado do Modal ontem na B3. Não por acaso, os certificados de ações (units) do banco (MODL11) dispararam 44,91% nesta sexta-feira na bolsa, cotados a R$ 12,10.
Essa pode ser uma ótima notícia para quem eventualmente comprou MODL11 na bolsa ontem. Mas esse valor ainda segue bem abaixo do preço que os investidores pagaram no IPO. Apesar da alta de hoje, os papéis seguem 35% abaixo da cotação de estreia na B3.
“Não estamos vendendo, estamos nos juntando à XP”, afirmou Cristiano Ayres, CEO do Modal, ao ser questionado por um analista das razões para o negócio antes que os resultados do IPO da plataforma pudessem se materializar.
Os trâmites da operação, que ainda precisa ser aprovada pelos acionistas minoritários e pelos órgãos reguladores, devem levar até 15 meses. Até lá, a tendência é que as ações do Modal andem junto com as da XP.
Após a troca de ações, os acionistas do Modal terão uma participação de 3,49% no capital da XP, e Ayres assume um assento no comitê executivo da corretora. Mas antes disso o Modal pretende converter todas as ações preferenciais em ordinárias e migrar para o Novo Mercado da B3.
O que está por trás do negócio
A compra do Modal acontece em um momento mais delicado para as plataformas de investimento. Isso porque a alta da taxa básica de juros (Selic) desacelera a tese do "financial deepening" — ou seja, o movimento de migração dos investidores para produtos com foco em maior retorno e risco fora da prateleira dos grandes bancos.
Ainda que a briga de verdade seja com os bancões, as plataformas acabam competindo entre si e também com os novos bancos digitais como Nubank e Inter. O negócio com o Modal, portanto, elimina um concorrente direto pelo dinheiro dos investidores.
No pregão de hoje, as ações da XP reagiram em alta de 2,40% na Nasdaq, mas acumulam uma queda de mais de 30% nos últimos 12 meses.
XP e Modal: juntos e separados
No fim de setembro, o Modal contava com R$ 30,4 bilhões em ativos sob custódia e pouco mais de 500 mil clientes ativos. Se você é um deles, saiba que nada muda agora e provavelmente nem depois da conclusão do negócio.
O Modal deve se transformar em uma quarta marca sob o guarda-chuva da XP, que também é dona das corretoras Rico e Clear.
As empresas vão continuar a atuar de forma separada e mesmo assim conseguirão capturar as sinergias típicas de uma fusão, segundo Thiago Maffra, CEO da XP.
Leia também:
Com dólar acima de R$ 5,80, Banco Central se diz preparado para atuar no câmbio, mas defende políticas para o equilíbrio fiscal
Ainda segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, entidades do sistema podem ter de elevar provisões para perdas em 2025
Pix já responde por 24% dos pagamentos no varejo, mas sistema financeiro precisa de atenção aos incidentes cibernéticos, diz Banco Central
Relatório de Estabilidade Financeira do BC destaca funcionamento seguro e avanço tecnológico do sistema financeiro brasileiro, mas destaca desafios na área de segurança cibernética
Do pouso forçado às piruetas: Ibovespa volta do feriado com bolsas internacionais em modo de aversão ao risco e expectativa com pacote
Investidores locais aguardam mais detalhes do pacote fiscal agora que a contribuição do Ministério da Defesa para o ajuste é dada como certa
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
A B3 vai abrir no dia da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios na estreia do novo feriado nacional
É a primeira vez que o Dia da Consciência Negra consta no calendário dos feriados nacionais. Como de costume, as comemorações devem alterar o funcionamento dos principais serviços públicos
O fim da temporada — ou quase: balanço da Nvidia ainda movimenta semana, que conta com novo feriado no Brasil
Enquanto isso, as bolsas internacionais operam sem um sinal único, sofrendo ajustes após o rali do Trump Trade dos últimos dias
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
Nova York naufragou: ações que navegavam na vitória de Trump afundam e bolsas terminam com fortes perdas — Tesla (TSLA34) se salva
Europa também fechou a sexta-feira (15) com perdas, enquanto as bolsas na Ásia terminaram a última sessão da semana sem uma direção comum, com dados da China e do Japão no radar dos investidores
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos
A arte de negociar: Ação desta microcap pode subir na B3 após balanço forte no 3T24 — e a maior parte dos investidores não tem ela na mira
Há uma empresa fora do radar do mercado com potencial de proporcionar uma boa valorização para as ações
Na lista dos melhores ativos: a estratégia ganha-ganha desta empresa fora do radar que pode trazer boa valorização para as ações
Neste momento, o papel negocia por apenas 4x valor da firma/Ebitda esperado para 2025, o que abre um bom espaço para reprecificação quando o humor voltar a melhorar
“A bandeira amarela ficou laranja”: Balanço do Banco do Brasil (BBAS3) faz ações caírem mais de 2% na bolsa hoje; entenda o motivo
Os analistas destacaram que o aumento das provisões chamou a atenção, ainda que os resultados tenham sido majoritariamente positivos
Acendeu a luz roxa? Ações do Nubank caem forte mesmo depois do bom balanço no 3T24; Itaú BBA rebaixa recomendação
Relatório aponta potencial piora do mercado de crédito em 2025, o que pode impactar o custo dos empréstimos feitos pelo banco
Agro é pop, mas também é risco para o Banco do Brasil (BBAS3)? CEO fala de inadimplência, provisões e do futuro do banco
Redução no preço das commodities, margens apertadas e os fenômenos climáticos extremos afetam em cheio o principal segmento do BB
A surpresa de um dividendo bilionário: ações da Marfrig (MRFG3) chegam a saltar 8% após lucro acompanhado de distribuição farta ao acionista. Vale a compra?
Os papéis lideram a ponta positiva do Ibovespa nesta quinta-feira (14), mas tem bancão cauteloso com o desempenho financeiro da companhia; entenda os motivos
Menin diz que resultado do grupo MRV no 3T24 deve ser comemorado, mas ações liberam baixas do Ibovespa. Por que MRVE3 cai após o balanço?
Os ativos já chegaram a recuar mais de 7% na manhã desta quinta-feira (14); entenda os motivos e saiba o que fazer com os papéis agora
Um passeio no Hotel California: Ibovespa tenta escapar do pesadelo após notícia sobre tamanho do pacote fiscal de Haddad
Mercado repercute pacote fiscal maior que o esperado enquanto mundo político reage a atentado suicida em Brasília
A B3 vai abrir nos dias da Proclamação da República e da Consciência Negra? Confira o funcionamento da bolsa, bancos e Correios durante os feriados
Os feriados nacionais de novembro são as primeiras folgas em cinco meses que caem em dias úteis. O Seu Dinheiro foi atrás do que abre e fecha durante as comemorações
A China presa no “Hotel California”: o que Xi Jinping precisa fazer para tirar o país da armadilha — e como fica a bolsa até lá
Em carta aos investidores, à qual o Seu Dinheiro teve acesso em primeira mão, a gestora Kinea diz o que esperar da segunda maior economia do mundo