Aperte os cintos! Mais uma Super Quarta vem aí, com promessa de mais uma rodada de alta de juros ao redor do globo
Maioria dos bancos centrais com reunião prevista para esta semana deve subir juros; no Brasil, ciclo de aperto monetário pode chegar ao fim

É evidente que os mercados estejam estressados. Na semana passada, os investidores assistiram a mais de 3,75 trilhões de dólares serem apagados dos mercados globais de ações, tudo depois da divulgação do índice de inflação nos Estados Unidos. Até então, os mercados conseguiam sustentar certa alta, se baseando na expectativa de um Federal Reserve mais comedido. Não parece ser o caso.
Como se não bastasse o discurso duro de Jerome Powell, presidente do Fed, em Jackson Hole, foi necessário que os preços nos EUA voltassem a assustar para que os mercados caíssem na real. Deu no que deu. O mais interessante foi o fato de acontecer na semana que antecede uma grande quantidade de decisões de política monetária ao redor do mundo.
Mas não são apenas os EUA e o Brasil em ação nesta semana. Vários outros bancos centrais devem apresentar aumentos de taxas que somam mais de 500 pontos-base combinados, com potencial para uma contagem maior se as autoridades optarem por uma abordagem mais agressiva. Destaque para a Inglaterra, Japão e China.
Qual banco central age quando
O início do processo será o da Suécia, na terça-feira, com os formuladores de política monetária previstos pelos economistas para acelerar o aperto com um movimento de 75 pontos-base. Na terça, também teremos decisão na China. Em seguida, vem o Fed (EUA) e o Bacen (Brasil) na quarta-feira.
Na quinta-feira, teremos o Japão, as Filipinas, a Indonésia e Taiwan aumentando suas respectivas taxas. Na sequência, no mesmo dia, o foco muda para a Europa, com aumentos de meio ponto ou mais na Suíça, Noruega e Reino Unido.
Em outro continente, a África do Sul continuará com seu movimento hawkish (contracionista) de 75 pontos-base, sendo que o Egito também poderá agir nesta mesma linha mais contracionista.
Leia Também
Aperto monetário em escala global não é a novidade
O aperto monetário em nível global não é nenhuma novidade. Ao todo, cerca de 90 bancos centrais aumentaram as taxas de juros este ano, e metade deles subiu pelo menos 75 pontos-base de uma só vez. Em outras palavras, vivemos o aperto monetário mais amplo da política monetária em 15 anos.
Trata-se de um afastamento decisivo da era do dinheiro barato iniciada pela crise financeira de 2008, em meio aos esforços das autoridades monetárias para enfrentar a tarefa nada invejável de conter a inflação mais alta em décadas sem desencadear recessões severas.
Com isso esclarecido, vamos ao que mais nos interessa: a Super Quarta.
Costumeiramente, os investidores do mercado brasileiros chamam a quarta-feira na qual se finaliza as reuniões de política monetária no Brasil e nos EUA de Super Quarta. As decisões para esta semana já são bem antecipadas pelo mercado, restando a formação de expectativas para os comunicados que acompanham as mudanças.
Nos EUA, desde que o último relatório mostrando a inflação anual ao consumidor em 8,3%, as apostas em Wall Street aumentaram de que o Federal Reserve poderia elevar as taxas de juros em um ponto percentual pela primeira vez em sua história moderna. Contudo, entendo que não seja o mais provável.
- COMBO DAS ELEIÇÕES: essas 3 opções de ações são as mais recomendadas para você buscar lucros durante as eleições, independente do cenário. Libere seu acesso à estratégia completa e gratuita neste link.
Fed deve manter ritmo do aperto
O Fed deverá manter o nível de elevação da última reunião, subindo a taxa de juros em 75 pontos mais elevada, colocando-a entre 3% e 3,25% ao ano. Adicionalmente, será importante acompanharmos a coletiva de Powell, logo na sequência da decisão.
Se o presidente mantiver o tom agressivo e combativo contra a inflação, será possível mais uma alta de 75 pontos-base em novembro.
Os próximos passos de Jerome Powell serão mais difíceis, já que a economia está começando a mostrar o impacto dos aumentos das taxas do banco central para conter a demanda do consumidor e conter a inflação — a manufatura está desacelerando e as vendas no varejo estão diminuindo em meio a altas taxas de inflação, enquanto o mercado de trabalho permanece bastante aquecido.
Powell enfatizou há semanas que o Fed sabe que suas ações devem provocar uma dolorosa consciência sobre a economia real.
Contudo, ele também diz que não controlar a inflação agora só causará mais dor no futuro, e o Fed não será dissuadido de seu objetivo de reduzir a inflação para 2%.
No Brasil, fim do aperto ou alta residual?
Enquanto isso, no Brasil, os membros do Banco Central devem encerrar o ciclo de aperto monetário após uma série sem precedentes de aumentos nos últimos 18 meses, que levou a taxa de juros de 2% para dois dígitos.
No Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, entendo ser válido encerrar sem novas altas, em 13,75%.
Há ainda a possibilidade de um ajuste adicional marginal de 25 pontos, colocando a Selic em 14% ao ano. Menos provável, pouca coisa mudaria se de fato confirmado.
Roberto Campos Neto deverá manter as coisas como estão e apenas manter o tom cauteloso, o que preservaria os juros elevados até a segunda metade do ano que vem.
Eventuais surpresas devem ter efeito na curva de juros, no câmbio e nos mercados de ações.
Para as empresas americanas, entendo que ainda haja espaço para quedas adicionais, podendo renovar as mínimas nos índices em breve (ainda estamos em um bear market, afinal).
Para o Brasil, por outro lado, considerando o desconto já existente em nossos ativos e a clara predileção dos alocadores por teses tradicionais e descontadas (value), vejo espaço para valorização ainda em 2022.
