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Carolina Gama
Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.
NÃO É NOVELA, MAS É CAPÍTULO 11

Mais uma falência no mundo cripto: saiba o tamanho do rombo que a Core Scientific, gigante da mineração de bitcoin, vai deixar

Queda do preço do BTC, altos custos de eletricidade, aumento da concorrência e litígio com a falida Celsius pesaram no desempenho e liquidez da empresa com sede em Austin, no Texas

Carolina Gama
21 de dezembro de 2022
16:45 - atualizado às 22:19
mineração de criptomoedas bitcoin (BTC)
Imagem: Shutterstock

“O último que sair apaga a luz” poderia ser a máxima do mercado de criptomoedas neste ano diante da sequência de falências anunciadas. Nesta quarta-feira (21), essa lista aumentou com a Core Scientific, uma das gigantes da mineração de bitcoin (BTC) no mundo. 

A empresa, com sede em Austin, no Texas, entrou com pedido de falência depois que a queda dos preços do bitcoin, os altos custos com eletricidade, o aumento da concorrência e o litígio com a falida Celsius pesaram sobre seu desempenho e liquidez. 

Segundo documentos apresentados ao tribunal do Distrito Sul do Texas, a Core Scientific listou US$ 1 bilhão em ativos, mas US$ 10 bilhões em passivos. As ações da empresa já caíram 98% este ano. Só hoje, o tombo é de 27%. 

A Core Scientific tem entre 1 mil e 5 mil credores, com a maior reivindicação não garantida vindo do banco de investimentos B. Riley. 

Quem é a Core Scientific

A Core Scientific abriu capital em 20 de janeiro deste ano, após a fusão com a Power & Digital Infrastructure Acquisition em uma transação de aquisição de propósito específico (SPAC).

A empresa responde por cerca de 10% do poder de computação da rede bitcoin, opera 143 mil mineradoras e hospeda outras 100 mil, sendo considerada a maior do segmento até então — o que eleva o potencial de afetar uma indústria que já está fragilizada. 

No final de outubro, a Core Scientific emitiu o primeiro sinal de alerta sobre uma possível falência depois de informar que não pagaria algumas das parcelas de empréstimos. Na ocasião, as ações da empresa despencaram 80% na Nasdaq. 

Em novembro veio a sentença final: a companhia indicou que chegaria ao final de 2022 sem dinheiro e que as negociações para reestruturar a dívida e levantar capital haviam fracassado. 

Mais uma vítima da Celsius

A Core Scientific também foi afetada pela falência do braço de mineração da Celsius, um de seus maiores clientes, e da BlockFi, à qual deve US$ 54 milhões. 

A Celsius Mining entrou com pedido de concordata em julho e, em setembro, processou a Core Scientific alegando violação dos termos de suspensão automática.

A companhia, por sua vez, afirma que a Celsius deve US$ 5,2 milhões.

Os casos de falência recentes

Muitas empresas que atuam no mercado de criptomoedas buscaram proteção contra a falência neste ano, que foi marcado pela forte queda dos preços dos tokens. 

Em julho, a Voyager entrou com pedido de proteção judicial. Em setembro foi a vez da fornecedora de serviços de dados para mineradores e empresas de blockchain Compute North decretar falência. 

Mais recentemente, em novembro, a FTX de Sam Bankman-Fried também entrou com pedido de falência — o que levou o credor BlockFi a seguir o mesmo caminho logo depois.

*Com informações da Cointelegraph e da CoinDesk

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