O Banco Central adverte: a escalada da taxa Selic continua; confira os recados da última ata do Copom
Selic ainda vai subir mais antes de começar a cair, mas a alta do juro pelo Banco Central está próxima do pico
Quem acompanha o intenso processo de aperto monetário conduzido pelo Banco Central (BC) entende que a escalada dos juros está perto do fim.
Entretanto, a equipe de alpinismo monetário de Roberto Campos Neto, o presidente do BC, ainda precisa de mais alguns metros — ou pontos-base — para chegar ao pico da taxa Selic.
A confirmação encontra-se na ata, divulgada hoje, da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, realizada na semana passada.
Monte Selic aumentou de tamanho
Até algumas semanas atrás, a maioria dos analistas de mercado via o nível de 13,25% ao ano como o pico da montanha de juros.
Na semana passada, quando a Selic finalmente chegou aos 13,25%, os diretores do BC disseram no comunicado que chegaram lá em cima e repararam que ainda havia mais o que subir.
O Copom “antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude” para a próxima reunião de política monetária, programada para agosto, segundo o documento.
Leia Também
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
A linguagem do comunicado foi confirmada na ata, divulgada na manhã de hoje.
Qual será o pico da taxa Selic?
A grande questão no momento é: qual será exatamente o pico do monte Selic?
O Copom antecipou que vai aumentar a taxa de juro em agosto. Deixou no ar se ela irá a 13,50% ou 13,75%.
Depois de argumentar que considera “apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”, o Copom enfatiza na ata que “irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.
Fim do ciclo de alta à vista
Embora alguns estejam revisando as projeções, os economistas consultados pelo Seu Dinheiro acreditam que os metros finais da escalada de juro do Banco Central — ou “taxa terminal”, no jargão mercado — encontram-se à vista.
“O Copom sinalizou uma taxa terminal dos juros mais alta por mais tempo”, afirmou Mirella Hirakawa, economista sênior da AZ Quest.
Para Mirella, o BC elevará a Selic a 13,75% em agosto e a manterá nesse nível por alguns meses.
Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, prevê o mesmo movimento.
Segundo Claudio Ferraz e Bruno Balassiano, do BTG Pactual, a ata reforça a impressão, deixada já no comunicado, de “proximidade do fim do ciclo e a ausência de grandes reavaliações da Selic terminal”.
Na opinião de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, “subir o juro para 13,50% ou 13,75% e mantê-lo por mais tempo nesse patamar é o suficiente” para que o Banco Central alcance o objetivo de trazer a inflação para a meta.
Copom pode subir a Selic ainda mais?
Os economistas citados até aqui consideram, baseados na ata, que o Banco Central levará a Selic a 13,75% e a manterá nesse nível até considerar que a inflação está sob controle.
Mas há quem acredite que o BC pode ir ainda mais longe na escalada dos juros.
Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações de renda variável da Ação Brasil, chama a atenção para o fato de o BC ter sugerido que apenas a "manutenção da taxa básica de juros por um período suficientemente longo não asseguraria, neste momento, a convergência da inflação para o redor da meta no horizonte relevante”.
Para ele, “serão necessários novos aumentos” nas reuniões seguintes à de agosto para que a inflação desacelere o suficiente para retornar para perto da meta de 4% ao fim de 2023.
“A cautela se dá não só pelos riscos locais, mas também pelo choque de oferta e da alta de juros ocorrendo no cenário externo, o que também pode contribuir para um inverno mais longo no Brasil, com a política contracionista imperando por mais tempo”, adverte Alves. “Só a inflação dirá por quantos meses isso irá acontecer.”