Dessa forma, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas, gosto de uma combinação de Bolsa brasileira, renda fixa local (o caixa no Brasil paga dois dígitos por meio de um título Tesouro Selic 2027, por exemplo) e dólar (moeda forte).
Agenda econômica: PIB da China, política monetária na Europa e IGP-10 são destaques em semana de balanços nos EUA
Após dias marcados pelo aumento das tensões entre China e Estados Unidos, indicadores econômicos e os balanços do 1T25 de gigantes como Goldman Sachs, Citigroup e Netflix devem movimentar a agenda desta semana
JP Morgan reduz projeção para o PIB brasileiro e vê leve recessão no segundo semestre; cortes de juros devem começar no fim do ano
Diante dos riscos externos com a guerra tarifária de Trump, economia brasileira deve retrair na segunda metade do ano; JP agora vê Selic em 1 dígito no fim de 2026
Dividendos e JCP: Santander (SANB11) anuncia o pagamento de R$ 1,5 bilhão em proventos; veja quem mais paga
Acionistas que estiverem inscritos nos registros do banco no dia 17 de abril terão direito ao JCP
Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual
Taxa sobre taxa: Resposta da China a Trump aprofunda queda das bolsas internacionais em dia de ata do Fed
Xi Jinping reage às sobretaxas norte-americanas enquanto fica cada vez mais claro que o alvo principal de Donald Trump é a China
Prazo de validade: Ibovespa tenta acompanhar correção das bolsas internacionais, mas ainda há um Trump no meio do caminho
Bolsas recuperam-se parcialmente das perdas dos últimos dias, mas ameaça de Trump à China coloca em risco a continuidade desse movimento
Guerra comercial abre oportunidade para o Brasil — mas há chance de transformar Trump em cabo eleitoral improvável de Lula?
Impacto da guerra comercial de Trump sobre a economia pode reduzir pressão inflacionária e acelerar uma eventual queda dos juros mais adiante no Brasil (se não acabar em recessão)
Retaliação da China ao tarifaço de Trump derrete bolsas ao redor do mundo; Hong Kong tem maior queda diária desde 1997
Enquanto as bolsas de valores caem ao redor do mundo, investidores especulam sobre possíveis cortes emergenciais de juros pelo Fed
Agenda econômica: IPCA, ata do Fomc e temporada de balanços nos EUA agitam semana pós-tarifaço de Trump
Além de lidar com o novo cenário macroeconômico, investidores devem acompanhar uma série de novos indicadores, incluindo o balanço orçamentário brasileiro, o IBC-Br e o PIB do Reino Unido
Banco Master: Reunião do Banco Central indica soluções para a compra pelo BRB — propostas envolvem o BTG
Apesar do Banco Central ter afirmado que a reunião tratou de “temas atuais”, fontes afirmam que o encontro foi realizado para discutir soluções para o Banco Master
O agente do caos retruca: Trump diz que China joga errado e que a hora de ficar rico é agora
O presidente norte-americano também comentou sobre dados de emprego, juros, um possível acordo para zerar tarifas do Vietnã e a manutenção do Tik Tok por mais 75 dias nos EUA
A pressão vem de todos os lados: Trump ordena corte de juros, Powell responde e bolsas seguem ladeira abaixo
O presidente do banco central norte-americano enfrenta o republicano e manda recado aos investidores, mas sangria nas bolsas mundo afora continua e dólar dispara
Um café e um pão na chapa na bolsa: Ibovespa tenta continuar escapando de Trump em dia de payroll e Powell
Mercados internacionais continuam reagindo negativamente a Trump; Ibovespa passou incólume ontem
Pix parcelado já tem data marcada: Banco Central deve disponibilizar atualização em setembro e mecanismo de devolução em outubro
Banco Central planeja lançar o Pix parcelado, aprimorar o Mecanismo Especial de Devolução e expandir o pagamento por aproximação ainda em 2025; em 2026, chega o Pix garantido
Bitcoin (BTC) em queda — como as tarifas de Trump sacudiram o mercado cripto e o que fazer agora
Após as tarifas do Dia da Liberdade de Donald Trump, o mercado de criptomoedas registrou forte queda, com o bitcoin (BTC) recuando 5,85%, mas grande parte dos ativos digitais conseguiu sustentar valores em suportes relativamente elevados
O ativo que Luis Stuhlberger gosta em meio às tensões globais e à perda de popularidade de Lula — e que está mais barato que a bolsa
Para o gestor do fundo Verde, Brasil não aguenta mais quatro anos de PT sem haver uma “argentinização”
Trump Day: Mesmo com Brasil ‘poupado’ na guerra comercial, Ibovespa fica a reboque em sangria das bolsas internacionais
Mercados internacionais reagem em forte queda ao tarifaço amplo, geral e irrestrito imposto por Trump aos parceiros comerciais dos EUA
Não haverá ‘bala de prata’ — Galípolo destaca desafios nos canais de transmissão da política monetária
Na cerimônia de comemoração dos 60 anos do Banco Central, Gabriel Galípolo destacou a força da instituição, a necessidade de aprimorar os canais de transmissão da política monetária e a importância de se conectar com um público mais amplo
O Super Bowl das tarifas de Trump: o que pode acontecer a partir de agora e quem está na mira do anúncio de hoje — não é só a China
A expectativa é de que a Casa Branca divulgue oficialmente os detalhes da taxação às 17h (de Brasília). O Seu Dinheiro ouviu especialistas para saber o que está em jogo.
Banco Master: Compra é ‘operação resgate’? CDBs serão honrados? BC vai barrar? CEO do BRB responde principais dúvidas do mercado
O CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, nega pressão política pela compra do Master e endereça principais dúvidas do mercado