Como investir em criptomoedas: Vale a pena usar a carteira do Mercado Pago? Nós testamos e te contamos aqui
Se você estiver à procura de uma maneira simples de comprar ou vender as principais criptomoedas do mercado, o Mercado Pago pode ser uma opção
Foi difícil passar algum evento de início de ano em família sem alguém perguntar sobre criptomoedas. O termo foi o mais citado no Twitter e um dos mais pesquisados no Google em 2021, o que mostra o crescimento da popularidade dos ativos digitais.
Assim como existem diversos ativos disponíveis no mercado financeiro — ações, fundos de índice (ETF, em inglês), fundos de investimento dos mais diversos etc. — o mercado de criptomoedas também conta com um cardápio cheio de possibilidades.
Recentemente, quem entrou no mercado de ativos digitais foi o Mercado Livre, por meio da sua unidade financeira, o Mercado Pago. A instituição de pagamentos passou a aceitar compra, venda e custódia de criptomoedas em dezembro do ano passado.
Isso abriu uma competição direta com as corretoras de criptomoeda (exchanges) que são conhecidas por terem taxas altas de negociação.
Mas como saber qual método é mais barato para investir em cripto? Usar uma carteira digital como a do Mercado Livre ou colocar dinheiro em uma exchange?
Nós testamos e fizemos as contas para você escolher a melhor opção:
Leia Também
Criptomoeda ‘desconhecida’ dispara mais de 700% em 5 dias; fundamentos e eleição de Trump devem impulsionar o ativo ainda mais, diz especialista
Halving do Bitcoin em 2024: qual é o efeito real sobre o bull market?
Como abrir uma conta no Mercado Pago
Para criar uma conta no braço financeiro do Mercado Livre é preciso ter em mãos apenas o RG ou o CPF. Depois de baixar o aplicativo, é só validar o e-mail inserido e colocar as informações nos campos adequados — é muito mais fácil do que abrir uma conta em um banco tradicional.
O processo é parecido com a abertura de conta em um banco digital ou uma exchange. O aplicativo é bem intuitivo e, em poucos cliques, é possível pagar contas em boleto, acumular pontos nas compras do Mercado Livre e, entre outros benefícios, comprar criptomoedas.
O cliente pode optar por investir em três criptomoedas: o bitcoin (BTC), o ethereum (ETH) e a USDP, a stablecoin da Paxos, empresa que auxilia o Mercado Pago na negociação de criptomoedas.
Apesar do número limitado de criptomoedas disponíveis para o cliente — as exchanges costumam ter dezenas ou até centenas de opções — a facilidade chama muito a atenção. Com o saldo em conta, o usuário pode comprar criptomoedas com até R$ 1.
As taxas do Mercado Pago para investir em criptomoedas
De acordo com o anúncio da carteira do Mercado Pago, é cobrada uma taxa de 2% sobre qualquer transação, o que é alto se compararmos com as maiores exchanges do mercado brasileiro, em especial para grandes volumes.
Mas esse percentual é alto ou baixo? A melhor forma de saber é comparando com as taxas cobradas para a compra e venda direta nas corretoras (exchanges).
Existem duas principais tarifas nas exchanges: a taxa maker (mais barata, porque a ordem não é executada na hora) e a taxa taker (mais cara, quando a ordem é executada na hora).
Abrindo a calculadora
Nós separamos as taxas das três maiores exchanges que operam no Brasil.
No Mercado Bitcoin, por exemplo, as taxas variam de 0,25% até 0,70% (taker) e 0,015% a 0,30% (maker), dependendo do volume negociado.
Volume negociado nos últimos 30 dias (R$) | Maker | Taker |
Até R$ 10 mil | 0,30% | 0,70% |
acima de R$ 200 milhões | 0,015% (-95%) | 0,25% (-64%) |
Já na Binance, existe um desconto quando o cliente usa a criptomoeda nativa da corretora, a Binance Coin (BNB), mas as taxas também variam de acordo com o volume negociado, indo de 0,02% (maker, com e sem BNB) a 0,10% (taker, sem BNB).
