Ação da Alpargatas (ALPA4) desaba 15% com resultados fracos no 3º tri, ainda pressionados por operação no exterior
Vendas recuaram no Brasil e foram bastante desiguais no exterior; empresa continua pressionada por alta nas despesas, e operação da Rothy’s patina
As ações da Alpargatas (ALPA4), fabricante das Havaianas, desabaram mais de 15% nesta sexta-feira (04), após a empresa reportar resultados fracos e abaixo do esperado pelo mercado na noite de ontem.
A empresa ainda mostrou dificuldade nas suas operações no exterior e viu uma queda no volume de vendas no Brasil no terceiro trimestre, além de ter sofrido com aumento nas suas despesas de produção.
A receita líquida da companhia totalizou cerca de R$ 1,1 bilhão, alta de 10% ante o mesmo período do ano passado (12% em moeda constante). Desse valor, cerca de R$ 1 bilhão veio das Havaianas, também um crescimento de 10% na comparação anual.
- Magazine Luiza (MGLU3) já era? Cara ou barata? Com uma queda de mais de 30% no ano, alguns fatores marcantes podem impactar a ação e concorrentes daqui para frente. Acesse neste link mais detalhes.
O lucro líquido da marca caiu 31% em relação ao terceiro trimestre de 2021, para R$ 105 milhões. Já a empresa de calçados sustentáveis Rothy's, adquirida pela Alpargatas no último ano, teve prejuízo de R$ 60 milhões, o que levou o lucro líquido consolidado da Alpargatas para R$ 45 milhões, baixa de 70% na comparação anual.
O Bradesco BBI e a XP Investimentos divulgaram hoje relatórios classificando o balanço da Alpargatas como fraco, uma vez que os números vieram abaixo de diversas das suas projeções. No caso do Bradesco, por exemplo, o lucro líquido ficou 53% abaixo do esperado, enquanto no caso da XP, veio 38% inferior às estimativas.
Havaianas vende menos no Brasil, e alta de preços pode ter atingido um limite
As vendas das Havaianas foram mais fracas, com queda de 4%, para 66 milhões de pares, frente ao terceiro trimestre de 2021. O resultado negativo foi puxado pelas vendas no Brasil, que caíram 6% na comparação anual, para 59 milhões de pares.
Leia Também
Apesar do volume menor, a Alpargatas conseguiu elevar o preço médio das Havaianas no Brasil em 15% por par, levando a receita líquida na região a crescer 12%, para R$ 834 milhões. Assim, a margem bruta da marca no país cresceu 1 ponto percentual frente ao mesmo trimestre do ano anterior, para 43%.
Para o Bradesco BBI, porém, a companhia não deve ver mais muito espaço para elevar preços por aqui. "A unidade de negócios brasileira teve uma boa performance, com uma recuperação da margem bruta, embora a queda no volume indique que a elasticidade de preço possa ter atingido um limite, por ora", disse o analista João Andrade, em relatório.
Números da Alpargatas no exterior são piores do que parecem
No exterior, ocorreu o movimento oposto. A venda de Havaianas até que foi forte, apresentando um crescimento de 15%, para 7 milhões de pares. No entanto, a receita por par caiu 3%, e a margem bruta recuou 9 pontos percentuais, para 61%. Ainda assim, o aumento nos volumes contribuiu para a receita líquida crescer 4% lá fora, para R$ 243 milhões.
Apesar do aparente bom desempenho no exterior, a analista da Empiricus, Larissa Quaresma, chama atenção para um dado preocupante: os números positivos foram puxados unicamente pela performance na Europa, onde a receita líquida cresceu 21%, impulsionada principalmente pelo maior preço médio por par.
Nos Estados Unidos, porém, a empresa ainda sofre o impacto da mudança na sua estratégia de vendas, tendo apresentado queda de 62% nas vendas e 41% na receita líquida, na comparação anual.
Quaresma acredita que o bom desempenho no mercado europeu não será perene e diz que os números internacionais "evidenciam a dificuldade de crescimento da companhia fora do Brasil - e que deve persistir com a piora do ambiente macroeconômico global."
A XP Investimentos chama atenção ainda para o volume fraco de vendas na China, onde houve queda de 24% nas vendas em razão das restrições por conta da política de covid zero.
Câmbio e despesas pesam
O lucro bruto consolidado de Havaianas totalizou R$ 503 milhões no terceiro trimestre, alta de 7% na comparação anual.
