Cade aprova compra da Extrafarma, da Ultrapar (UGPA3), pela Pague Menos (PGMN3) — mas com algumas exigências
Após mais de um ano desde o anúncio do negócio, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica aprovou, com restrições, a operação multimilionária
Cerca de um ano atrás, a Ultrapar (UGPA3) encontrou um medicamento para solucionar o mal estar com um de seus negócios mais problemáticos: a venda multimilionária da Extrafarma para a Pague Menos (PGMN3).
O remédio, porém, dependia da prescrição do maior médico dos mercados financeiros, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) — e o tão aguardado aval saiu apenas nesta quarta-feira (22).
O Cade já havia informado que o negócio era complexo e deveria ser analisado com lupa, e a aprovação da aquisição da Extrafarma pela Pague Menos por R$ 700 milhões veio com algumas ressalvas.
As restrições do Cade
Antes de se tornar oficialmente o segundo maior grupo farmacêutico do país em número de lojas, com cerca de 1,5 mil estabelecimentos e atrás apenas da Raia Drogasil, a compradora terá que atender a algumas demandas do Conselho.
Para conseguir o aval do Cade, a Pague Menos terá que vender oito unidades da Extrafarma — isto é, 2% do total de lojas da adquirida — no Nordeste em até seis meses.
A exigência foi feita após o Conselho observar uma concentração excessiva gerada pelo negócio na região, de acordo com o relator do caso, conselheiro Gustavo Augusto.
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De acordo com o Conselho, serão vendidas cinco unidades no Ceará, nos municípios Russas, Canindé, Limoeiro do Norte, Aracati e Horizonte. Enquanto isso, deverão ser vendidas duas lojas no Maranhão, sendo uma em Chapadinha e outra em Codó (MA). Já no Rio Grande do Norte, será feita a venda de uma unidade da cidade de Caicó.
A venda da Extrafarma para a Pague Menos (PGMN3)
O programa de enxugamento de portfólio da Ultrapar (UGPA3) começou em maio de 2021, com o anúncio da venda da Extrafarma para a cearense Pague Menos (PGMN3).
O negócio foi fechado por R$ 700 milhões, sujeito a ajustes que consideram variações de capital de giro e a posição da dívida líquida da Extrafarma na data de conclusão da operação.
A Ultrapar, conhecida por controlar a rede de postos Ipiranga, não teve o mesmo sucesso na investida no varejo de medicamentos. Apesar de possuir mais de 400 lojas espalhadas ao redor do país, a Extrafarma não tinha fortes impactos nos balanços da controladora.
Uma compra estratégica da Pague Menos (PGMN3)
A decisão de comprar a empresa rival não foi por acaso. De acordo com Mário Queirós, presidente da Pague Menos, a aquisição da Extrafarma foi estratégica, visando também o crescimento das vendas digitais e de serviços.
“A Extrafarma estava numa situação de virada e com um valor que não era o que ela merecia, e vamos atingir um mercado ainda maior com a aquisição", disse Queirós.
O negócio ainda fortaleceu a presença da cearense no Norte e no Nordeste, regiões em que a empresa é líder. A Pague Menos está convencida de que a expansão e otimização dos pontos de venda é uma de suas principais armas contra a concorrência.
Para o fim de 2022, a empresa espera registrar um saldo de 100 novas lojas abertas, sem considerar o negócio da Extrafarma, de acordo com o CFO da Pague Menos, Luiz Renato Novais. No ano passado, foram inaugurados 80 estabelecimentos.
O que dizem os analistas
Para a corretora Ativa Investimentos, a aprovação do negócio pelo Cade é positiva para a Pague Menos. Isso porque a compra da Extrafarma acelera o plano de expansão da cearense nas regiões de maior atuação da Pague Menos.
Além disso, os analistas acreditam que a operação pode gerar importantes sinergias que contribuirão com o aumento da penetração on-line através do e-commerce e de vendas por loja da farmacêutica.
As ações das companhias reagiram positivamente ao aval do Cade ontem e fecharam em forte alta no Ibovespa, com ganhos de 2,14% para a Pague Menos (PGMN3) e de 3,28% para a Ultrapar (UGPA3).
Já nesta quinta-feira, o otimismo oscilou e os papéis UGPA3 entraram em rota de queda. Por volta das 11h15 desta sessão, as ações da Ultrapar (UGPA3) recuavam 0,87%, cotadas a R$ 12,47. Enquanto isso, os papéis da Pague Menos (PGMN3) subiam 0,42% no mesmo horário, negociados a R$ 4,79.
Apesar do bom humor ontem, no acumulado do ano, os papéis têm desempenho negativo. No caso de PGMN3, a queda em 2022 foi de 48%, enquanto UGPA3 recuou 14%.
*Com informações de Estadão Conteúdo
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