Por ser uma corretora internacional, a Binance padroniza a negociação em BUSD (stablecoin da corretora lastreada em dólar), mas o investidor pagará as taxas com referência na moeda que estiver utilizando e não precisa fazer a conversão.
Volume negociado em 30 dias (US$) | Saldo BNB | Maker | Maker (BNB 25% de desconto) | Taker | Taker (BNB 25% de desconto) | |
Menor que US$ 1 milhão | ou | ≥ 0 BNB | 0,10% | 0,075% | 0,10% | 0,075% |
Maior ou igual a US$ 5 bilhões | e | ≥ 5.500 BNB | 0,02% | 0,0150% | 0,04% | 0,03% |
Por fim, das três maiores corretoras do Brasil, a NovaDAX tem taxas que variam de 0,07% até 0,5%. As taxas também seguem o mesmo padrão: quanto maior o volume negociado, menores são os custos.
Volume negociado nos últimos 30 dias (R$) | Maker | Taker |
Abaixo de R$ 3 mil | 0,30% | 0,50% |
Acima de R$ 3 mil | 0,20% | 0,40% |
Acima de R$ 10 mil | 0,10% | 0,30% |
Acima de R$ 5 milhões | 0,07% | 0,21% |
Mas não é só isso...
Se as taxas são baixas, o que justifica a impressão de que usar corretoras é mais caro?
A resposta está nas taxas de rede das criptomoedas, as chamadas gas fees. E aí a coisa complica.
Quando o cliente inicia uma negociação, a própria rede (blockchain) paga uma taxa para os mineradores validarem os blocos (você pode entender mais sobre mineração de criptomoedas aqui).
Em outras palavras, o usuário paga as taxas para a corretora mais as tarifas de rede, que variam dependendo do momento do mercado — e podem ser bem salgadas.
Para um valor negociado de R$ 1 mil, por exemplo:
Para R$ 1.000 | Mercado Bitcoin | Binance (sem BNB) | Binance (com BNB) | NovaDAX | Mercado Pago |
Maker | 0,30% | 0,10% | 0,075% | 0,30% | 2,00% |
Taker | 0,70% | 0,10% | 0,075% | 0,50% | 2,00% |
Valor Maker | R$ 3,00 | R$ 1,00 | R$ 0,75 | R$ 3,00 | R$ 20,00 |
Valor Taker | R$ 7,00 | R$ 1,00 | R$ 0,75 | R$ 5,00 | R$ 20,00 |
Ou seja, para a carteira do Mercado Pago ser competitiva, as taxas de rede nas exchanges teriam que superar os R$ 13, no caso da transação mais cara (pagando a taxa Taker no Mercado Bitcoin) aos R$ 19,15, no caso da transação mais barata (na Binance, com BNB).
De acordo com a assessoria do Mercado Pago, a empresa cobra apenas a taxa fixa de 2%, ou seja, o cliente não arca com as taxas de rede, que são variáveis.
Muito ou pouco?
As taxas de rede (gas fees) do bitcoin costumam ser mais baixas, em torno de R$ 8 em média.
Por outro lado, o ethereum, a segunda maior criptomoeda do mundo, cobra cerca de R$ 100 na média, um dos motivos pelos quais a rede é considerada “cara” pelos programadores e desenvolvedores.
Os dados são da Glassnode e do The Block Research.
Contudo, mesmo as gas fees do bitcoin podem superar os R$ 100, mas isso ocorre em momentos de alta atividade da rede e, logo em seguida, os próprios mineradores e usuários voltam a ajustar as taxas.
A conclusão é de que vale a pena usar a carteira do Mercado Pago na maioria das transações envolvendo ethereum porque o cliente não arca com as taxas mais altas. Mas a lógica não se aplica a negociações com bitcoin, que são mais baratas nas exchanges.
Já para a compra da USDP, a stablecoin da Paxos, também não vale a pena comprá-la pelo aplicativo do Mercado Pago. Essas “criptomoedas estáveis” servem para reduzir os custos de negociação entre criptomoedas, o que ainda não é possível na plataforma.
