O mercado de juros futuros não mente: crescimento econômico e alívio da inflação despontam no horizonte
Indícios de pressão inflacionária menor sinalizam proximidade do fim do ciclo de alta dos juros pelo Banco Central

Hoje tivemos o resultado do IPCA-15, com avanço dos preços em 1,73% em abril frente ao mês anterior, acima do observado em março, quando a taxa avançou 0,95%.
Porém, o resultado, abaixo do esperado pelo mercado (1,84%), o que a princípio pode soar como positivo, veio com avanço da difusão, que passou de 74,6% para 79,5%, ou seja, houve uma maior abrangência das altas de preços entre os itens da cesta de inflação - e sem dúvida isso é ruim.
Mas não foi a esse cenário, ruim, que o mercado de juros futuros reagiu.
O que foi observado imediatamente nos DIs, o mercado que nunca mente, foi uma queda nas expectativas de juros entre os vencimentos mais curtos, como o para janeiro de 2023, bem abaixo dos 13% até então observados, até os mais longos e a explicação está nos fatos que ocorreram nos últimos quinze dias assim como nos impactos macroeconômicos no âmbito internacional que poderemos observar nos próximos meses.
Pressão inflacionária diminui
O primeiro fato positivo é a desinflação dos preços observada nos indicadores de inflação semanal, como o IPC-S, cuja taxa para alimentação e transportes, com destaque para o preço dos combustíveis, vem perdendo força ao longo das últimas semanas.
Já um segundo fato, não observado no IPCA-15 de abril, foi o impacto na mudança tarifária para a bandeira verde de energia elétrica, que passou a valer no dia 16 de abril. Por fim, os impactos do lockdown da China tendem a deflacionar as commodities, ainda que no curto prazo, mas que surtirão efeitos para o processo de desinflação no país.
Leia Também
Assim, o que todo esse conjunto de informação traz para o investidor é o aumento da probabilidade de que a taxa terminal da Selic esteja próxima, trazendo um melhor cenário para os ativos de risco, como os da bolsa.
Fim do ciclo de alta de juros está próximo
Em outras palavras, as menores pressões inflacionárias remetem que os juros a 12,75% ao ano (patamar previsto para a próxima quarta-feira na reunião do Copom) poderá ser suficiente para ancorar as expectativas de inflação para a meta dos próximos anos.
Por fim, a possível manutenção da Selic nos próximos meses e os fundamentos que levam para um processo de desinflação, corroboram para as expectativas positivas quanto ao crescimento econômico, já que melhora o consumo das famílias assim como a retomada de investimento pelas empresas.
Além disso, com a continuidade desse cenário, a possibilidade de observarmos a primeira queda na Selic já começa a se tornar realidade nos últimos meses do ano.
Nova York em queda livre: o dado que provoca estrago nas bolsas e faz o dólar valer mais antes das temidas tarifas de Trump
Por aqui, o Ibovespa operou com queda superior a 1% no início da tarde desta sexta-feira (28), enquanto o dólar teve valorização moderada em relação ao real
Nem tudo é verdade: Ibovespa reage a balanços e dados de emprego em dia de PCE nos EUA
O PCE, como é conhecido o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, é o dado de inflação preferido do Fed para pautar sua política monetária
Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo
Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC
Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump
Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair
Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda
Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil
Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses
Co-CEO da Cyrela (CYRE3) sem ânimo para o Brasil no longo prazo, mas aposta na grade de lançamentos. ‘Um dia está fácil, outro está difícil’
O empresário Raphael Horn afirma que as compras de terrenos continuarão acontecendo, sempre com análises caso a caso
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses
Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira
Warren Buffett enriquece US$ 22,5 bilhões em 2025 e ultrapassa Bill Gates — estratégia conservadora se prova vencedora
Momento de incerteza favorece ativos priorizados pela Berkshire Hathaway, levando a um crescimento acima da média da fortuna de Buffett, segundo a Bloomberg
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais
Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas
A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir
Renda fixa mais rentável: com Selic a 14,25%, veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (19), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Copom não surpreende, eleva a Selic para 14,25% e sinaliza mais um aumento em maio
Decisão foi unânime e elevou os juros para o maior patamar em nove anos. Em comunicado duro, o comitê não sinalizou a trajetória da taxa para os próximos meses