🔴 DECLARAÇÃO PRÉ-PREENCHIDA LIBERADA: VEJA COMO USAR PARA ANTECIPAR A RESITUIÇÃO – ACESSE AQUI

Renan Sousa

Renan Sousa

É repórter do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP) e já passou pela Editora Globo e SpaceMoney.

O DRAGÃO CHEGOU POR LÁ

Terra da inflação nascente: como é encarar a maior alta de preços em 8 anos para o Japão, que viveu estabilidade por décadas?

No acumulado do ano, o CPI mais abrangente, que ajuda a fazer comparações com outros países, registrou alta de 3% no acumulado dos últimos 12 anos

Renan Sousa
Renan Sousa
20 de setembro de 2022
14:27
Bandeira do japão com o dragão da inflação por cima alta de preços no país assusta investidores
Bandeira do japão com o dragão da inflação por cima alta de preços no país assusta investidores. Imagem: Montagem / Freepik

A inflação é um termômetro da economia local — e global — que funciona como uma faca de dois gumes. Os preços elevados podem indicar um descontrole da oferta, mas a deflação acentuada também não é totalmente positiva, como era o caso do Japão.

E depois de anos vivendo uma estagnação econômica devido à inflação controlada, o dragão por lá mostrou as garras: o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) registrou a maior alta mensal desde 2014.

O núcleo de preços — que exclui itens voláteis como alimentos, mas inclui energia — subiu 2,8% em agosto, acima das projeções de 2,7%, em comparação com um aumento de 2,4% em julho. A leitura marca o quinto mês consecutivo de inflação e ascendeu acima da meta anual de 2% do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).

O CPI mais abrangente, que ajuda a fazer comparações com outros países, registrou alta de 3% no acumulado dos últimos 12 anos. 

Inflação na terra do Sol Nascente

Mas o que impulsionou os preços por lá?

O aumento dos custos das commodities — como petróleo e minério de ferro — e a desvalorização do iene frente a outras moedas mais fortes são alguns dos fatores que mexeram com os preços na Terra do Sol Nascente. 

Leia Também

Nem mesmo a estável economia japonesa conseguiu resistir a pressões externas como a guerra da Ucrânia e problemas na cadeia de suprimentos. 

Comparando dragões

Uma inflação de 3% ao ano parece pouco quando comparamos com outras economias sólidas. 

De acordo com o Trading Economics, no mesmo período em que o Japão registrou um CPI de 3%, o Reino Unido acumula avanço de preços da ordem de 9,9%.

A Zona do Euro, por sua vez, encara uma alta de preços de 9,1%; os Estados Unidos, 8,3% e a Alemanha, 7,9%. O Brasil fica no meio do caminho, com um acumulado de 8,73% nos últimos 12 meses. 

Fonte: Trading Economics. Realização: Carolina Gama.

O histórico da inflação no Japão

O problema é que o Japão só viu uma inflação tão alta assim em outubro de 2014, quando o CPI anual ficou em 3,2%. No pico daquele mesmo ano, os preços tiveram uma disparada de 3,7%. 

Em dezembro de 1991, portanto há 31 anos, os preços no Japão sentiram sua penúltima disparada para 3,10% em 12 meses, atingindo o pico de 3,60% em março daquele ano.

Entre 1991 e 2022, a inflação da Terra do Sol Nascente ficou praticamente estável, tendo registrado a maior deflação do período, com queda nos preços de 2,50% em novembro de 2009. 

Os problemas escondidos da deflação

São diversos os motivos que levam ao descontrole de preços. No caso japonês, a economia começou a se estabilizar após os anos 1990, depois de encarar diversos choques internacionais. 

Aqui, um exercício de economia “um zero um”: pensando em quem deixa o dinheiro apenas na poupança, a inflação corrói o poder de compra do dinheiro. No caso da deflação, esse montante “ganha valor” se deixado parado por lá.

Somado a isso, os investimentos atrelados a juros também perdem razão frente a um cenário em que as taxas estão negativas. 

Até 2015, o BoJ mantinha os juros em alta de 0,1% ao ano — você não leu errado. A partir de 2016, o país encarou um cenário de juros negativos a taxa de 0,1% ao ano.

E o futuro do Japão

Após a Super Quarta, que conta com a decisão de juros do Banco Central Brasileiro e do Federal Reserve, o seu equivalente norte-americano, o BoJ anuncia a sua decisão de política monetária na quinta-feira (22).

O cenário por lá deve mudar frente aos novos dados de inflação. Entretanto, a expectativa para a próxima reunião é de que o Banco Central do Japão mantenha os juros inalterados, à taxa negativa de 0,1% ao ano, de acordo com projeções do Investing.

O presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, afirmou que o BC japonês não tem planos de elevar juros ou de ampliar o teto do juro do bônus do governo (JGB) de 10 anos. Também não existem maiores expectativas em relação a uma melhora do iene frente aos seus pares internacionais.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA

28 de março de 2025 - 8:04

O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo

27 de março de 2025 - 8:20

Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC

DA TECNOLOGIA AO MEIO AMBIENTE

Lula firma acordos com Japão, mas frustração do mercado ajuda a derrubar as ações dos frigoríficos na bolsa

26 de março de 2025 - 16:45

Em rara visita de Estado ao Japão, o presidente brasileiro e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, firmaram nesta quarta-feira (26) dez acordos de cooperação em áreas como comércio, indústria e meio ambiente

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump

26 de março de 2025 - 8:22

Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair

conteúdo EQI

Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda

25 de março de 2025 - 14:00

Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano

TÁ NA ATA

Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar

25 de março de 2025 - 12:10

Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom

25 de março de 2025 - 8:13

Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros

ARTE IMPRESSIONISTA

Claude Monet: os 12 melhores museus para ver as obras do artista (um deles fica no Brasil)

25 de março de 2025 - 7:28

Pintor francês, um dos expoentes do Impressionismo, tem obras por toda a Europa e até aqui no Brasil – mas Louvre não está na lista

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte

25 de março de 2025 - 6:39

Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Dedo no gatilho

24 de março de 2025 - 20:00

Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano

24 de março de 2025 - 8:05

Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil

24 de março de 2025 - 7:03

Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março

MACRO EM FOCO

Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?

23 de março de 2025 - 12:01

Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses

O PESO DO MACRO

Co-CEO da Cyrela (CYRE3) sem ânimo para o Brasil no longo prazo, mas aposta na grade de lançamentos. ‘Um dia está fácil, outro está difícil’

23 de março de 2025 - 10:23

O empresário Raphael Horn afirma que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso

A HORA É AGORA

Febre entre viajantes, turismo no Japão pode encarecer com ‘volta por cima’ do iene

22 de março de 2025 - 7:31

Turismo foi ‘carta na manga’ para o PIB japonês, diante da recessão econômica que o país enfrenta há décadas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços

21 de março de 2025 - 8:21

Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção

SEXTOU COM O RUY

Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses

21 de março de 2025 - 5:42

Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira

O ORÁCULO DE OMAHA

Warren Buffett enriquece US$ 22,5 bilhões em 2025 e ultrapassa Bill Gates — estratégia conservadora se prova vencedora

20 de março de 2025 - 14:51

Momento de incerteza favorece ativos priorizados pela Berkshire Hathaway, levando a um crescimento acima da média da fortuna de Buffett, segundo a Bloomberg

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom

20 de março de 2025 - 8:18

Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas

19 de março de 2025 - 20:00

A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar