China contra-ataca: Pequim sai em defesa da Rússia por sanções e volta a alfinetar os Estados Unidos
Escalada da guerra acontece não apenas no campo de batalha na Ucrânia, mas também na troca de farpas entre as duas maiores economias do mundo
Se ontem a China negou de maneira diplomática um suposto pedido de socorro de Vladimir Putin, hoje Pequim mostrou que sempre esteve do lado da Rússia, endurecendo o tom contra as sanções do Ocidente. E foi além: não poupou nem mesmo os Estados Unidos - seu maior rival no cenário internacional.
Em uma tentativa de estrangular a economia russa e deixar Putin sem recursos para manter as tropas avançando sobre a Ucrânia, os norte-americanos, europeus e outros aliados impuseram uma enxurrada de sanções contra Moscou.
As medidas têm como alvo as joias da coroa russa, como o setor de óleo e gás - principais fontes de receita do governo Putin -, mas atingiram também os oligarcas do país, incluindo Roman Abramovich, proprietário do Chelsea.
Até agora, a China vinha assistindo tudo da primeira fila da plateia, defendendo a diplomacia para colocar fim à guerra. Mas isso mudou nesta terça-feira (15), quando o próprio ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, manifestou-se sobre as sanções.
China endurece o tom
Embora já tenha manifestado descontentamento sobre os efeitos das sanções do Ocidente contra a Rússia, agora a China endureceu o tom a respeito das medidas punitivas.
Wang afirmou que Pequim tem o direito de defender seus interesses caso as sanções impostas por potências ocidentais contra a Rússia afetem o país asiático.
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Em conversa com seu homólogo espanhol, José Manuel Albares, Yi reiterou oposição às medidas do Ocidente em retaliação à invasão da Ucrânia pelos russos.
"A China sempre se opõe ao uso de sanções para resolver problemas, e se opõe ainda mais a sanções unilaterais que não têm base no direito internacional", disse Wang, em comunicado.
Conheça detalhes sobre a invasão russa à Ucrânia:
Estados Unidos na mira de Pequim
Se, por um lado, o conflito entre Rússia e Ucrânia vem ganhando escala a exemplo do ataque próximo da fronteira da Polônia, por outro os atritos entre China e Estados Unidos seguem mais vivos do que nunca.
Depois de uma batalha comercial na era Trump — que culminou em uma série de trocas de tarifas —, agora Pequim e Washington voltam a se enfrentar no campo das palavras.
Na segunda-feira (15), o governo chinês acusou os Estados Unidos de espalhar desinformação sobre a guerra e hoje Wang voltou a sua artilharia para a Casa Branca.
Sem citar nomes, o chanceler chinês ressaltou hoje que "algumas forças" tentam manchar a posição de Pequim sobre o conflito.
Segundo ele, o país pretende continuar exercendo "papel construtivo" em prol de uma resolução para a crise.
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