Para além das taxas, vale a pena comprar criptomoedas pelo Mercado Pago?
Agora, se você estiver à procura apenas de uma maneira simples de comprar ou vender as principais criptomoedas do mercado, o Mercado Livre pode ser uma opção.
A interface da carteira é muito intuitiva, o que facilita para o investidor iniciante que quer começar a testar e entender o mercado de criptomoedas com pequenas quantias.
Nas exchanges, é comum um visual mais técnico e menos atrativo ao usuário do que o da carteira do Mercado Pago. Mesmo pessoas familiarizadas com o mercado financeiro podem se perder um pouco dentro dos aplicativos — falo isso por experiência própria.
“É sem dúvidas uma forma muito fácil de entrar no mercado de criptomoedas. O investidor vai lá, em poucos cliques, e já consegue comprar bitcoin” comenta Fabrício Tota, head de novos negócios do Mercado Bitcoin sobre a carteira do Mercado Livre.
Neste episódio do quadro Papo Cripto, o repórter Renan Sousa conversa com o especialista em criptomoedas da Empiricus, Vinícius Bazan. Ele fala sobre os NFTs como uma oportunidade para quem quer ter chances de ganhar dinheiro daqui para a frente. Assista logo abaixo.
Mercado Livre, cadê minhas chaves?
Sempre que alguém cria uma nova carteira de criptomoedas são criadas chaves de acesso, a senha daquela wallet. Assim, para acessar os investimentos, é necessário ter essas chaves em mãos — em geral, é um conjunto de 12 palavras aleatórias.
Nas corretoras, o cliente recebe essas chaves e pode tanto deixar suas criptomoedas na plataforma da própria exchange como transferi-las para outra wallet com o uso dessas chaves, deixando sua conta na corretora sem nenhuma cripto.
No Mercado Livre, porém, o cliente não tem acesso às chaves da carteira de negociação das suas criptomoedas. Quem faz a gestão das chaves é a Paxos.
Assim, o usuário não consegue fazer esse “transporte” das criptomoedas para outra carteira ou corretora, como bem lembra Rocelo Lopes, especialista em criptomoedas e blockchain.
Existe uma máxima no mercado que é:
“Not your keys, not your coins”
algo como “se as chaves não são suas, as moedas também não são''
Além disso, a plataforma do Mercado Pago ainda tem poucas moedas disponíveis e não permite o pagamento de produtos do Mercado Livre em criptomoedas, o que seria um grande atrativo para a carteira além dos investimentos.
Crise das ‘moedas fortes’: libra e euro em queda dão espaço para bitcoin e criptomoedas crescerem, segundo analista
O convidado desta semana do Papo Cripto é Ayron Ferreira, Head de Research na Titanium Asset
“Não é hora de vender: são ciclos que passam”: histórias de um sobrevivente do bear market do mercado de criptomoedas para superar o Longo Inverno Cripto
O convidado desta semana do Papo Cripto é Axel Blikstad, fundador da gestora BLP Crypto, responsável pelo primeiro fundo de bitcoin (BTC) do Brasil
O The Merge do ethereum foi um fiasco? 3 fatos para entender por que a criptomoeda despencou após a atualização mais esperada da história
Analistas entendem que os benefícios do The Merge apenas começaram, e a disparada das cotações só deve acontecer entre três e cinco anos
Depois do The Merge, The Surge será a próxima atualização relevante do ethereum (ETH); saiba o que esperar
A próxima atualização da rede deve acontecer em 2023, mas não se apegue ao calendário: o The Merge atrasou em 5 anos
The Merge do Ethereum (ETH): confira lista de plataformas e exchanges que terão as atividades suspensas durante atualização
Por motivo de segurança, alguns aplicativos devem suspender as atividades durante a principal atualização do sistema
‘Revolta’ de mineradores um dia antes do The Merge do ethereum (ETH), bitcoin (BTC) em queda de 9%: confira tudo que movimenta o dia das criptomoedas
