Pula fogueira, iáiá! Fed dá salto maior e sobe juros em 0,75 pp para apagar incêndio da inflação — a maior alta desde 1994
Em maio, o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês) subiu 1% em base mensal e 8,6% em termos anuais, no maior avanço desde 1981

Olha a cobra! É mentira! Olha a inflação! É verdade! O Federal Reserve (Fed) deu um salto ainda maior na fogueira da inflação e elevou nesta quarta-feira (15) a taxa de juros em 0,75 ponto porcentual (pp), para a faixa entre 1,50% a 1,75% ao ano — a maior alta desde 1994.
O aperto monetário mais agressivo é uma tentativa do banco central norte-americano de apagar o incêndio dos preços altos, que não ainda não deu sinais de trégua.
Muito pelo contrário. Em maio, o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês) subiu 1%, de 0,3% em abril. Em base anual, o CPI teve alta de 8,6%. Este foi o maior avanço desde 1981.
Com as labaredas nessa altura, 95% do mercado esperava uma alta de 0,75 pp na reunião de hoje — acima dos 0,50 pp que o próprio Fed vinha telegrafando até então.
Mesmo com uma elevação deste calibre, a reação do mercado norte-americano segue positiva. O Dow Jones, o Nasdaq e o S&P 500 manteve os ganhos assim que a decisão foi anunciada.
O caminho da roça do Fed
No comunicado com a decisão, que não foi unânime, o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) reafirmou o forte compromisso em devolver a inflação para a meta de 2%.
Leia Também
Segundo o Fomc, a inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia, preços mais altos de energia e pressões mais amplas sobre os preços.
O documento atribuiu à guerra entre Rússia e Ucrânia e ao ressurgimento da covid-19 na China uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e de queda sobre a atividade econômica global.
A ponte quebrou! O Fed vai consertar?
Os membros do comitê de política monetária do Fed indicaram um caminho muito mais forte de aumento da taxa de juros à frente para tentar segurar a inflação.
De acordo com o dot plot — o gráfico de pontos que traz as expectativas individuais dos membros do comitê —, a taxa de juros terminará o ano em 3,4%, uma revisão para cima de 1,5 ponto percentual em relação à estimativa de março.
O comitê então vê a taxa subindo para 3,8% em 2023, um ponto percentual mais alto. Confira baixo o gráfico de pontos do Fed de junho:

Olha a chuva! Não passou!
A reunião de política monetária de hoje não estava sendo aguardada apenas pelo grau da elevação da taxa de juros em si.
O encontro de junho vem acompanhado das projeções econômicas do Fed para este ano e os próximos — e, ao que tudo indica, a chuva (ou seria tempestade?) por que passa a economia dos EUA não vai passar tão cedo.
Para se ter uma ideia, o banco central norte-americano passou a prever um crescimento de 1,7% este ano ante 2,8% estimados em março.
Além disso, a inflação deve alcançar 5,2% ao final de 2022 ante 4,3% projetados anteriormente.
Confira abaixo a mediana de outras previsões feitas pelo Federal Reserve:
PIB dos EUA
- 2023: +1,7%, de 2,2% previstos em março
- 2024: +1,9%, de 2,0% previstos em março
Inflação medida pelo PCE
- 2023: +2,6%, de +2,7% previstos em março
- 2024: +2,2%, de +2,3% previstos em março
Taxa de desemprego
- 2023: +3,7%, de 3,5% previstos em março
- 2024: +4,1%, de 3,6% previstos em março
Preparar para a despedida
Depois da decisão de política monetária, o presidente do Fed, Jerome Powell, concedeu uma coletiva de imprensa para explicar os motivos que levaram o comitê a decidir pelo aumento de 0,75 pp da taxa de juros.
Powell mandou um recado direto sobre os planos do banco central norte-americano para a inflação: o fracasso não é uma opção.
Segundo ele, o Fed tem a obrigação de devolver a inflação para a meta de 2% e isso significa que novos aumentos da taxa de juros estão no caminho.
A boa notícia para o mercado é que a autoridade monetária ainda trabalha com altas entre 0,50 pp e 0,75 pp — e não de 1 pp como alguns passaram a especular diante do galope da inflação nos EUA.
Na coletiva, Powell também disse que a intenção do Fed com essas elevações de juros não é provocar a recessão da economia, um temor dos investidores nas últimas semanas.
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda
Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses
Co-CEO da Cyrela (CYRE3) sem ânimo para o Brasil no longo prazo, mas aposta na grade de lançamentos. ‘Um dia está fácil, outro está difícil’
O empresário Raphael Horn afirma que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses
Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
Renda fixa mais rentável: com Selic a 14,25%, veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (19), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Copom não surpreende, eleva a Selic para 14,25% e sinaliza mais um aumento em maio
Decisão foi unânime e elevou os juros para o maior patamar em nove anos. Em comunicado duro, o comitê não sinalizou a trajetória da taxa para os próximos meses
A recessão nos EUA: Powell responde se mercado exagerou ou se a maior economia do mundo está em apuros
Depois que grandes bancos previram mais chance de recessão nos EUA e os mercados encararam liquidações pesadas, o chefe do Fed fala sobre a situação real da economia norte-americana
Decisão do Federal Reserve traz dia de alívio para as criptomoedas e mercado respira após notícias positivas
Expectativa de suporte do Fed ao mercado, ETF de Solana em Wall Street e recuo da SEC no processo contra Ripple impulsionam recuperação do mercado cripto após semanas de perdas
Nova York vai às máximas, Ibovespa acompanha e dólar cai: previsão do Fed dá força para a bolsa lá fora e aqui
O banco central norte-americano manteve os juros inalterados, como amplamente esperado, mas bancou a projeção para o ciclo de afrouxamento monetário mesmo com as tarifas de Trump à espreita
Sem medo de Trump: BC dos EUA banca previsão de dois cortes de juros este ano e bolsas comemoram decisão
O desfecho da reunião desta quarta-feira (19) veio como o esperado: os juros foram mantidos na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano, mas Fed mexe no ritmo de compra de títulos
De volta à Terra: Ibovespa tenta manter boa sequência na Super Quarta dos bancos centrais
Em momentos diferentes, Copom e Fed decidem hoje os rumos das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos
A decisão é o que menos importa: o que está em jogo na Super Quarta com as reuniões do Copom e do Fed sobre os juros
O Banco Central brasileiro contratou para hoje um novo aumento de 1 ponto para a Selic, o que colocará a taxa em 14,25% ao ano. Nos EUA, o caminho é da manutenção na faixa entre 4,25% e 4,50% — são os sinais que virão com essas decisões que indicarão o futuro da política monetária tanto aqui como lá