Marfrig (MRFG3) anuncia R$ 500 milhões em dividendos e programa de recompra de 31 milhões de ações; veja quem tem direito aos proventos e os destaques do balanço
Mercado reage positivamente aos números da companhia nesta sexta (12); dividendos serão pagos em setembro
Ao divulgar seu balanço do segundo trimestre ontem (11), a Marfrig (MRFG3) anunciou também o pagamento de R$ 500 milhões em dividendos intercalares e um programa de recompra de 31 milhões de ações, além do cancelamento de outras 31 milhões de ações mantidas em tesouraria.
Os proventos com base nos lucros apurados no balanço do segundo trimestre serão imputados ao dividendo obrigatório do exercício de 2022. O valor a ser pago corresponde a aproximadamente R$ 0,757576 por ação ordinária MRFG3, desconsideradas as ações em tesouraria.
Terão direito aos dividendos os acionistas que tiverem ações da Marfrig em 19 de agosto de 2022, e os papéis passarão a ser negociados ex-direitos a partir de 22 de agosto, já com ajuste na cotação referente aos proventos aloacados.
Assim, o investidor pode optar por comprar a ação agora e ter direito aos dividendos ou esperar a data de corte de comprar os papéis por um valor menor, mas sem direito aos proventos.
O pagamento será efetuado em 15 de setembro de 2022 pelo Bradesco, instituição depositária das ações. Para os titulares de American Depositary Receipts (ADRs) da companhia, o pagamento será realizado pelo Deutsche Bank, banco depositário desses papéis.
Cancelamento de ações e novo programa de recompra
O Conselho de Administração da Marfrig decidiu também por cancelar 31.369.913 ações ordinárias que vinham sendo mantidas em tesouraria, sem redução do valor do capital social.
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Com isso, o capital social da companhia passa a ser dividido em 660 milhões de papéis ordinários, elevando a participação dos acionistas na empresa. Após o cancelamento, serão mantidas 428.329 ações em tesouraria.
Em adição ao cancelamento desses papéis, o Conselho também aprovou um novo programa de recompra de ações, que pode se estender por até 18 meses, iniciando-se em 11 de agosto de 2022 e encerrando-se em 10 de fevereiro de 2024.
A Marfrig pode adquirir até 31.124.683 de ações, o que corresponde a 4,72% do total de ações e 9,86% das 315.530.122 ações em circulação atualmente. Do total disponível, a administração da companhia propõe a recompra de 31 milhões de ações, ou 9,82% dos papéis em circulação.
A empresa diz que o objetivo do plano de recompra é "maximizar a geração de valor para os acionistas, por meio de uma administração eficiente da estrutura de capital e da aplicação de recursos disponíveis na aquisição das ações (...) para permanência em tesouraria, cancelamento ou posterior alienação das ações no mercado ou sua destinação ao eventual exercício de opções de compra de ações no âmbito do Plano de Opção de Compra de Ações ou outorga direta de ações da companhia".
Programas de recompra de ações em geral ocorrem quando as empresas acreditam que seus papéis estão baratos e mal precificados pelo mercado.
E o programa da Marfrig pode ter os objetivos clássicos das recompras de ações por empresas na bolsa: gerar valor ao acionista, aumentando sua participação, caso as ações sejam posteriormente canceladas, ou turbinando seus resultados, caso sejam vendidas a preços mais altos lá na frente; ou então remunerar executivos sem a necessidade de emitir novos papéis.
Mercado reage bem aos números da Marfrig
Os investidores reagiram bem aos resultados do frigorífico divulgados ontem à noite. Os papéis MRFG3 avançaram 4,76% nesta sexta-feira (12), a R$ 14,30.
A Marfrig reportou um lucro líquido de R$ 4,255 bilhões no segundo trimestre, alta de 144,9% ante o mesmo período do ano passado e de quase 4.000% em relação ao primeiro trimestre.
A receita líquida consolidada totalizou R$ 34,5 bilhões, puxada pelas receitas na América do Sul, enquanto as da América do Norte viram recuo, tanto na base anual quanto na trimestral. O crescimento da receita foi de 67,6% em relação ao segundo trimestre de 2021 e de 54,4% em relação ao primeiro trimestre deste ano.
Já o Ebitda consolidado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou quase R$ 4 bilhões, 1,6% a mais que no segundo trimestre de 2021 e 44,9% a mais que no primeiro trimestre deste ano. A margem Ebitda consolidada, no entanto, recuou para 11,5%, de 12,3% no trimestre anterior e 19,1% no mesmo período do ano passado.
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