Do outro lado do mercado, o token que registra a maior alta do dia é o Celsius (CEL), da plataforma que segue fora do ar e “travou” o dinheiro dos investidores há meses
Navegador Opera dá mais um passo em direção à Web 3.0 e integra wallet de criptomoedas Metamask ao seu sistema; entenda o que significa
Em janeiro deste ano, o Opera já havia anunciado que passaria a integrar as carteiras de criptomoedas ao seu navegador
Bitcoin (BTC) não sustenta sétimo dia seguido de alta e passa a cair com inflação dos EUA; Ravecoin (RNV) dispara 63% com proximidade do The Merge
O ethereum (ETH) passa por um período de consolidação de preços, mas o otimismo é limitado pelo cenário macroeconômico
Terra (LUNA), o retorno: por que você não deve investir na criptomoeda que disparou 120% em uma semana
Nos últimos sete dias, a “família Terra” registrou ganhos substanciais e gerou um grande fluxo de pesquisa sobre essa que foi uma das maiores criptomoedas do mundo
Você trocaria ações da sua empresa por bitcoin? Michael Saylor, ex-CEO da Microstrategy, pretende fazer isso com o valor de meio bilhão de dólares
Desde o começo do ano, o bitcoin registra queda de mais de 50% e as ações da Microstrategy também recuam 52%
Bitcoin (BTC) atinge os US$ 22 mil pela primeira vez em quase um mês; criptomoedas disparam até 20% no acumulado da semana
A mesma semana em que acontece o The Merge também é marcada por um elevado apetite de risco
Ethereum (ETH) não será a única criptomoeda a disparar após o The Merge: analista conta 3 oportunidades ‘descontadas’ no mercado
Quem conta mais sobre essas criptomoedas promissoras pós-Merge é Rafael Castaneda, analista da Mercurius Crypto e convidado do Papo Cripto
Apetite por risco faz bitcoin (BTC) disparar 9% e retomar os US$ 21 mil; confira criptomoedas que também saltam mais de 20% hoje
As altcoins, moedas alternativas ao bitcoin, costumam ter um desempenho melhor do que as maiores criptomoedas do mundo em momentos de alta do mercado; entenda o que isso quer dizer
Ethereum (ETH) salta entre atualizações da rede, Terra Classic (LUNC) dispara quase 100% e bitcoin (BTC) fica na lanterna; veja o que movimenta as criptomoedas hoje
As altcoins, moedas alternativas ao bitcoin, vivem seus dias de glória, com os investidores de olho nos descontos de bons projetos — e caindo em algumas ciladas
Ethereum Classic (ETC) dispara quase 20% hoje com ‘revolta’ de mineradores; entenda se vale a pena investir nessa criptomoeda
O ETC nasceu após a divisão da rede original do ethereum; entenda as chances de isso acontecer de novo com o The Merge
Bellatrix está aqui: ethereum (ETH) dispara mais de 6% com primeira fase da atualização The Merge; saiba o que muda e os próximos passos
Agora, os investidores aguardam a próxima fase chamada Paris, que deve acontecer em algum ponto da semana que vem, de acordo com o calendário dos desenvolvedores
Movimento de ‘baleia’ faz bitcoin (BTC) entrar em risco de queda no início da semana da maior atualização do mercado de criptomoedas; entenda
Efetivamente, a queda nas cotações não deve afetar a atualização do ethereum, mas limitar os ganhos esperados para o The Merge
Payroll dá vida ao bitcoin (BTC), mas criptomoedas fecham semana no vermelho; saiba o que esperar dos próximos dias
Entre os destaques da semana estão a cópia do pix atrelado às criptomoedas e a disparada da Terra (LUNA) após anúncio
Após decretar falência, Celsius inicia tentativas para liberar saques de clientes; criptomoeda CEL dispara 20% com anúncio
São pouco mais de 58.300 usuários com “ativos sob custódia” que podem ser eleitos para a devolução dos fundos, valendo cerca de US$ 210 milhões no total
DAOs, a nova organização do trabalho: mercado de criptomoedas quer acabar com os CEOs nas empresas; conheça alguns projetos do setor
Conheça as DAOs, as empresas sem CEO que trazem velhos problemas à tona; veja projetos promissores dessa classe de criptomoedas