Agenda econômica: Prévia do PIB é destaque em semana com feriado no Brasil e inflação nos EUA
A agenda econômica da semana ainda conta com divulgação da ata da última reunião do Copom e do relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP)
Renda fixa apimentada: “Têm nomes que nem pagando CDI + 15% a gente quer”; gestora da Ibiuna comenta sobre risco de bolha em debêntures
No episódio da semana do podcast Touros e Ursos, Vivian Lee comenta sobre o mercado de crédito e onde estão os principais riscos e oportunidades
Selic sobe para 11,25% ao ano e analista aponta 8 ações para buscar lucros de até 87,5% ‘sem bancar o herói’
Analista aponta ações de qualidade, com resultados robustos e baixo nível de endividamento que ainda podem surpreender investidores com valorizações de até 87,5% mais dividendos
Carne com tomate no forno elétrico: o que levou o IPCA estourar a meta de inflação às vésperas da saída de Campos Neto
Inflação acelera tanto na leitura mensal quanto no acumulado em 12 meses até outubro e mantém pressão sobre o BC por mais juros
Você quer 0 a 0 ou 1 a 1? Ibovespa repercute balanço da Petrobras enquanto investidores aguardam anúncio sobre cortes
Depois de cair 0,51% ontem, o Ibovespa voltou ao zero a zero em novembro; índice segue patinando em torno dos 130 mil pontos
O que comprar no Tesouro Direto agora? Inter indica títulos públicos para investir e destaca ‘a grande oportunidade’ nesse mercado hoje
Para o banco, taxas como as que estamos vendo atualmente só ocorrem em cenários de estresse, que não ocorrem a todo momento
Jogando nas onze: Depois da vitória de Trump, Ibovespa reage a Copom, Fed e balanços, com destaque para a Petrobras
Investidores estão de olho não apenas no resultado trimestral da Petrobras, mas também em informações sobre os dividendos da empresa
Com Selic em 11,25%, renda fixa conservadora brilha: veja quanto passa a render R$ 100 mil na sua reserva de emergência
Copom aumentou a taxa básica em mais 0,50 ponto percentual nesta quarta (06), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Campos Neto acelerou: Copom aumenta o ritmo de alta da Selic e eleva os juros para 11,25% ao ano
A decisão pelo novo patamar da taxa, que foi unânime, já era amplamente esperada pelo mercado
Mais rápido do que se imaginava: Trump assegura vitória no Colégio Eleitoral e vai voltar à Casa Branca; Copom se prepara para subir os juros
Das bolsas ao bitcoin, ativos de risco sobem com confirmação da vitória de Trump nos EUA, que coloca pressão sobre o dólar e os juros
“O Banco Central tem poucas opções na mesa”: Luciano Sobral, da Neo, diz que Copom deve acelerar alta da Selic, mas mercado teme que BC perca o controle da inflação
Na visão de Sobral, o Copom deve elevar a Selic em 0,5 ponto percentual hoje, para 11,25% ano
Um rigoroso empate: Americanos vão às urnas para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump antes de decisões de juros no Brasil e nos EUA
Dixville Notch é uma comunidade de apenas dez habitantes situada no interior de New Hampshire, quase na fronteira dos Estados Unidos com o Canadá. A cada quatro anos, o povoado ganha holofotes por ser o primeiro a votar nas eleições presidenciais norte-americanas. Os moradores se reúnem à meia-noite, a urna é aberta, os eleitores votam […]
Caminhos opostos: Fed se prepara para cortar juros nos EUA depois das eleições; no Brasil, a alta da taxa Selic continua
Eleições americanas e reuniões de política monetária do Fed e do Copom movimentam a semana mais importante do ano nos mercados
“Campos Neto está certo”: André Esteves, do BTG Pactual, diz que mercado está mais pessimista com o fiscal do que fundamentos sugerem
Para o chairman do banco de investimentos, o mercado está “ressabiado” após a perda de credibilidade do governo quanto à questão fiscal
Selic deve subir nas próximas reuniões e ficar acima de 12% por um bom tempo, mostra pesquisa do BTG Pactual
Taxa básica de juros deve atingir os 12,25% ao ano no início de 2025, de acordo com o levantamento realizado com gestores, traders e economistas
Começa a semana mais importante do ano: Investidores se preparam para eleições nos EUA com Fed e Copom no radar
Eleitores norte-americanos irão às urnas na terça-feira para escolher entre Kamala Harris e Donald Trump, mas resultado pode demorar
Agenda econômica: Eleições nos EUA dividem espaço com decisão de juros no país; Copom e IPCA são destaque no Brasil
A agenda econômica desta semana também conta com dados da balança comercial do Brasil, EUA e China, além da divulgação de resultados do terceiro trimestre de empresas gigantes no mercado
Selic: Copom pode subir juros em 0,5% na próxima reunião; como ficam seus investimentos?
Decisão acontecerá no dia 6 de novembro; saiba como ajustar sua carteira para se beneficiar do ciclo de alta de juros
“Fundo do poço tem alçapão”. Mercado perde a paciência com Lula e governo só tem uma saída
Com dólar nas alturas e alta de juros no radar, investidor deveria fazer o “básico bem feito”, disse Rafael Fedalto, da Libra Investimentos, ao podcast Touros e Ursos
O payroll vai dar trabalho? Wall Street amanhece em leve alta e Ibovespa busca recuperação com investidores à espera de anúncio de corte de gastos
Relatório mensal sobre o mercado de trabalho nos EUA indicará rumo dos negócios às vésperas das eleições presidenciais norte-americanas