A piora na margem bruta da marca - que caiu 2 pontos percentuais, para 47% - foi puxada pela queda da margem no mercado internacional, explicada pelo efeito cambial, aumento nos preços das matérias-primas e nas despesas industriais.
Segundo Larissa Quaresma, da Empiricus, esses desafios no lado das despesas estão entre os pontos principais da recomendação short (operar vendido) para a ação ALPA4.
Já o Bradesco BBI espera que os custos dos materiais brutos, especialmente aqueles associados ao petróleo, baixem um pouco nos próximos trimestres.
Larissa Quaresma explica ainda que o crescimento "aquém do esperado" do lucro bruto não compensou o aumento das despesas operacionais no período.
Assim, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) recorrente de Havaianas atingiu R$ 180 milhões, queda de 4,1% na comparação anual. A margem Ebitda caiu 2 pontos percentuais frente ao terceiro trimestre do ano passado, para 17%. Na divisão internacional, o Ebitda foi negativo em R$ 9,2 milhões.
Rothy's ainda não pegou tração
Ainda na operação gringa, a Rothy's teve receita líquida de US$ 38 milhões no terceiro trimestre, praticamente estável na comparação anual (alta de apenas 2%).
O Ebitda da empresa foi novamente negativo, desta vez em US$ 11 milhões, devido à necessidade de investimentos para acelerar o crescimento.
Comprar ou vender Alpargatas (ALPA4)?
Como já mencionado, a Empiricus tem recomendação short para a Alpargatas, apostando na baixa do ativo, além de considerar a ação cara, por negociar ainda a 21 vezes os seus lucros estimados para 2023.
"Acreditamos que o desafio de crescimento de Alpargatas persiste. Trimestre após trimestre a companhia apresenta dificuldades de crescimento de volume na operação de Havaianas, e margens sendo comprimidas em função dos maiores custos com matéria-prima e despesas industriais, em uma cadeia ainda pressionada pelo barril de petróleo mais caro. Além disso, a etapa de crescimento de Rothy’s, que tem sua geração de caixa ainda em um futuro incerto, deve continuar deteriorando o resultado consolidado da companhia."
Larissa Quaresma, analista da Empiricus.
Já o Bradesco BBI mantém a sua recomendação de compra ("outperform") para ALPA4, baseado no "potencial de crescimento de Havaianas fora do Brasil, bem como da expansão da margem, tanto na divisão brasileira quanto na internacional."
No entanto, o banco admite que faltam catalisadores de curto prazo para o preço das ações, além de ter ajustado suas estimativas para a companhia para 2023 e reduzido o preço-alvo do papel de R$ 31 para R$ 30, um potencial de alta de mais de 30% ante o fechamento de ontem.
Segundo a plataforma TradeMap, a Alpargatas tem quatro recomendações de compra, uma de manutenção (neutra) e nenhuma de venda, com preço-alvo mediano de R$ 28.
‘O rali ainda não acabou’: as ações desta construtora já saltam 35% no ano e podem subir ainda mais antes que 2024 termine, diz Itaú BBA
A performance bate de longe a do Ibovespa, que recua cerca de 4% no acumulado anual, e também supera o desempenho de outras construtoras que atuam no mesmo segmento
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
O Google vai ser obrigado a vender o Chrome? Itaú BBA explica por que medida seria difícil — mas ações caem 5% na bolsa mesmo assim
Essa seria a segunda investida contra monopólios ilegais nos EUA, desde a tentativa fracassada de desmembrar a Microsoft, há 20 anos
Nvidia (NVDC34) vê lucro mais que dobrar no ano — então, por que as ações caem 5% hoje? Entenda o que investidores viram de ruim no balanço
Ainda que as receitas tenham chegado perto dos 100% de crescimento, este foi o primeiro trimestre com ganhos percentuais abaixo de três dígitos na comparação anual
Que crise? Weg (WEGE3) quer investir US$ 62 milhões na China para aumentar capacidade de fábrica
O investimento será realizado nos próximos anos e envolve um plano que inclui a construção de um prédio de 30 mil m², com capacidade para fabricação de motores de alta tensão
Como a Embraer (EMBR3) passou de ameaçada pela Boeing a rival de peso — e o que esperar das ações daqui para frente
Mesmo com a disparada dos papéis em 2024, a perspectiva majoritária do mercado ainda é positiva para a Embraer, diante das avenidas potenciais de crescimento de margens e rentabilidade
