Nasce um bilionário: aposta leva sozinha o maior prêmio da história da loteria no mundo — com uma ‘pequena’ ajuda do Fed
Inicialmente, a bolada o era de US$ 1,9 bilhão, o que já era um recorde até então. Contudo, com a proximidade do sorteio e o aumento no número de apostas — além dos juros de correção sobre o valor inicial e outras taxas —, ela aumentou ainda mais
Qual o limite do dinheiro? Para o mundo das apostas, a resposta não é tão simples, ainda que já sabemos qual é o valor máximo — até agora. Na última terça-feira (8), a loteria americana Powerball sorteou um único bilhete ganhador de US$ 2,04 bilhões (R$ 10,5 bilhões no câmbio atual).
Inicialmente, a bolada o era de US$ 1,9 bilhão, o que já era um recorde até então. Contudo, com a proximidade do sorteio e o aumento no número de apostas — além dos juros de correção sobre o valor inicial e outras taxas —, ela aumentou ainda mais e tornou-se “o maior prêmio da loteria do mundo”.
Vale mencionar que a maior cifra havia sido sorteada em janeiro de 2016, quando três vencedores dividiram o prêmio de US$ 1,5 bilhão.
Dessa vez, o vencedor acertou sozinho as seis dezenas, quando as chances eram de uma para 292,2 milhões de possibilidades. A aposta foi vendida em uma Joe’s Service Center — uma rede de oficinas mecânicas e reparos de automóveis — localizada em um posto de gasolina na Califórnia, segundo a loteria informou no Twitter.
Contudo, outras apostas também conquistaram prêmios de milhões. Segundo a associação de loterias local — equivalente à Loterias Caixa Econômica Federal —, mais de 11,2 milhões de bilhetes ganharam, neste sorteio, cerca de US$ 98,1 milhões ao todo, sendo 22 apostas de US$ 1 milhão.
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Por fim, o vencedor ainda não se apresentou, segundo a loteria americana, mas já agraciou outras pessoas fora da disputa pelo prêmio. O dono do posto de gasolina onde saiu o bilhete premiado, Joseph Chahayed, recebeu US$ 1 milhão pela venda.
Recorde na loteria tem uma razão
O prêmio de US$ 2,04 bilhões com um único vencedor saiu após 40 sorteios em que ninguém havia acertado as seis dezenas necessárias.
Contudo, o valor maior que o inicial pode ter aumentado por um "catalisador" macroeconômico: as sucessivas elevações nas taxas de juros americanas promovidas pelo Federal Reserve (Fed) — que equivale ao Banco Central do Brasil.
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O regime de pagamento dos prêmios da loteria americana é diferente do que acontece no Brasil, em que o vencedor pode “sacar” todo o dinheiro de uma só vez. Nos EUA, o dono do bilhete premiado tem duas alternativas:
- Receber o prêmio de uma vez — que com descontos e impostos, fica uma quantia muito menor. Neste caso, o prêmio é de US$ 929,1 milhões;
- Em parcelas — mais conhecido como “prêmio de anuidade”, em que o vencedor recebe 30 pagamentos iguais distribuídos pelos próximos 29 anos, com correção anual pela taxa básica de juros.
Ou seja, o valor de US$ 2,04 bilhões corresponde, na verdade, ao recebimento do “prêmio de anuidade”.
Contudo, nenhum vencedor da Powerball desde 2014 escolheu o valor do prêmio “parcelado” em vez do dinheiro à vista.
Isso porque, no ambiente de baixas taxas de juros nos últimos anos, o prêmio de anuidade era até 60% maior do que o valor em dinheiro, o que não era considerado vantajoso a longo prazo — 30 de anos.
Considerando o valor inicial do último prêmio a partir dos juros americanos de janeiro deste ano — de até 0,25% ao ano — a taxa de anuidade seria apenas de US$ 130 milhões.
Porém, com a taxa de juros americanos operando em uma intervalos de 3,75% a 4,00% ao ano, a escolha do vencedor pode alterar a história das loterias dos últimos oito anos, já que os economistas projetam um retorno anual de 5,75% ao ano, no regime de pagamentos parcelados do prêmio.
*Com informações de CNN e Reuters