Inverno Cripto? Investidores de venture capital colocam US$ 2,1 bilhões em projetos mais arriscados de criptomoedas; veja quais
Web 3.0, DeFi e CeFi são algumas das ideias mais recentes no universo digital — o risco é alto, mas o retorno pode ser astronômico
O Longo Inverno das Criptomoedas segue com fortes tempestades que derrubam as cotações das principais moedas digitais do mundo. O bitcoin (BTC) perdeu cerca de 50% do valor em 2022 e o valor global de projetos em cripto perdeu dois terço do total das máximas históricas. Mesmo assim, alguns investidores parecem não se importar com os ventos gelados do inverno.
Muito pelo contrário: pegam seus casacos — de dinheiro — e vão às compras, alocando seus recursos em projetos criptográficos.
Um levantamento feito pelo Cryptorank em julho deste ano mostraram que os Venture Capital (VC) — investidores que apostam em projetos nos primeiros estágios de criação — injetaram US$ 2,1 bilhões nos cofres de protocolos relacionados à criptomoedas.
Não apenas isso: os projetos preferidos dos investidores dizem respeito a Web 3.0, a nova geração da internet.
Veja também: o massacre das altcoins
Investimento de alto risco em criptomoedas
Já é de conhecimento dos entusiastas em ativos digitais que as criptomoedas são altamente voláteis e o investimento é sempre de alto risco nesse universo.
Mas dentro do mundo criptográfico existem uma infinidade de projetos possíveis para se investir — DeFis, NFTs, Metaverso e por aí vai. Quanto mais recente e inovador o protocolo, mais arriscado é colocar dinheiro nesse ativo.
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E os venture capital estão de olho justamente nos mais arriscados. Isso porque:
- US$ 504 milhões foram destinados a projetos em Web 3.0;
- US$ 299 milhões para protocolos de finanças descentralizadas (DeFi);
- US$ 322 milhões em games (como jogos do tipo play-to-earn);
- US$ 238 milhões em protocolos de finanças centralizadas (CeFi)
- US$ 542 milhões em projetos de infraestrutura de blockchain;
- US$ 99 milhões em infraestrutura do Metaverso.
Web 3.0, DeFi e CeFi são algumas das ideias mais recentes no universo digital. Inclusive, as finanças descentralizadas ainda são consideradas “inseguras” de certo ponto de vista pela quantidade de golpes aplicados por protocolos do tipo.
Estima-se que investidores tenham perdido até US$ 1,3 bilhão em golpes envolvendo DeFis, de acordo com a Immunefi.
O inverno cripto para quem?
Tudo tem jogado contra o bom desempenho dos ativos de risco desde o final do ano passado, em especial no mercado de criptomoedas.
O cenário de juros altos imposto pelo Federal Reserve, o Banco Central americano, o encarecimento do crédito e incertezas quanto à desaceleração global penalizam bolsas e ativos digitais.
Como se não bastasse, as crises internas do universo cripto — que começou com o desaparecimento da Terra (LUNA) e gerou uma crise de liquidez generalizada — mantém pressão sobre o bitcoin.
Para uns, é inverno — mas outros aproveitam as promoções da estação.
Indo às compras: barganhas das criptomoedas
Mantendo a analogia, alguns investidores estão aproveitando o inverno para comprar as roupas do verão com desconto devido à baixa demanda.
Em outras palavras, alguns investidores estão aproveitando as cotações mais baixas para comprar projetos com desconto. Quando o bear market se for, na visão desses venture capitals, essas criptomoedas e protocolos tendem a disparar.
Mas por que a escolha pelos projetos mais voláteis?
Aqui vale um pensamento do mercado tradicional: o risco é alto, mas a possibilidade de retorno astronômico também é grande. Ou seja, ainda que o VC coloque dinheiro em vários projetos que não deem certo, a disparada de apenas um deles é capaz de cobrir os custos dos demais.
Vale lembrar que retornos na casa dos 10.000% são comuns entre as criptomoedas. Portanto, nesses casos, arriscar vale a pena.
Investidor, atenção!
Venture capitals são entidades com recursos e análises capazes de manejar o dinheiro e o risco de maneira profissional. O investidor pessoa física deve tomar outros cuidados antes de investir em criptomoedas.
Analistas do mercado entendem que o investidor não deve ter mais do que 5% do seu portfólio em criptomoedas por se tratar de um mercado altamente volátil.
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