É hora de colocar na carteira um novo papel: Irani (RANI3) pode saltar 45% na B3 — e aqui estão os 3 motivos para comprar a ação, segundo o Itaú BBA
O banco iniciou a cobertura das ações RANI3 com recomendação “outperform”, equivalente a compra, e com preço-alvo de R$ 10,00 para o fim de 2025
Em busca de dividendos? Curadoria seleciona os melhores FIIs e ações da bolsa para os ‘amantes’ de proventos (PETR4, BBAS3 e MXRF11 estão fora)
Money Times, portal parceiro do Seu Dinheiro, liberou acesso gratuito à carteira Double Income, que reúne os melhores FIIs, ações e títulos de renda fixa para quem busca “viver de renda”
R$ 4,1 bilhões em concessões renovadas: Copel (CPLE6) garante energia para o Paraná até 2054 — e esse banco explica por que você deve comprar as ações
Companhia paranaense fechou o contrato de 30 anos referente a concessão de geração das usinas hidrelétricas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias
Ações da Embraer (EMBR3) chegam a cair mais de 4% e lideram perdas do Ibovespa. UBS BB diz que é hora de desembarcar e Santander segue no voo
O banco suíço rebaixou a recomendação para os papéis da Embraer de neutro para venda, enquanto o banco de origem espanhola seguiu com a indicação de compra; entenda por que cada um pegou uma rota diferente
Equatorial (EQTL3) tem retorno de inflação +20% ao ano desde 2010 – a gigante de energia pode gerar mais frutos após o 3T24?
Ações da Equatorial saltaram na bolsa após resultados fortes do 3º tri; analistas do BTG calculam se papel pode subir mais após disparada nos últimos anos
‘Mãe de todos os ralis’ vem aí para a bolsa brasileira? Veja 3 razões para acreditar na disparada das ações, segundo analista
Analista vê três fatores que podem “mudar o jogo” para o Ibovespa e a bolsa como um todo após um ano negativo até aqui; saiba mais
Grupo Mateus: Santander estabelece novo preço-alvo para GMAT3 e prevê valorização de 33% para as ações em 2025; saiba se é hora de comprar
O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da varejista de alimentos em relação à 2024, mas mantém otimismo com crescimento e parceria estratégica
Localiza: após balanço mais forte que o esperado no 3T24, BTG Pactual eleva preço-alvo para RENT3 e agora vê potencial de alta de 52% para a ação
Além dos resultados trimestrais, o banco considerou as tendências recentes do mercado automotivo e novas projeções macroeconômicas; veja a nova estimativa
Ações da Oi (OIBR3) saltam mais de 100% e Americanas (AMER3) dispara 41% na bolsa; veja o que impulsiona os papéis das companhias em recuperação judicial
O desempenho robusto da Americanas vem na esteira de um balanço melhor que o esperado, enquanto a Oi recupera fortes perdas registradas na semana passada
Inscrições para o programa da XP e Copa Energia acabam hoje (18); confira essas e outras vagas para estágio e trainee com bolsa-auxílio de até R$ 7,6 mil
Os aprovados nos programas de estágio e trainee devem começar a atuar a partir do primeiro semestre de 2025; as inscrições ocorrem durante todo o ano
Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3) voltam a ficar no radar das privatizações e analistas dizem qual das duas tem mais chance de brilhar
Ambas as empresas já possuem capital aberto na bolsa, mas o governo mineiro é quem detém o controle das empresas como acionista majoritário
Lucro dos bancos avança no 3T24, mas Selic alta traz desafios para os próximos resultados; veja quem brilhou e decepcionou na temporada de balanços
Itaú mais uma vez foi o destaque entre os resultados; Bradesco avança em reestruturação e Nubank ameaça desacelerar, segundo analistas
Warren Buffett não quer o Nubank? Megainvestidor corta aposta no banco digital em quase 20% — ação cai 8% em Wall Street
O desempenho negativo do banco digital nesta sexta-feira pode ser explicado por três fatores principais — e um deles está diretamente ligado ao bilionário
Banco do Brasil (BBAS3) de volta ao ataque: banco prevê virada de chave com cartão de crédito em 2025
Após fase ‘pé no chão’ depois da pandemia da covid-19, a instituição financeira quer expandir a carteira de cartão de crédito, que tem crescido pouco nos últimos dois anos