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Renan Sousa
Renan Sousa
É repórter do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo na Universidade de São Paulo (ECA-USP) e já passou pela Editora Globo e SpaceMoney.
Ricardo Gozzi
EM CANA

Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, é preso nas Bahamas, mas extradição aos EUA pode demorar

Sam Bankman-Fried, o SBF, corre o risco de condenação a uma longa sentença de prisão nos Estados Unidos

Renan Sousa
13 de dezembro de 2022
7:12 - atualizado às 17:52
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Imagem: Montagem / Seu Dinheiro

Pedidos de desculpas não adiantam mais. Sam Bankman-Fried, ex-CEO da quebrada FTX, foi preso na noite de segunda-feira (12) nas Bahamas.

Fosse nas páginas policiais, poderíamos dizer que Sam Bankman-Fried, vulgo SBF, responderá por uma série de acusações criminais perante a justiça dos Estados Unidos.

As acusações estão relacionadas com o colapso da exchange FTX, epicentro da mais recente crise no mercado de criptomoedas.

A detenção de SBF foi confirmada por autoridades locais. O fundador da FTX tinha residência estabelecida nas Bahamas, onde também operava a sede da exchange.

FTX e Sam Bankman-Fried no banco dos réus

“A prisão ocorreu depois do recebimento de uma notificação formal dos Estados Unidos de que acusações criminais foram apresentadas contra SBF e que a extradição provavelmente será requisitada”, informou a procuradoria-geral das Bahamas.

A prisão de Sam Bankman-Fried nas Bahamas abre um novo capítulo na saga da FTX. O processo contra SBF corre em Nova York. As acusações formais contra ele deverão ser conhecidas na próximas horas.

Segundo o jornal The New York Times, as acusações contra Bankman-Fried incluiriam conspiração para cometer fraude eletrônica e fraude com valores mobiliários, bem como acusações independentes de fraude com valores mobiliários, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro.

De olho na regulação

A SEC, xerife do mercado de capitais dos Estados Unidos, iniciou um conjunto separado de acusações. Elas estão relacionadas a “violações de nossas leis de valores mobiliários, que serão apresentadas publicamente amanhã na corte do Distrito Sul de Nova York”, disse Gurbir Grewal, diretor da SEC, em comunicado divulgado ontem à noite.

Acredita-se que o conjunto de acusações possa render uma sentença de décadas atrás das grades para SBF, segundo juristas consultados pela CNBC.

Após colapso da FTX: tirando o pó do passaporte

Antes de qualquer condenação, porém, há um primeiro empecilho: a extradição.

Como Bankman-Fried ainda não foi condenado nas Bahamas, os promotores dos EUA tiveram que obter um mandado de prisão e fornecer evidências suficientes de que ele é um criminoso.

“É inconcebível para mim que o Departamento de Justiça tenha levado esse caso adiante a menos que estivesse confiante de que poderia extraditá-lo”, disse Renato Mariotti, ex-promotor federal, à CNBC.

Estados Unidos e Bahamas têm um tratado de extradição vigente desde 1931.

Mariotti antecipa que o processo de extradição deve se arrastar por semanas. “A declaração do governo das Bahamas sugere que haverá cooperação”, disse Mariotti.

De qualquer modo, a extradição é apenas o primeiro passo de um processo que pode levar anos para ser concluído.

Dada a magnitude dos crimes atribuídos a SBF, promotores e reguladores devem abrir processos simultâneos em todo o mundo.

*Com informações da CNBC e do MarketWatch.

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