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Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
O PIOR FICOU PRA TRÁS?

Magazine Luiza (MGLU3) tropeça de novo no 1T22 e ações levam tombo na B3; ainda vale a pena comprar MGLU3?

Inflação e juros altos foram barreiras ao desempenho da varejista no primeiro trimestre do ano, quando houve reversão de lucro para prejuízo de R$ 161,3 milhões

Carolina Gama
17 de maio de 2022
14:45 - atualizado às 23:00
magazine luiza queda ações bolsa mglu3
Imagem: Shutterstock/Montagem Julia Shikota

O Magazine Luiza tropeçou na inflação e em um cenário macroeconômico difícil no primeiro trimestre. Os investidores não perdoaram a reversão do lucro em prejuízo no período, e as ações MGLU3 levam um tombo nesta terça-feira (17) — figuram entre as maiores baixas do Ibovespa. 

Mas nem tudo está perdido para o Magalu. A XP Investimentos, por exemplo, acredita que, apesar do momento mais desafiador para a demanda de bens duráveis, a varejista será favorecida nos próximos trimestres pela aceleração do varejo físico na comparação com 2021.

Então o pior ficou pra trás? Para o Santander, sim. O banco já esperava que o Magazine Luiza sofresse com a inflação e a taxa de juros mais elevada no início deste ano, e agora acredita que MGLU3 deve ter uma performance entre neutra e positiva nos próximos meses.

O Santander tem recomendação overweight (compra) para o Magalu, com preço-alvo de R$ 11, o que representa um potencial de valorização de 147,2% com relação ao fechamento de segunda-feira (16).

Quem também apresentou uma visão um pouco mais otimista foi a Genial Investimentos, que destaca o fato de o Magazine Luiza ter conseguido repassar gradualmente a inflação de custos ao consumidor final — mesmo considerando as promoções do período, como o retorno do saldão Magalu em janeiro.

De fato, nos três primeiros meses do ano, a varejista liquidou geral: reduziu em mais de R$ 1 bilhão o saldo de estoques no período.

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Para MGLU3, a Genial manteve a recomendação de compra, mas reduziu o preço-alvo para 2022 de R$ 8 para R$ 6 — um potencial de valorização de 34,9% em relação ao fechamento de segunda-feira (16). 

As barreiras que o Magazine Luiza (MGLU3) terá que pular 

Apesar de nem tudo estar perdido para o Magazine Luiza (MGLU3), isso não significa que a varejista queridinha dos investidores terá um caminho livre de barreiras ao longo de 2022. 

O Bradesco BBI enxerga que o Magalu terá no restante do ano e, principalmente no segundo semestre, o desafio de acelerar o crescimento, mantendo os melhores níveis de rentabilidade — um equilíbrio difícil de ser encontrado, segundo o banco.

A recomendação do Bradesco BBI para a ação MGLU3 é neutra, com preço-alvo de R$ 9,00 — um potencial de valorização de 102,2% em relação ao fechamento de segunda-feira.

Além da espiral inflacionária e do aumento dos juros, o BTG Pactual tem três preocupações principais que podem afetar o desempenho das ações:

  • Desaceleração no comércio eletrônico local, também afetado pela reabertura total das operações da B&M (varejo físico);
  • Concorrência de players nacionais e internacionais;
  • Margens sustentáveis para os players do comércio eletrônico, dada a perspectiva competitiva à frente.

O BTG tem recomendação de compra para o papel, com preço-alvo de R$ 16,00, ou seja, enxerga um potencial de valorização de 259,5% para MGLU3 em 12 meses.

Resultado do trimestre não foi uma surpresa

A performance do Magazine Luiza no primeiro trimestre de 2022 não foi uma surpresa para os analistas.

A varejista registrou prejuízo líquido de R$ 161,3 milhões entre janeiro e março, contra lucro de R$ 258,6 milhões no mesmo período do ano anterior.

O Magalu atribuiu o resultado negativo principalmente ao aumento das despesas financeiras no período.

De fato, os gastos com juros de empréstimos e financiamentos, antecipação de cartões de terceiros e Luiza e com outras despesas e impostos dispararam 254,6%, para R$ 558,5 milhões.

O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado, no entanto, avançou 1,7% em base anual, para R$ 434,2 milhões. Neste caso, a empresa atribuiu o resultado ao crescimento das vendas e da margem bruta.

O Itaú BBA foi um dos que não foi surpreendido pela performance do Magazine Luiza nos três primeiros meses do ano.

Segundo o banco, o trimestre foi fraco em termos de vendas, e o principal destaque foi a combinação da normalização dos estoques para níveis saudáveis com um ganho de margem bruta devido à maior participação de serviços e capacidade de repasse da inflação — mais do que compensando os impactos da atividade promocional no trimestre.

A recomendação para as ações MGLU3 do Itaú BBA é outperform (compra), com preço-alvo de R$ 12 — um potencial de valorização de 170% em relação ao fechamento de segunda-feira (16).

O tombo das ações da Magazine Luiza (MLGU3)

Os investidores não receberam bem os resultados do Magazine Luiza (MGLU3) no primeiro trimestre — ainda que fosse uma performance esperada pelos analistas.

Os papéis da varejista estiveram entre as maiores baixas do Ibovespa nesta terça-feira (17), fechando o dia com queda superior a 11%.

Para o Morgan Stanley, a reação negativa aos resultados se justifica pelo fato de o Magalu ter ficado para trás no crescimento em relação aos concorrentes e algumas das suas métricas terem vindo abaixo das projeções, que já eram baixas.

O banco tem classificação equal-weight (neutra) para MGLU3, com preço-alvo de R$ 7,50 — um potencial de valorização de 60% em relação ao fechamento de segunda-feira (16).

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